Promotores públicos brasileiros estão conduzindo uma investigação criminal sobre a alegação internacional de lavagem de dinheiro por um homem no centro de uma investigação da Reuters, que envolve o primeiro projeto de hotel internacional do presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
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A Reuters revisou mais de 350 páginas de uma investigação sigilosa da polícia federal sobre Alexandre Ventura Nogueira, que passou dois anos no Brasil depois de fugir do Panamá em 2012. O inquérito não foi previamente divulgado. Uma investigação feita pela Reuters e pela NBC News descobriu que Nogueira foi crucial para vender muitas unidades do hotel Ocean Club International Hotel and Tower de Trump na Cidade do Panamá.
“Promotores federais em São Paulo têm investigado Nogueira desde 2013 por crimes financeiros e lavagem de dinheiro”, afirmaram os agentes da lei em uma declaração. O inquérito desacelerou depois que o suspeito deixou o Brasil em outubro de 2014. “Mas o caso continua em aberto e as autoridades brasileiras estão cientes das atividades suspeitas dele em outros países. Esperamos que agora consigamos localizar seu paradeiro.”
Nogueira, de 43 anos, contou à Reuters que lavou dinheiro para oficiais corruptos no Panamá, mas disse que não estava ciente da investigação federal contra ele no Brasil. Ele negou a infração no país e disse que não enfrenta acusações criminais aqui.
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O brasileiro foi detido por autoridades do Panamá em 2009 sob acusações de fraude e falsificação, não relacionados ao projeto de Trump. Solto depois de pagar uma fiança de US$ 1,4 milhão, saiu do país e foi considerado fugitivo pelo Panamá.
A procuradora Karen Kahn afirmou que a investigação federal brasileira começou em 2013, depois que a unidade de crimes financeiros do Ministério da Fazenda notou diversas transferências de mais de R$ 1 milhão de contas no Panamá nos bancos HSBC e do Citibank registradas em nome de Alexander Ukstin para as contas brasileiras de Nogueira no Banco do Brasil, Citibank e Santander.
Nogueira confirmou à Reuters que ele fez transferências financeiras do Panamá para o Brasil, algumas vezes utilizando um pseudônimo, incluindo o nome Ukstin, mas afirma que era seu próprio dinheiro.
O Citibank, o Banco do Brasil e o Santander não quiseram comentaram o assunto. Os porta-vozes do HSBC e do Citibank dos Estados Unidos se recusaram a falar sobre as contas de Nogueira no Panamá.
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Nogueira também enfrentou 19 processos civis em São Paulo, com mais de 3.100 páginas, na maioria das vezes relacionados a alegações de fraude em cinco postos de gasolina que inaugurou em Americana, cidade de 233.000 habitantes a noroeste de São Paulo, e nas imediações.
O brasileiro afirmou à Reuters que a empresa era legal e os casos surgiram de eventos fora do seu controle. Ele disse que deixou o Brasil com apenas alguns milhares de dólares. Seus antigos parceiros de negócios por aqui alegaram em processos que ele os enganou sobre centenas de milhares de dólares.
A Polícia Federal procurou assistência da Interpol, que confirmou que a polícia do Panamá também abriu um inquérito sobre uma suposta lavagem de dinheiro por Nogueira, mas não forneceu mais detalhes.
A polícia brasileira afirma que a última vez que soube do paradeiro de Nogueira foi em 2015 – quando ele foi encontrado em um país do sudeste da Ásia. Mas sem um mandado ou cobranças no Brasil, a polícia não poderia monitorar seus movimentos.