O Oriente Médio e o norte da África são vistos, geralmente, como algumas das áreas mais instáveis do mundo. De fato, o Instituto para Economia e Paz classifica a região como a mais violenta no Índice Anual da Paz Global.
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A posição dessas localidades no ranking não surpreende se levarmos em consideração as guerras civis no Iraque, Líbia, Síria e Iêmen, a rebelião no Sinai (Egito), a violência intermitente em Israel e nos territórios palestinos e os conflitos ocasionais no Irã, na Arábia Saudita e em outros lugares.
Muitos dos principais conflitos se tornaram palco para guerras em que os poderes regionais testam as habilidades do rival. No Iêmen, por exemplo, a aliança envolvendo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, entre outros, está lutando para restabelecer o governo do presidente Abed Rabbou Mansour Hadi, enquanto o Irã tem fornecido apoio para o principal grupo de oposição, conhecido como os rebeldes Houthi. Na Síria, elementos das forças armadas do Irã e da Turquia estão fortemente envolvidos ao lado de vários grupos insurgentes.
Essas participações requerem um investimento enorme. Os governos do Oriente Médio têm investido muito dinheiro para sustentar seus exércitos, sendo que os países do Golfo, em particular, estão envolvidos em uma grande corrida armamentista. No momento, a Arábia Saudita é a que mais gasta. No ano passado, a defensa de Riade, capital do país, teve um orçamento maior que o dos cinco outros países que mais gastam com as Forças Armadas juntos – Iraque, Israel, Irã, Argélia e Omã -, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).
O dinheiro não é o único critério para a análise da capacidade das forças militares de um país. A qualidade e a quantidade de armamento e treinamento também são fatores essenciais, assim como o número de soldados, marinheiros e pilotos que podem ser chamados em caso de emergência. O índice de Poder de Fogo (GFP) considera mais de 50 condições, incluindo o alcance do arsenal, a quantidade de oficiais disponíveis e as habilidades da indústria de defesa local, para elaborar o ranking das forças de combate mais eficientes do mundo.
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As notas mais baixas são as melhores no GFP. Existe a classificação – teoricamente perfeita – de 0.0000, mas quem mais se aproxima dela são os Estados Unidos, que ocupam a primeira posição da lista com 0.0857. Existe uma grande variedade de resultados no Oriente Médio, sendo que a Mauritânia é o pior país da região, com nota 4.2664, e o quarto pior entre os 130 países do ranking. Em uma posição mais alta, mas ainda não com nota suficiente para ocupar uma posição entre os melhores colocados apesar dos grandes investimentos dos últimos anos, está o Qatar, com 1.8943.
Veja, na galeria de fotos a seguir, as 10 forças de combate mais eficientes do Oriente Médio:
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Getty Images 10) Emirados Árabes Unidos
Nota: 0.9087
Pessoal ativo: 63 mil
Orçamento de 2017: valor desconhecidoOs Emirados Árabes Unidos estão muito à frente da maioria dos seus vizinhos do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), incluindo Bahrein, Kuwait, Omã e Qatar. O IISS considera que as forças do país são “indiscutivelmente as mais treinadas e as mais capazes entre as nações do CCG”. Elas ganharam uma experiência valiosa na linha de frente no Afeganistão, Líbia e Iêmen nos últimos anos. No entanto, as forças armadas dos Emirados Árabes Unidos permanecem relativamente pequenas, com apenas 63 mil soldados ativos.
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Getty Images 9) Iraque
Nota: 0.8961
Pessoal ativo: 64 mil
Orçamento de 2017: US$ 19,3 bilhõesO Iraque tem o segundo maior orçamento conhecido de qualquer país da região, embora ainda esteja muito atrás da Arábia Saudita. As forças armadas do país fizeram ganhos significativos nos últimos anos em batalhas contra militantes do Estado Islâmico, retomando a cidade de Mosul em outubro de 2017 e expulsando a instituição de outras áreas do país desde então. Nas empreitadas, receberam ajuda dos EUA e de outros poderes ocidentais, além de conselhos militares da brigada Al Quds do Irã.
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Getty Images 8) Marrocos
Nota: 0.8702
Pessoal ativo: 195 mil
Orçamento de 2017: US$ 3,5 bilhõesO Marrocos tem a quinta maior força militar da região, com 175 mil soldados, 13 mil integrantes da força aérea e 7,8 mil marinheiros. No entanto, também tem um dos menores orçamentos: apenas US$ 3,5 bilhões em 2017. O efetivo do país ganhou experiência útil graças à instabilidade política dos países vizinhos. Com o apoio da Arábia Saudita, espera-se que as Forças Armadas tenham maior investimento nos próximos anos.
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Getty Images 7) Síria
Nota: 0.7603
Pessoal ativo: 142,5 mil
Orçamento de 2017: valor desconhecidoDepois de seis anos de batalhas, a força militar da Síria foi muito afetada, mas também adquiriu experiência. O IISS diz que o exército atual tem cerca de 105 mil integrantes, mas poucos deles são ativos, levando a maiores esforços de recrutamento. As milícias aliadas, lutando ao lado das forças convencionais, desempenharam um papel importante para evitar que o regime de Bashar al-Assad fosse derrubado.
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Getty Images 6) Argélia
Nota: 0.4366
Pessoal ativo: 130 mil
Orçamento de 2017: US$ 10 bilhõesAs forças militares do país são as mais bem equipadas no norte da África, sendo que grande parte dela é proveniente da Rússia e, em menor medida, da China. A Argélia teve que combater os extremistas islâmicos domésticos por muitos anos e enfrenta problemas de fronteiras com vizinhos, incluindo Líbia e Mali, além de apoiar o movimento de independência do Saara Ocidental, a Frente Polisário.
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Getty Images 5) Arábia Saudita
Nota: 0.4302
Pessoal ativo: 227 mil
Orçamento de 2017: US$ 76,7 bilhõesO gigante regional, pelo menos em termos de orçamento militar – que ultrapassa facilmente qualquer outro rival – ocupa o 5º lugar do ranking. A enorme quantidade de dinheiro que a capital Riade gasta anualmente dá, ao país, as forças armadas mais bem equipadas da região, com exceção de Israel. Seu envolvimento na guerra civil do Iêmen nos últimos três anos forneceu uma valiosa experiência, mas o fracasso em derrotar os oponentes de Houthi também levantou questões sobre a eficiência da força de combate saudita.
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Getty Images 4) Irã
Nota: 0.3933
Pessoal ativo: 523 mil
Orçamento de 2017: US$ 16 bilhõesO Irã tem mais homens armados do que qualquer outro país da região, com 350 mil no exército, 18 mil na marinha, 30 mil nas forças aéreas e mais 125 mil no Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica (IRGC). Anos de sanções internacionais impediram o país de importar armamentos, forçando-o a improvisar e desenvolver uma substancial indústria de defesa doméstica. Suas forças armadas também são vistas como fortes na guerra assimétrica. As forças iranianas, em particular a unidade de elite Al Quds do IRGC, desempenharam um papel fundamental nos combates na Síria, Iraque e Teerã, além de apoiar os rebeldes Houthi no Iêmen.
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Getty Images 3) Israel
Nota: 0.3476
Pessoal ativo: 176,5 mil
Orçamento de 2017: US$ 18,5 bilhõesCom vários vizinhos hostis a enfrentar, Israel sempre sentiu necessidade de garantir que suas forças armadas sejam claramente superiores a qualquer outra que precise combater. As Forças de Defesa de Israel são as mais bem equipadas, as mais treinadas e mais capazes do que qualquer uma da região, de acordo com o IISS, principalmente devido ao contínuo apoio dos EUA. No entanto, o índice GFP do país de 0.3476 ainda o coloca atrás de outros dois na região.
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Getty Images 2) Egito
Nota: 0.2676
Pessoal ativo: 438,5 mil
Orçamento de 2017: US$ 2,7 bilhõesCom Abdel el Sisi no poder, um ex-general, não é de surpreender que o exército do Egito esteja em uma posição poderosa no cenário político da região. As forças de defesa estão no meio de um um programa de recapitalização de equipamentos, com a compra de novos aviões de combate, helicópteros de ataque e mísseis superfície-ar. No entanto, o país está tendo dificuldade para lidar com o desafio imposto pelos grupos insurgentes e terroristas no Sinai nos últimos anos. Com uma pontuação de 0,2676, o Egito é visto como dono das duas maiores forças armadas da região e o décimo mais forte no ranking do mundo todo.
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Getty Images 1) Turquia
Nota: 0.2491
Pessoal ativo: 355,8 mil
Orçamento de 2017: US$ 8 bilhõesVisto pelo GFP como as mais poderosas do Oriente Médio e norte da África, as forças armadas da Turquia enfrentaram alguns anos turbulentos, com muitos policiais removidos dos serviços depois de um fracassado golpe em julho de 2016. Desde então, o país se tornou mais fortemente envolvido na guerra da Síria, que culminou com a campanha em Afrin, iniciada em janeiro de 2018. A Turquia também possui importantes laços militares com o Qatar e a Somália, possuindo tropas em ambos os países. O exército turco ocupa a oitava posição globalmente, à frente da Alemanha e uma colocação abaixo do Japão.
10) Emirados Árabes Unidos
Nota: 0.9087
Pessoal ativo: 63 mil
Orçamento de 2017: valor desconhecido
Os Emirados Árabes Unidos estão muito à frente da maioria dos seus vizinhos do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), incluindo Bahrein, Kuwait, Omã e Qatar. O IISS considera que as forças do país são “indiscutivelmente as mais treinadas e as mais capazes entre as nações do CCG”. Elas ganharam uma experiência valiosa na linha de frente no Afeganistão, Líbia e Iêmen nos últimos anos. No entanto, as forças armadas dos Emirados Árabes Unidos permanecem relativamente pequenas, com apenas 63 mil soldados ativos.
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