Acadêmicos australianos podem ajudar a desvendar mistérios a respeito do Antigo Egito depois de descobrirem que um caixão de 2.500 anos antes considerado vazio pode conter os restos de uma múmia.
A Universidade de Sydney adquiriu o caixão 150 anos atrás, e uma série de acadêmicos o classificou incorretamente como vazio.
O erro só foi descoberto – por acaso – no final do ano passado, quando acadêmicos mais jovens retiraram a tampa do caixão e encontraram os restos esfarrapados de uma múmia.
A descoberta oferece aos cientistas uma oportunidade quase única de testar o cadáver. “Podemos começar a fazer algumas perguntas íntimas que esses ossos despertarão sobre patologia, dieta, doenças, sobre o estilo de vida dessa pessoa – como viveu e morreu”, disse Jamie Fraser, curador sênior do Museu Nicholson da Universidade de Sydney.
Múmias inteiras geralmente são mantidas intactas, o que limita seus benefícios científicos. Uma recompensa adicional é a possibilidade de os restos serem de uma mulher distinta de uma época pouco conhecida, afirmou Fraser.
Hieróglifos mostram que a ocupante original do caixão era uma mulher chamada Mer-Neith-it-es, que acadêmicos acreditam ter sido uma alta sacerdotisa no ano 600 a.C., a última época em que o Egito foi governado por egípcios nativos. “Sabemos pelos hieróglifos que Mer-Neith-it-es trabalhou no templo de Sekhmet, a deusa com cabeça de leoa”, contou Fraser. “Existem algumas pistas em hieróglifos, na maneira como a mumificação foi feita e no estilo do caixão que nos dizem como o templo pode ter funcionado.”