O presidente americano Trump sentou-se com Randall Lane, editor de FORBES nos Estados Unidos, e Lewis D’Vorkin, diretor de produto, para uma troca de ideias. Aqui vai uma versão resumida da conversa de 50 minutos realizada em outubro. Estamos citando o presidente textualmente e não corrigimos erros factuais. A transcrição completa, em inglês, está disponível em www.forbes. com/trump-interview
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FORBES: O senhor sempre disse que se divertir é um dos segredos dos negócios. Está se divertindo?
TRUMP: Estou me divertindo. Estou desfrutando. Estamos fazendo muita coisa. O mercado acionário está em alta recorde. Os empregos… O desemprego está no ponto mais baixo em quase 17 anos. Estão sendo divulgados números fantásticos. E acho que teremos, ao longo do próximo período razoavelmente curto e, o mais importante, durante um bom período, ótimos números sendo divulgados em nosso país.
Qual é sua impressão pessoal?
Eu aprecio o sucesso. E estamos tendo um enorme sucesso como país. Temos algumas dificuldades relacionadas à Coreia do Norte, ao Oriente Médio. Eu herdei – e disse isso muitas vezes – herdei uma bagunça. O país estava tendo diversos problemas. Entre eles, o Oriente Médio, o Estado Islâmico, sendo que fizemos mais a respeito do Estado Islâmico em nove meses do que fizemos em nove anos. Mas realmente fizemos, fizemos, eu diria, oito meses em oito anos, para ser específico. Mas estamos fazendo um trabalho realmente ótimo com as forças armadas. Estamos fortalecendo nossas forças armadas. Acabamos de apresentar um orçamento de US$ 700 bilhões, que será aprovado. E estamos… Veja bem, foram poucas as ocasiões em que as forças armadas tiveram mais importância do que têm agora. Além disso, o que é, de longe, o elemento predominante, são muitos empregos nos Estados Unidos.
"REALMENTE FIZEMOS, EU DIRIA, OITO MESES EM OITO ANOS, PARA SER ESPECÍFICO"Agora que se passou um ano desde o resultado inesperado e sua grande vitória, acredita que seu histórico nos negócios o preparou para esta função? O senhor estava pronto?
Bem, acho que ajudou. Sem dúvida é um tipo de função diferente, mesmo, do que há em qualquer parte. Porque são muitas as habilidades necessárias. Mas certamente a campanha foi bem-sucedida. O que as pessoas não percebem é que eu gastei muito menos dinheiro do que a Hillary Clinton. Então, nesse aspecto, talvez sejam os negócios. Se você observar os números, a diferença é astronômica. Acho que ninguém escreveu isso. Veja, nos velhos tempos, se você gastava menos dinheiro e vencia, isso era considerado algo bom. Hoje, ninguém fala a respeito. Mas eu gastei muito menos dinheiro e venci.
Ontem à noite jantei com todos os nossos generais e almirantes, o nível mais alto. Você provavelmente viu isso. Foi fantástico. Mas falei de negócios. Eu disse: “O equipamento de vocês está vindo muito lentamente e por um custo muito alto”. E realmente me envolvi na negociação, por exemplo, do caça F-35 com a Lockheed. Pode ligar para a Marillyn, diretora da Lockheed, que acho que você conhece. Ela é uma pessoa excelente. Mas desenvolvi um sistema de lances entre a Boeing e a Lockheed. E consegui reduzir o preço do Lockheed em bilhões de dólares. Em bilhões de dólares. E isso me tomou, na verdade, muito pouco tempo.
Então, tirando a parte política de ser presidente, quais são os obstáculos que está encontrando e que não encontrava na sua vida empresarial?
Tem o Congresso. Esse é um grande obstáculo em muitos casos. Até existem pessoas bem-intencionadas lá, que têm opiniões fortes a respeito de algo. E eu entendo isso e não me importo. E, é claro, tem os exibicionistas e outros que querem tentar defender uma ideia ou fazer algo que não é necessário de acordo com os melhores interesses do país. Essas pessoas eu combato.
E o que as pessoas não sabem é que aprovei praticamente mais legislação do que qualquer presidente, em nove meses, que já cumpriu mandato. Tivemos mais de 50 projetos de lei aprovados. Não estou falando só de decretos, que são muito importantes. Estou falando de projetos de lei. Tivemos uma quantidade formidável de legislação aprovada. Como a responsabilidade em assuntos de veteranos, que ninguém conseguiu aprovar. Isso significa que agora as pessoas são responsáveis, porque você não podia fazer nada se pegasse pessoas que trabalham lá fazendo coisas bem ruins. Mas muitos, muitos projetos de lei foram aprovados. E agora vamos tratar dos impostos. Vou ganhar na saúde. Falta um voto para a saúde. Vou ganhar na saúde.
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Até que o senhor proponha algo diferente, o Obamacare não é responsabilidade do seu governo?
Sim. Mas eu sempre disse que o Obamacare é culpa do Obama. Nunca será nossa culpa. Posto isso, acho que os democratas querem fazer um acordo. Ao mesmo tempo, acho que tenho um acordo com os republicanos. Então tenho o melhor de dois mundos. Isso são os negócios, em certa medida – quando você fez a pergunta sobre os negócios. E, como você notou, sou muito capaz de fazer acordo com os democratas, se necessário. Acredito que, antes, teremos um grande projeto de lei de infraestrutura, que é o mais fácil de todos. De fato, acho que terei mais votos dos democratas para a infraestrutura do que dos republicanos. E também tenho um projeto de lei de desenvolvimento econômico, que acho que será fantástico. Ninguém está sabendo. Você está ouvindo falar disso pela primeira vez.
O que é isso? Do que se trata?
Incentivos de desenvolvimento econômico para empresas. Incentivos para as empresas estarem aqui. Incentivos para as empresas fazerem coisas.
Como incentivos empresariais para gerar empregos, manter empregos?
Para que, quando as empresas saiam do nosso país, sejam penalizadas. Para que, quando as empresas permaneçam no nosso país, sejam incentivadas.
Então é uma cenoura para fazer as empresas ficarem e/ou crescerem? Ou é um bastão para açoitar?
É as duas coisas. É tanto uma cenoura como um bastão. É um incentivo para ficar. Mas é, talvez, ainda mais… Se você sair, vai ser bem difícil achar que conseguirá vender seu produto de volta para o nosso país.
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Em que medida o senhor, como empresário, está tranquilo com o envolvimento do governo numa decisão empresarial sobre onde uma companhia deseja estar localizada e onde deseja gerar empregos?
Muito tranquilo, porque não há imposto se você ficar. Não há imposto. Nós temos de proteger nossas empresas. E, se você observar o que aconteceu, elas foram devastadas pela estupidez da política e, para ser franco, pela estupidez dos políticos. Foram devastadas. E temos de proteger nossas empresas e nossos trabalhadores. E a única maneira pela qual você vai fazer isso é criando regras.
Mas, com relação à reforma do imposto de pessoa física, sem cortar gastos, mesmo com a pontuação dinâmica, ela vai aumentar o déficit. Então o senhor está se comprometendo a, depois, fazer cortes de gastos para compensar?
Em primeiro lugar, vamos fazer alguns cortes de gastos, sim. Vamos ter mesmo alguns cortes de gastos. Mas vou lhe dizer que a maior parte do que vai acontecer é que teremos um ganho. Veja o PIB. Então, o PIB no último trimestre foi 3,1%. A maior parte das pessoas do seu ramo e dos outros estava dizendo que isso ficaria muito tempo sem ser atingido. Veja bem, o Obama nunca chegou a esse número.
Ele chegou a 3% em alguns trimestres.
Ele nunca chegou, num cálculo anual. São oito anos. Acho que vamos superar isso significativamente. E acho que este trimestre teria sido fenomenal, se não fossem os furacões.
Porém, em termos da reforma fiscal e do que está em discussão até agora, há muita gente dizendo: “Ah, o Trump não é tão rico”. O senhor tem um patrimônio bilionário, estamos acompanhando-o há décadas, e todos sabemos disso. O imposto sobre espólio, o imposto causa mortis…
Você disse que o Trump não é tão rico?
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Não, outras pessoas estão dizendo isso. Nós dizemos que o Trump tem um patrimônio bilionário. O senhor diz que seu patrimônio é maior do que as nossas estimativas. Mas a questão é: no plano atual, o imposto sobre espólio vai acabar, e isso é um benefício de mais de 1 bilhão de dólares para o senhor. Como concilia esse fato com a capacidade de vender a ideia ao povo dos Estados Unidos?
Bem, teremos de ver o que vai acontecer. O imposto sobre espólio é para muitas, muitas empresas familiares em que as pessoas são obrigadas a vender seu negócio. Isso inclui as fazendas. Mas inclui muitas empresas, não só as pequenas. As grandes também, em que o imposto sobre espólio é tão oneroso, que as famílias são obrigadas a vender e, em alguns casos, fazer uma venda urgente, sem conseguir um preço decente. E, em muitos casos, essas empresas não se dão muito bem depois que a família sai. Então, esse é o raciocínio básico por trás do imposto sobre espólio.
Sim, mas o senhor poderia elevar esse limiar. Acho que a questão, para alguém como o senhor – o primeiro empresário presidente –, é como o senhor faz avançar um projeto de lei que, neste exato momento, conforme está formulado, daria ao senhor e à sua família uma vantagem de mais de 1 bilhão de dólares com base somente nesse dispositivo?
Bem, a grande vantagem para mim é se a economia se sair bem. Isso é algo ótimo para mim, politicamente e em outros sentidos. Mas a economia é muito… Veja bem… Eu construí um ótimo negócio, mas ele não significa nada para mim. Meus filhos estão administrando. Nem sequer penso nele porque isto é tão grande, o que estou fazendo agora, tão grande e tão importante porque este país estava seguindo na direção errada. Veja bem, você tem de entender: se o que eu faço é bom para a classe média, também é bom para mim e, por outro lado, se o que eu faço é bom para a classe alta, é bom para mim. Mas, quando nós tornamos a vida e os negócios melhores para as empresas, isso é algo ótimo para todo mundo, inclusive para mim.
Mas o histórico mostra que o senhor simplesmente não é capaz de cortar.
O que vai acontecer é que não só teremos enormes cortes de impostos e reformas. Não só teremos os maiores cortes de regulamentos da história de uma presidência – nunca houve um presidente que chegou perto de cortar tantos regulamentos, e ainda estou longe de terminar.
O senhor sempre disse que o talento importa. Como acha que se saiu até agora no que diz respeito a gerir os talentos que trouxe à Casa Branca?
Bem, acho que existem diferentes tipos de talento. Tenho alguns que são excelentes, que são, em grande parte, desconhecidos, e que têm sido incríveis.
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Como o senhor está hoje em relação ao secretário Tillerson?
Ele veio de uma excelente empresa, que existe há muito tempo. Não ligo para pontos de vista opostos, mas ele e eu temos alguns pontos de vista opostos. Acho que temos de ser muito mais fortes na postura. E, em última instância, meu ponto de vista importa. A vida é assim. Mas tenho uma ótima relação com ele. E, em termos gerais, nós nos damos muito bem.
Há relatos sobre ele ter chamado o senhor de retardado, em particular. Acredita que ele disse isso?
Bem, talvez a gente tenha, se ele disse isso… Sendo que ele afirma que não disse, aliás. Ele afirma que não disse. E eles anunciaram, com o Departamento de Estado, que ele não disse. Acredito que seja notícia falsa, mas, se ele disse, acho que vamos ter de comparar testes de QI. E posso lhe dizer quem vai ganhar.
O senhor também fez muito menos nomeações do que outros presidentes até agora. Isso é intencional…
É porque não preciso de tantas pessoas. E também tem a ver com os negócios. E eu disse isso alto e claro, mas ninguém quer escrever a respeito.
Então isso significa que não fará nunca essas nomeações?
Em termos gerais, não vou fazer muitas das nomeações que normalmente seriam feitas, porque não são necessárias. Quero dizer, você vê alguns desses órgãos, como são gigantescos, e é algo totalmente desnecessário. Eles têm centenas de milhares de pessoas. E você vê… Então, as nomeações, eu fiz algumas ótimas nomeações. Dê uma olhada nas nomeações que fizemos. Mas há duas coisas que ninguém menciona e que acho muito importantes. Juízes. Eu tenho muitos juízes nos planos. Nós já aprovamos uma série. Juízes federais. Não estou falando só do juiz Gorsuch, da Suprema Corte. Estou falando de muitos juízes federais. E terei aproximadamente 145 juízes federais. Estou sendo elogiado, certo? Quero dizer, você está questionando isso? São aproximadamente 145. Isso não inclui os juízes dos tribunais de recursos, que serão cerca de 17.
Para quem o senhor pega o telefone, liga e diz: “Preciso conversar. Tenho uma dúvida”?
Bem, eu tenho amizades. Em grande parte, o relacionamento está onde eu estou… Em outras palavras, agora é, em grande medida, um relacionamento de Washington. Eu lido com pessoas aqui. De fato, eu gosto de ligar para os amigos. Não tenho muito tempo, acredite se quiser. Sou um presidente trabalhador. Eu chego cedo. Hoje, já falei com o presidente da França e de outros países. Mas é mais com gente da família, acho. Além disso, tenho ótimas amizades nos negócios. E gosto de ouvir opiniões. Sou alguém que realmente aceita as opiniões de pessoas que sei que entendem o que está acontecendo no mundo.
Às vezes é solitário?
É um cargo solitário porque as decisões são muito sérias. Por exemplo, se você compra aviões, são dezenas de bilhões de dólares. Não é como comprar uma única aeronave. A decisão que tomei na Síria, por exemplo, entrar e disparar 59 foguetes, mísseis. É uma decisão muito difícil de tomar. Cada um deles atingiu o alvo com uma tecnologia incrível – Tomahawks, nesse caso, mas com uma tecnologia incrível. Na verdade, eu estava sentado com o presidente da China, na ocasião, comendo sobremesa na Flórida, no Mar-a-Lago. São decisões muito difíceis. É solitário. E você tem de tomá-las você mesmo.
Os negócios prepararam o senhor para essa decisão?
Não, nada prepara você para isso. Quando você manda mísseis, isso significa que vai morrer gente. E nada prepara você de verdade para isso.
Como está a situação entre o senhor e a Coreia do Norte agora e qual será o estágio final? O senhor passou a vida toda negociando, mas não deixou espaço para negociação. Para onde vamos?
Não sobrou tanto espaço. Veja, isso deveria ter sido tratado pelos quatro ou cinco governos anteriores. Certamente deveria ter sido tratado nos últimos oito anos. A cada ano, a situação fica mais difícil. Na reunião que tive [com Obama] antes de eu vir para a Casa Branca, ele disse que essa foi sua decisão mais difícil. Eu disse: “Mas você não tomou uma decisão, porque você não fez nada. Você deixou estar”. Tenho um forte sentimento de que não se pode permitir que ele tenha armas nucleares.
E o senhor meio que bloqueou, novamente com relação ao secretário Tillerson… O senhor disse a ele para parar de perder tempo com essa diplomacia…
Ele estava perdendo tempo.
Vamos supor que pudesse haver uma situação do tipo “policial bom e policial mau”. De que maneira alguém que está subordinado ao senhor pode ser levado a sério como algum tipo de policial se o chefe enfraqueceu sua autoridade?
Bem, não estou enfraquecendo. Acho que, na verdade, estou fortalecendo a autoridade. Mas, no caso da Coreia do Norte, eles estiveram conversando por 25 anos. É óbvio que isso não funciona.
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Sobre a Rússia, o Departamento de Segurança Interna se comunicou com 21 estados e confirmou que ela interferiu nas eleições deles. O senhor acha que houve interferência na eleição de 2016 nos EUA?
Bem, acabaram de anunciar que não houve nenhuma mudança de voto, em primeiro lugar.
Na verdade, a questão é relacionada à influência, não a mexer na contagem total.
Acabaram de dizer que não houve mudança de voto. Também acabaram de dizer que não houve nenhum conluio. Eu não falei com os russos. Todo mundo sabe que aquilo foi só uma declaração divulgada pelos democratas como uma desculpa para perder uma eleição que, em teoria, deveriam ter vencido, já que é muito fácil para eles vencer no colégio eleitoral. E não só eles não venceram, como foi 306 a 223. Aquilo foi uma desculpa para o fato de os democratas não vencerem.
Mas, agora que o senhor está nesta cadeira, incomoda-o a tentativa dos russos de se intrometerem na eleição?
Isso me incomodaria demais, se fosse o caso. Estou ansioso por ver como ficarão os relatórios finais. Espero que eles saiam logo; assim, se houver sugestões, podemos usar essas sugestões antes da eleição de 2018.
O senhor praticamente nunca teve um chefe. De certa forma, agora o senhor tem um chefe: o povo dos Estados Unidos. De que maneira isso mudou…
Eu tenho cerca de 330 milhões de chefes.
Certo. Então, de que maneira isso mudou o seu jeito de atuar como executivo?
Não há mudança, porque eu só quero fazer a coisa certa. Você verá que vou tomar decisões que não são apreciadas politicamente, mas que são a coisa certa a fazer. Então, eu tenho mesmo todos esses 330 milhões de chefes, mas não importa, porque vou fazer a coisa certa. Acho que essa é outra coisa que talvez você faça mais como empresário do que faria como político. Um político vai fazer a coisa politicamente correta. Eu vou fazer a coisa certa para o país.
PRESIDENTE EMPOBRECIDO
O patrimônio líquido de Donald Trump diminuiu em cerca de US$ 600 milhões desde o ano passado. Veja o que mudou
Por Dan Alexander e Matt Drange
Fase ruim no mercado imobiliário nova-iorquino, ação judicial onerosa e campanha presidencial cara: tudo isso contribuiu para o declínio da fortuna do 45º presidente. Depois de meses esquadrinhando dados financeiros e registros públicos de bens e realizando dezenas de entrevistas, Forbes calcula agora que o patrimônio líquido de Donald Trump vale US$ 3,1 bilhões – menos do que os US$ 3,7 bilhões de um ano atrás –, montante que o coloca na 248ª posição do ranking anual dos norte-americanos mais ricos.
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O maior golpe foi sofrido pela carteira imobiliária de Trump. A queda do valor de diversos imóveis de Manhattan limou quase US$ 400 milhões de sua fortuna. Alguns de seus estabelecimentos destinados ao golfe também sofreram redução de valor porque alguns hóspedes mantiveram distância, aparentemente ofendidos com a política e as atitudes do presidente.
O dinheiro vivo de Trump minguou US$ 100 milhões desde o ano passado, depois que ele gastou US$ 66 milhões em sua campanha e US$ 25 milhões para chegar a um acordo numa ação judicial contra a Universidade Trump.
ELES ENSINAM QUE AS REGRAS DEVEM SER VIOLADAS
A trajetória do presidente norte-americano: da academia militar de Nova York à escola de administração da Pensilvânia
Trump, 71, passou cinco anos na Academia Militar de Nova York em Cornwall-on-Hudson, jogando basquete, futebol, futebol americano e beisebol. Foi lá que ele diz ter descoberto sua habilidade com o taco de beisebol. Em seu livro de 1987, “Trump: A Arte da Negociação”, ele descreve como conquistou o apoio de seu enérgico treinador, um ex-fuzileiro naval chamado Theodore Dobias.
“De certa forma, eu o manobrei”, Trump escreveu. “O fato de eu ser um ótimo esportista ajudou, já que ele era o treinador de beisebol e eu era o capitão do time. Mas eu também aprendi a jogá-lo.” De lá, Trump foi para a Universidade Fordham, que frequentou por dois anos, e depois para Wharton, para estudar administração. Essas instituições ajudaram a moldar o homem que viria a ser presidente. “Fiz um monte de cursos de finanças em Wharton”, disse ele a FORBES em 1987. “Primeiro, eles ensinavam a você todos os regulamentos e regras. Depois, ensinavam que, na verdade, esses regulamentos e regras foram feitos para ser violados.”
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