Lilly Sarti criou sua própria marca com a irmã, Renata, há pouco mais de 11 anos. Na época, ela não imaginou que os negócios iriam tão longe. Mas foram, e a grife firmou raízes na cena da moda brasileira além de, atualmente, estar disponível também em sites de comércio eletrônico internacionais. Lilly, eleita Under 30 na edição 2017 da lista, aos 30 anos, conversou com FORBES sobre os projetos atuais e a nova loja, aberta em outubro do ano passado.
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Como foi a experiência de sair na lista UNDER 30?
Lilly Sarti: Embora sejamos uma marca de moda, eventualmente fazemos parte de matérias para revistas mais focadas em negócios – como FORBES – e acabamos atingindo um público totalmente diferente, majoritariamente masculino, o que reforça a imagem de que não somos apenas uma grife, mas sim um negócio. Isso muda a forma como a empresa é vista pelo mercado.
A nova loja demandou um investimento grande. Como foi o processo de inaugurar um novo ponto?
LS: Abrimos a loja em outubro de 2017 e realmente foi um grande investimento(a marca não abre números). Agora, estamos em um lugar que tem uma visibilidade [rua Bela Cintra, esquina com a rua Sarandi], um fluxo diferente da loja anterior que era mais um destino. E é realmente diferente, você aumenta o faturamento, fica aberto a novas pessoas que talvez não fossem a outros pontos e reforça a identidade da marca.
E por que vocês abriram uma nova loja? Qual era a necessidade?
LS: A loja anterior (atualmente fechada), na rua Peixoto Gomide, tinha uma década, e até o nosso projeto que era bem moderno para a época, bem diferente do estilo rococó, acabou ficando datado. Depois de 10 anos, ficamos com muita vontade de fazer essa mudança, e caímos em um ponto onde funcionava a antiga loja da Versace, onde pudemos aproveitar muito do que já tinha no ambiente, tudo de alta qualidade. Além disso, contratamos arquitetos que conhecem a marca, porque eu acredito que não pode ser separado, uma coisa depende da outra. O produto evoluiu junto a uma loja que também evoluiu, os elementos foram se encaixando e o próprio produto se encaixa melhor nessa loja do que na anterior.
Como foi realizar um grande investimento em um momento economicamente delicado?
LS: Eu acho que 2016 e 2017 foram anos críticos. Nós demos um passo em um momento em que a maioria das pessoas não queria gastar. Em anos normais, os shoppings crescem, em média, 30%, mas isso não aconteceu nos últimos tempos – não estou nem falando de prejuízo, mas sim do fato de que a economia estagnou. Estrategicamente, a loja é uma vitrine, e acho que o nosso negócio foi ousar em um momento em que ninguém estava investindo. Acredito que um bom empreendedor faz exatamente isso: enquanto todo mundo está quieto, ele tem uma atitude ousada, assume um risco na hora certa.
Qual é o momento atual da marca? E quais são os próximos passos?
LS: Em 2017, tivemos um ano voltado para restabelecer a casa e avaliar muitas coisas sobre a cultura da marca, algo que se perde às vezes enquanto vai tudo muito bem.E foi aí que tomamos a decisão também da loja nova. Hoje vendemos para sites de comércio eletrônico de fora do país, estamos olhando muito para isso. Atualmente estamos no Farfetch internacional e começamos um trabalho na Casa Pau Brasil, em Portugal, uma super aposta. Já vendemos também no Moda Operandi. Em território brasileiro temos uma estratégia de apenas vender para quem está saudável financeiramente. E, infelizmente, por conta da situação financeira do país, hoje estamos com 58 clientes de atacado, porque eles são o público com menor inadimplência atualmente.
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