Como alguns boatos já previam, o casal Barack Obama e Michele Obama assinou com a Netflix um contrato para a produção de conteúdo. O anúncio aconteceu ontem (21), no perfil no Twitter da plataforma. Nenhum detalhe foi divulgado. O anúncio, de forma bem ampla, diz que o casal vai produzir “séries roteirizadas, séries sem roteiro, séries-documentário, documentários e filmes de longa-metragem”.
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O ex-presidente norte-americano lida de uma maneira diferente da nossa em relação ao entretenimento. Lá, uma figura pública, mesmo que da classe política, tem a mesma visibilidade que atores de Hollywood. Não sem motivo, pelo menos dois presidentes da história recente dos EUA saíram das telas para a cadeira executiva mais importante do mundo: Ronald Reagan e Donald Trump. Outros, como o próprio Obama e Bill Clinton, são figuras públicas facilmente encontradas em citações da cultura pop.
Veja na galeria de fotos abaixo, todos os presidentes norte-americanos que ganharam as telas:
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Ronald Reagan (1981 – 1989)
Reagan foi ator antes de político. Com uma carreira grandiosa (em volume, nem tanto pela crítica), fez nada menos do que 81 filmes como ator, quase todos pela Warner Bros. Enveredou-se para a política nos anos 1950 e se empolgou quando foi contratado pela GE para uma série e também para viajar o país para palestras motivacionais para funcionários da empresa. Foi quando consolidou seu discurso, ganhou projeção nacional e foi eleito para o governo da Califórnia, em 1967. Seu último longa-metragem como ator foi “Os Assassinos”, de 1964. Depois, ainda fez pontas em séries como “Um Maluco no Pedaço” (1990), como ele mesmo.
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George H. W. Bush (1989 – 1993)
Mais reservado do que Reagan, Bush teve uma relação bem menor com a tela e tem um histórico pequeno de participações em programas de entrevistas e documentários. Talvez sua atuação mais curiosa tenha sido no curta-metragem “Astros do Desenho Animado Contra as Drogas” (“Cartoon All-Stars to the Rescue”, no original, de 1990), em que dividiu a tela com Pernalonga, Garfield e alguns dos Muppets para convencer os jovens norte-americanos a se afastarem das drogas.
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Bill Clinton (1993 – 2001)
Com Clinton, a figura do presidente dos Estados Unidos voltou a ser midiática e popular. Apaixonado por música – e bom entendedor do assunto –, ele pode ser visto como personagem em alguns filmes do gênero, como “Willie Nelson: The Big Six-0” (de 1993, com o presidente atento na plateia), “Shine a Light” (filme de 2008 sobre os Rolling Stones, com direção de Martin Scorcese) e, mais recentemente, “Chasing Trane” (documentário de 2017 sobre o jazzista John Coltrane, em que Clinton se mostra como entrevistado e grande entendedor da vida e obra do músico). O ex-presidente pode ser visto ainda no documentário brasileiro “Quebrando o Tabu”, de 2011, de Fernando Grostein Andrade e Cosmo Feilding-Mellen, que mostra a derrota da política global contra as drogas.
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George W. Bush (2001 – 2009)
O filho de George H. W. Bush não encarou uma fase fácil da política norte-americana. Logo no primeiro ano de governo, os ataques de 11 de setembro dificultaram muitos processos, inclusive o da visibilidade positiva do presidente. A imagem de Bush, atordoado ao ouvir de um oficial que os Estados Unidos estavam sendo atacados, enquanto lia para crianças numa escola primária, foi imortalizada pelo documentário “Tiros Em Columbine”, do controverso Michael Moore, e ficou gravada na mente dos espectadores. Com isso, seu nome ficou ligado aos ataques e aparece em diversos documentários sobre o tema, incluindo alguns que questionam a inteligência do governo e seus serviços de informação.
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Barack Obama (2009 – 2017)
O atual contratado da Netflix tem familiaridade com as telas e, mais do que isso, seu governo coincide com o aumento da relevância das redes sociais como fonte de informação. Obama foi o primeiro presidente norte-americano a ter perfis oficiais nas redes, por exemplo. Com isso, sua relevância como personalidade dentro do star-system norte-americano foi potencializada, especialmente, quando somada a uma história de superação e engajamento na luta afro-americana. Antes mesmo de ser um profissional contratado da Netflix, Obama já podia ser encontrado na estreia do talk show de David Letterman, no documentário “The Final Year” (sobre seu último ano na Casa Branca) e num episódio de “Comedians in Cars Getting Coffe” (talk show de Jerry Seinfeld), entre outros títulos. Na ficção, a plataforma traz ainda “Barry”, uma série biográfica sobre o jovem Obama na fase universitária.
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Donald Trump (2017 – atual)
Trump é aquele que personifica a forma como o norte-americano vê o entretenimento com seu estilo que confunde o homem e o personagem. Como empresário e playboy, é velho conhecido das telas dos Estados Unidos e em 100% das vezes aparece como ele próprio, mesmo em filmes e séries ficcionais como “Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York” (1992), “Um Maluco no Pedaço” (num episódio da temporada de 1994), “Os Batutinhas” (1994) e “The Nanny” (episódio de 1996). Como produtor-executivo de TV, foi o responsável por pelo menos cinco edições de “Miss Universo”, além do reality “The Apprentice” (que ganhou versão brasileira como “O Aprendiz”). Michael Moore (novamente!) atualmente filma o documentário “Fahrenheit 11/9” e promete expor segredos da administração Trump.
Ronald Reagan (1981 – 1989)
Reagan foi ator antes de político. Com uma carreira grandiosa (em volume, nem tanto pela crítica), fez nada menos do que 81 filmes como ator, quase todos pela Warner Bros. Enveredou-se para a política nos anos 1950 e se empolgou quando foi contratado pela GE para uma série e também para viajar o país para palestras motivacionais para funcionários da empresa. Foi quando consolidou seu discurso, ganhou projeção nacional e foi eleito para o governo da Califórnia, em 1967. Seu último longa-metragem como ator foi “Os Assassinos”, de 1964. Depois, ainda fez pontas em séries como “Um Maluco no Pedaço” (1990), como ele mesmo.