Músicos palestinos estão colhendo rapidamente os frutos de sua presença no Spotify, que lançou seu serviço de streaming no Oriente Médio e no norte da África na semana passada.
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“O polo árabe proporciona uma plataforma única que traz todo o espectro da cultura e da criatividade árabe, do passado e do presente”, disse Suhel Nafar, músico da cidade israelense de Lod que atua como editor sênior de música e cultura árabe do serviço.
O Spotify é a primeira empresa grande de streaming a lançar um programa específico para os territórios palestinos ocupados, permitindo que artistas locais alcancem novos públicos apesar dos desafios regionais.
“Como artistas palestinos, enfrentamos muitas restrições. Alguns não podem viajar para se apresentarem em outro país”, disse Bashar Murad, cantor palestino radicado em Jerusalém Oriental, área que Israel capturou, assim como a Cisjordânia, durante a guerra de 1967.
Ele disse que o Spotify o está ajudando a fazer com que sua música seja ouvida. “Depois do lançamento, meus seguidores mensais [no Spotify] aumentaram de 30 para algo como 6.500”, acrescentou Murad.
Entretanto, a falta de serviços de telefonia de alta velocidade na Cisjordânia e na Faixa de Gaza limitará o uso do aplicativo em trânsito. “Terei que estar em casa, em um café ou em um lugar que tenha uma boa conexão de internet para fazer upload das minhas canções no Spotify”, disse Mohammed Al-Susi, rapper de Gaza que se registrou no Spotify na semana passada.
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Os territórios palestinos são o único mercado árabe incluído no lançamento regional do Spotify que carece de infraestrutura de banda larga 4G, embora alguns consumidores usem redes mais rápidas na vizinha Israel. A Cisjordânia lançou um serviço 3G no final de 2017, mas Gaza só tem conexão 2G.
“Será ótimo. Melhor do que postar minhas canções no Facebook e ter que ver os comentários das pessoas. É um veículo puramente para a música”, disse Al-Susi, sobre a possibilidade de ter a rede 3G em Gaza.
O Spotify está disponível extraoficialmente na Cisjordânia e em Gaza há vários anos por meio de contas registradas em Israel ou outros mercados e acessado por meio de uma rede privada virtual, ou VPN. A plataforma foi lançada em Israel em março.
Mesmo assim, ter um serviço musical e social específico para os territórios palestinos é “algo significativo”, disse Murad. “Apesar das restrições, podemos nos unir nas redes sociais.”