As últimas décadas foram marcadas por um incrível boom tecnológico, mas é a convergência das tecnologias surgidas nesse período que pode realmente transformar o nosso futuro. Se a sua maior preocupação são as mudanças climáticas, a poluição do ar, o terror dos plásticos, a segurança alimentar ou alguma outra ameaça existencial enfrentada pelo mundo, saiba que existem soluções tecnológicas capazes de nos salvar. São soluções que podem nos ajudar a cumprir os objetivos do acordo internacional firmado em Paris em 2015, com medidas para a redução da emissão de dióxido de carbono a partir de 2020, ou alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, até 2030.
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A Masdar, empresa também conhecida como a Companhia de Energia do Futuro de Abu Dhabi, produziu uma nova edição do relatório “O Futuro da Sustentabilidade” em parceria com o jornal “The National” e em sinergia com o World Future Energy, evento anual da Semana de Sustentabilidade de Abu Dhabi (ADSW). O documento destaca como inovações tão díspares quanto a captura de carbono — uma tentativa de travar a emissão de grandes quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera –, o armazenamento de energia, a impressão 3D, a inteligência artificial (IA) e a análise de dados podem monitorar a transição do mundo rumo a um cenário de baixa emissão de carbono, um cenário sustentável.
O relatório também examina os principais avanços tecnológicos pró-sustentabilidade em seis setores: energia e alterações climáticas, água, mobilidade, biotecnologia, espaço e tecnologias para o bem. Diversas tecnologias — como impressão 3D, nanotecnologia, análise de dados, blockchain e IA — impactam os seis setores. Elas convergem para melhorar a eficiência, otimizar o consumo de eletricidade e produzir sistemas inteligentes que reduzirão a nossa pegada de carbono.
Na lista de possibilidades criadas por essas tecnologias, estão captura de carbono e armazenamento de energia, dessalinização de água do mar com fontes de energia renovável, veículos elétricos e autônomos, nanolitografia (fabricação e aplicação de estruturas em escala nanométrica) e fabricação avançada (uso de tecnologia inovadora para melhorar produtos ou processos), modificação genética, biocombustíveis, robótica e sistemas de software sofisticados.
As inovações no campo da energia e das mudanças climáticas continuam sendo algumas das mais fundamentais para um futuro sustentável, e o relatório argumenta que é preciso obter uma melhoria no armazenamento de energia, incluindo o armazenamento de hidrogênio, para uma boa transição para a energia limpa. Enquanto isso, as redes inteligentes e a conectividade podem melhorar a gestão energética e reduzir resíduos.
Há outras áreas a que precisamos dar maior atenção para saber se sofrerão um impacto. Como a de tecnologias para cidades pequenas, uma inovação essencial para o desenvolvimento de serviços de mobilidade sustentáveis.
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Com relação à água, uma questão crítica, tanto em termos de agricultura (atividade que consome 70% da água doce global todos os anos) como de geração de energia, é a dessalinização, que precisa ser desenvolvida com rapidez.
A biotecnologia ficará cada vez mais popular, com potencial de resolver uma ampla gama de desafios médicos, agrícolas e ambientais. Em indústrias variadas, a impressão 3D continuará a desempenhar um papel cada vez mais importante, enquanto a exploração espacial deixará de ser uma prática exclusiva dos governos para ser desenvolvida por indústrias privadas sustentáveis.
Juventude, um ativo
Um ponto de destaque no relatório é a participação dos jovens. Enquanto a população no Hemisfério Norte envelhece, a demografia global segue o caminho oposto. E a maioria dos jovens de hoje acredita que a mudança climática será a maior ameaça para o mundo na próxima década e se volta para a inovação para resolver desafios. Isso se articula com a última questão importante do relatório, que é o papel central da educação para a realização das práticas sustentáveis.
“O mundo testemunha uma mudança do paradigma tradicional de negócio. Busca-se agora um mais consciente e sustentável, impulsionado por sua juventude e pela colaboração perfeita entre seus setores público e privado”, disse o Ministro de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente dos Emirados Árabes, Thani bin Ahmed Al Zeyoudi.
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Veja as dez principais tecnologias apontadas pela pesquisa:
1. Eletricidade partilhada
Sistemas de blockchain que permitem a partilha de eletricidade, como o desenvolvido pela empresa alemã OLI.
2. Energia renovável
Instalações de computadores de blockchain com fontes de energia renovável, como a feita pela companhia Soluna.
3. Energia limpa
Plataformas de compartilhamento ponto-a-ponto de energia solar, que levam energia limpa para áreas remotas, como a da SOL-Share, baseada em Bangladesh.
4. Energia livre de carbono
Um sistema de recuperação de calor desperdiçado, que recicla subprodutos industriais para serem agregados a uma fonte de energia livre de carbono, do sistema “Seramic”, dos Emirados Árabes.
5. Armazenamento de energia
Uma bateria em estado sólido para impressão 3D, alimentada por óleo vegetal com aplicações em potencial para armazenamento de energia, desenvolvido pela Berekotry Ltd.
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6. Carvão de biomassa
Um tipo de carvão feito de biomassa, que pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em usinas, elaborado pela Agri-Tech Producers.
7. Carvão ecológico
Briquetes (carvão ecológico) de biomassa, que reduzem o desmatamento e a dependência do carvão sujo como o criado pela Kayole Enviroment Management Enterprise, do Quênia.
8. Atitude sustentável
Um sistema de realidade virtual, que inspira um comportamento mais sustentável, da nova-iorquina Thinc Design.
9. Adeus ao plástico
Uma fonte de água urbana, que economiza e evita o uso de milhões de garrafas de plástico, do ProAcqua Group.
10. Tintas ecológicas
São capazes de proteger superfícies e melhorar a eficiência energética, como as da zero-VOC.