Nasci e morei a maior parte da vida no Rio de Janeiro, razão pela qual muito me entristece a fase delicada que minha cidade natal atravessa já há alguns anos. Embora haja inúmeros problemas mais graves, sobretudo os relacionados à criminalidade e à violência, não deixa de ser mais um “7 a 1” a notícia de que não haverá mais voos diretos entre a capital fluminense e dois destinos-chave nos Estados Unidos: Nova York e Orlando. Ou melhor, vai sobrar uma saída diária para Miami, pela American Airlines — do jeito que a coisa anda, será que dura?
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Os voos sem escala para Nova York e Orlando (operados por Latam, American Airlines e Delta), saindo do Galeão, funcionarão apenas até o fim de março, com redução gradual até o cancelamento. A partir de dezembro deste ano, alguns vão rolar apenas nas épocas mais concorridas do ano, como as férias.
O cancelamento se deve, pelo que informam as companhias aéreas, à baixa demanda nos meses de menor movimento. Ainda que a ocupação chegue a quase 90% em momentos da alta temporada, acaba não compensando.
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Ainda haverá voos da Delta para o Rio a partir de Atlanta e da United Airlines, de Houston, é verdade. Mas não só são cidades menos importantes para quem vai daqui pra lá quanto para quem vem na mão contrária. Alguém que queira vir de Nova York para o Galeão, por exemplo, terá de ir até uma dessas cidades, pousar em São Paulo e só aí seguir para o destino final.
Aliás, mais do que um mero problema na linha “classe média sofre”, o que considero complicado é justamente dificultar a chegada de estrangeiros ao Rio. Cada vez mais, a gente complica a vida de quem poderia desembarcar aqui e torrar seus dólares na cidade.
A esperança é que os turistas europeus sigam a toada das companhias aéreas que ligam o continente ao Rio. British Airways (Rio-Londres), KLM (Rio-Amsterdam) e Iberia (Rio-Madrid) devem passar em breve a ser diários. Alguns voos da TAP, com duas saídas diárias, aliás. Nesse caso, pesa a questão de os europeus não necessitarem de visto para vir para cá — os americanos, assim como nós quando vamos para lá, precisam.
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Costumo dizer que o Rio é a Gisele Bündchen das cidades: sempre linda e de tirar o fôlego, mesmo que não esteja num dia muito bom. Bem, até a Gisele se aposentou. Vamos torcer para que a ex-Cidade Maravilhosa volte a fazer jus ao apelido.