O homem mais rico da França, Bernard Arnault, respondeu hoje (18) a críticas sobre sua prontidão em doar milhões de euros para a restauração da Catedral de Notre-Dame, dizendo que não se beneficiará de isenções fiscais e classificando a acusação como mesquinha.
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O grupo de bens de luxo LVMH, proprietário das roupas da Louis Vuitton e das champanhes Moët&Chandon, e sua família anunciaram uma doação de € 200 milhões após um incêndio atingir Notre-Dame na segunda-feira (15).
O anúncio seguiu uma oferta de € 100 milhões do rival de Arnault, François-Henri Pinault, CEO da Kering, proprietária da Gucci, e provocou uma onda de doações de algumas das principais empresas da França, o que elevou as arrecadações para cerca de € 1 bilhão.
No entanto, as atitudes também provocaram questionamentos de instituições de caridade, políticos e comentaristas sobre o motivo pelo qual alguns doadores corporativos haviam oferecido tanto e tão rapidamente, incluindo especulações sobre os benefícios fiscais. Alguns expressaram frustração pelo fato de outros desastres não terem recebido apoio semelhante.
Arnault disse à assembleia de acionistas da LVMH que sua holding familiar não era, no momento, elegível para isenções fiscais em doações de caridade, que, segundo a lei francesa, podem se qualificar para uma dedução de 60%.
Ele acrescentou que a empresa de artigos de luxo havia atingido o limite máximo de redução de impostos devido aos valores gastos nos últimos anos para a construção da Fundação Louis Vuitton.
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“É uma controvérsia vazia”, disse Arnault. “É muito desanimador ver que na França você é criticado até mesmo por fazer algo pelo interesse geral.”
Os acionistas que ficaram felizes com a doação deveriam usar as redes sociais para mostrar seu apoio “por um ato pelo qual, em muitos outros países, seríamos parabenizados”, disse Arnault, aplaudido pelos investidores.
A holding familiar da Pinault disse ontem (17) que não pretende pedir isenção de impostos em sua doação. A esposa de Pinault, a atriz Salma Hayek, também o defendeu em uma publicação no Instagram.
“Meu marido e meu sogro são dois cidadãos franceses generosos, que compreendem sinceramente a importância desse tesouro espiritual, cultural e histórico de Paris para o mundo”, escreveu ela.
Os críticos das doações incluíram sindicatos de trabalhadores na França, que declararam que era irritante que fundos não pudessem ser reunidos para problemas sociais.