Resumo da matéria
- Brinquedos sexuais inteligentes podem ser controlados remotamente, dando um toque interessante a um relacionamento à longa distância
- Em se tratando de robôs sexuais, há uma controvérsia sobre seus efeitos na sociedade, já que eles podem servir como companhia, mas também podem colaborar para o isolamento social
- Embora o desenvolvimento de inteligência artificial na indústria do sexo seja rápido, ainda não foram preparadas regulamentações oficiais para os produtos inteligentes
Imaginar nossos momentos mais íntimos sendo desempenhados por inteligência artificial é meio assustador. De brinquedos sexuais inteligentes a bots (robôs) que oferecem companheirismo e sexo, a tecnologia pode mudar o futuro da intimidade.
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Esse cenário está impulsionando os negócios de empresas do setor, que estão na correria para desenvolver novos produtos. Ao mesmo tempo que essa ideia deixa algumas pessoas empolgadas, deixa outras preocupadas.
Veja, na galeria de fotos a seguir, algumas inovações que a inteligência artificial está proporcionando:
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Getty Images Brinquedos sexuais inteligentes
Brinquedos sexuais conectados a aplicativos, com tecnologia e sensores da Internet das Coisas (conceito que se refere à conexão de objetos com a internet), podem ser controlados remotamente e, agora, estão disponíveis para homens e mulheres. Existem produtos para casais que podem ser controlados por smartphones ou tablets, e outros destinados ao uso individual. Um dos gadgets pode até ser ativado usando a Alexa (assistente virtual inteligente da Amazon). Não importa onde você estiver no mundo, esses brinquedos podem dar um toque interessante a um relacionamento à longa distância.
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Getty Images Robôs sexuais
Apesar de algumas pessoas apoiarem brinquedos sexuais inteligentes, a controvérsia é maior no que diz respeito aos robôs sexuais anatomicamente corretos para a sociedade. Ainda assim, a polêmica não impede que quase metade dos norte-americanos acredite que fazer sexo com robôs seja uma prática comum em até 50 anos. Robôs como a Harmony, da Realbotix, e a Samantha, da Synthea Amatus, são realistas e também adaptáveis, interpretando personagens e personalidades diferentes. Eles podem falar, expressar sentimentos e responder ao toque e ao prazer da mesma forma que os humanos. Já que são máquinas de inteligência artificial, os robôs sexuais também aprendem a conversar e a ser atenciosos com seus parceiros.
Os defensores dessas máquinas acreditam que elas podem ser uma solução para ajudar a aliviar a solidão, servindo como companhia para indivíduos sozinhos e até idosos. Além disso, os robôs podem satisfazer desejos sexuais de indivíduos e casais de maneira segura, sem o risco de doenças sexualmente transmissíveis ou gravidez indesejada.
Por outro lado, existe a preocupação de que eles sejam prejudiciais à sociedade, já que relações sexuais com robôs podem colaborar para o aumento do isolamento. Psicólogos matrimoniais acreditam que máquinas, projetadas para imitar humanos e totalmente personalizáveis, podem mudar significativamente o vínculo do casamento e se tornar “objetos de obsessão”, já que não trazem o lado ruim de ter que lidar com outra pessoa em um relacionamento. No Japão, país onde a taxa de natalidade está diminuindo, existe a preocupação de que robôs sexuais potencializem o problema. Por esses motivos, foi lançada uma campanha contra os robôs sexuais, proposta por diversas organizações ao redor do mundo preocupadas com o capitalismo e a exploração sexual humana.
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Getty Images Pornografia na realidade virtual
Segundo expectativas do banco Piper Jaffray, em 2025, a pornografia será o terceiro maior setor de realidade virtual do mundo, atrás dos videogames e da liga de futebol americano NFL. Por meio de uma visão de 180 ou 240 graus, o espectador fica imerso em uma cena pornô. Muitos empreendedores e empresas, como a Oculus, que tem um óculos de realidade virtual para pornografia, estão desenvolvendo usos mais íntimos para a IA. Algumas estimativas indicam que a indústria de tecnologia sexual vale US$ 30 bilhões e está crescendo.
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Getty Images Questões legais e políticas
Embora o desenvolvimento de inteligência artificial na indústria do sexo seja rápido, os governos ainda não estão preparados para regulamentar novos produtos. Ainda há muitas questões para responder sobre como lidar com considerações de privacidade e como garantir que os robôs sejam seguros. A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou o Curbing Realistic Exploitative Electronic Pedophilic Robots Act (Ato de Contenção a Robôs Pedofílicos, Eletrônicos, Exploradores e Realistas, em tradução livre) em 2018 para proibir preventivamente robôs sexuais infantis. Regulamentar a inteligência artificial na indústria do sexo é uma nova fronteira. Já existem desafios na regulamentação da indústria pornográfica, ainda mais quando se trata de realidade virtual. Algumas das leis existentes são antiquadas, e os legisladores terão que lidar com questões legais e políticas criadas pela tecnologia.
À medida que a inteligência artificial toma conta de outras áreas das nossas vidas, padrões sociais são alterados e recriados. Desta vez, a tecnologia está mudando a maneira como interagimos intimamente com aparatos e com nossos semelhantes. Assim, fica claro que a IA e o talento artístico, utilizados para a fabricação de robôs sexuais, são impressionantes, mas resta saber se essa novidade em nossas relações íntimas será boa ou ruim para a sociedade.
Brinquedos sexuais inteligentes
Brinquedos sexuais conectados a aplicativos, com tecnologia e sensores da Internet das Coisas (conceito que se refere à conexão de objetos com a internet), podem ser controlados remotamente e, agora, estão disponíveis para homens e mulheres. Existem produtos para casais que podem ser controlados por smartphones ou tablets, e outros destinados ao uso individual. Um dos gadgets pode até ser ativado usando a Alexa (assistente virtual inteligente da Amazon). Não importa onde você estiver no mundo, esses brinquedos podem dar um toque interessante a um relacionamento à longa distância.
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