Resumo da matéria
- De acordo com uma nova legislação de Israel, o cultivo caseiro de cannabis é permitido, assim como seu consumo para fins medicinais e recreativos;
- A indústria de maconha israelense está no topo da lista, com empresas como a Tikun Olam, que tem 40% de participação no mercado;
- Segundo o Ministério da Saúde de Israel, mais de 550 fazendas já enviaram pedidos de licença para cultivar cannabis medicinal.
Novas leis israelenses descriminalizaram a posse de cannabis e plantas similares. De acordo com a nova legislação, o cultivo caseiro de maconha não é mais punível por lei, e o porte de pequenas quantidades de cannabis em público sem autorização médica será punido com multas, em vez de processos criminais.
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Israel descriminalizou o uso adulto da planta no dia 1º de abril deste ano. No mesmo dia, o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Barak foi o principal orador da 4ª conferência anual da CannaTech, na cidade de Tel Aviv.
Barak, que é presidente da Cannoc/Intercure, empresa israelense de cannabis medicinal, falou sobre os benefícios da planta, dizendo que Israel está mudando seu lema para “a terra do leite, mel e maconha”.
O envolvimento do ex-primeiro-ministro com a temática destaca ainda outro político, que deixou de ser proibicionista para ser proponente da cannabis: o ex-presidente da Câmara dos EUA, John Boehner. Com o posicionamento, Barak se junto ao grupo global de ex-líderes de governo, como o ex-presidente do México, Vicente Fox, que está em busca de mudar a percepção do mundo sobre a cannabis.
“Cerca de 35 países já legalizaram a cannabis de alguma maneira, seja para uso médico ou até recreacional”, explicou Barak, durante sua palestra. “Dois terços dos estados dos EUA aprovaram a cannabis medicinal, e um terço aprovou o uso recreativo.” (Em alguns círculos de consumo de cannabis, a expressão utilizada para “consumo recreacional” é “uso adulto”.)
Com o estereótipo de “macho alfa” que se espera de um ex-membro do exército, Ehud Barak afirma: “O futuro da cannabis pertence àqueles que são maiores, mais rápidos e mais assertivos, que terão lugar garantido nos mercados”.
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O parlamento israelense aprovou a 16ª emenda ao Decreto de Drogas Perigosas em 25 de dezembro do ano passado, que diz respeito à governança e à regulamentação da exportação de maconha medicinal do país. Assim, Israel está pronto para se tornar um centro global no mercado de maconha.
A indústria de maconha israelense já está entre os “atores mais assertivos”, com empresas como a Tikun Olam na liderança, com 40% de participação no mercado.
“Quando se trata de ranking da indústria mundial de cannabis, Israel está no topo da lista. Desde as primeiras descobertas de Raphael Mechoulam [químico orgânico israelense] até o trabalho significativo na identificação do sistema endocanabinóide, o país tem liderado alguns dos avanços mais significativos na ciência da cannabis. Sendo a primeira nação a legalizar a maconha medicinal, mais de uma década atrás, Israel permitiu que empresas como a Tikun Olam, assim como instituições médicas e educacionais, realizassem pesquisas inovadoras que serviram como base para avanços nessa indústria”, afirma Stephen Gardner, diretor de marketing da Tikun Olam nos Estados Unidos.
Segundo o Ministério da Saúde do país, mais de 550 fazendas já enviaram pedidos de licença para cultivar cannabis medicinal, em antecipação às novas diretrizes que permitirão a compra de maconha em farmácias por qualquer paciente com a prescrição de um médico. Atualmente, a planta está disponível apenas para pacientes que sofrem de mal de Parkinson, epilepsia, câncer e outras doenças terminais.
As novas leis foram adiadas, mas devem entrar em vigor em breve.