No aniversário de um ano da prisão de Lula, o embaixador do BBB na Europa, Jean Wyllys, enviou ao ex-presidente uma “carta desde o exílio”. O folclórico personagem, que continua mandando ao Brasil notícias épicas desde o seu teatro de autoperseguição, é uma usina de piadas prontas e infelizmente desperdiçadas. O humorismo brasileiro está dominado por uma geração que, diante desses hilariantes revolucionários do PSOL, fica séria e bate continência.
É bem esquisita essa geração descolada (?) que leva Jean Wyllys a sério. Compraram um kit libertário para burguês mimado e saem por aí exaltando hipócritas e suas fantasias desde o exílio imaginário. O kit deveria conter o alerta ao consumidor: liberdade e hipocrisia não podem ocupar o mesmo lugar no espaço e no tempo, não se misturam como água e óleo, e todas as leis da física que forem necessárias para explicar essa aberração moral. Ou seria uma aberração estética?
Como o fabricante não incluiu o alerta no kit, os libertários de butique ficam em posição de sentido (só falta a farda) quando uma vítima profissional chama um ladrão julgado e condenado de preso político.
O tom solene entre o arremedo de Che Guevara e o sindicalista 171 que roubou um país inteiro – tudo envernizado com uma indescritível retórica de grêmio estudantil – renderia centenas de piadas no “Pasquim”, no “Planeta Diário”, na “TV Pirata”. A nova geração se acha herdeira desses clássicos do humor nacional – mas nenhum deles jamais bajularia políticos do PSOL e revolucionários de auditório. Como é careta, essa geração.
O jeito é ir todo mundo pro cercadinho do rock (?) brincar de revolução – pagando caro por aquele engajamento histriônico contra qualquer poder que não seja o do Lula, da Dilma, do Maduro, enfim, desses heróis imaculados que jamais ouviram um pio desde os festivais conscientes. Deve ser bom negócio, senão lendas vivas como Roger Waters não estariam vendendo seu corpinho nesse ramo.
Notícia fresca desde o Congresso Nacional: a principal agenda da República – a reforma vital para tirar o país do buraco – é barrada no grito por barraqueiros profissionais como Gleisi Hoffmann, Maria do Rosário, Zeca Dirceu e outros representantes da quadrilha que depenou a nação. Silêncio nos festivais, continência nos humorísticos, respeito cerimonioso da resistência democrática nas redes sociais. A sabotagem é sagrada.
Traduzindo a cartinha desde o exílio: hipocrisia fantasiada de liberdade se chama covardia.
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