Resumo:
- Durante a conferência da Apple para desenvolvedores, WWDC, Cook anunciou seu desktop com preço inicial de US$ 5.999;
- A previsão da empresa é de que o hardware será usado pelas empresas criadoras de conteúdo;
- O computador tem armazenamento interno de até 4 TB SSD, 1,5 TB de memória DDR4 ECC e pesa 18kg.
Se a Apple de Tim Cook se volta para a um portfólio baseado em software, serviços e assinaturas, por que todos estão animados com o novo Mac Pro anunciado, ridiculamente caro? Por que a Apple foi arrogante o suficiente para dedicar tanto tempo a um produto com público limitado, em sua palestra na Apple Worldwide Developers Conference (WWDC)?
LEIA MAIS: Tela do MacBook Air Retina é atualizada e se aproxima da concorrência
Porque Cook e sua equipe assumiram que o Mac Pro será a plataforma que os provedores de conteúdo usarão para alimentar os serviços de assinatura para captar consumidores.
É importante lembrar que esta não é uma máquina para o público comum. Não é nem mesmo uma máquina para os profissionais. Mesmo que qualquer um possa comprar esse lançamento da Apple, o mercado-alvo é formado por criativos que precisam de quantidades elevadas de poder computacional. A grande maioria dos usuários domésticos não precisará de uma máquina com 1,5 terabytes de memória RAM para ser criativa. Para estes, o iMac comum é mais do que suficiente.
O Mac, mesmo em sua configuração básica, é para criação de mídia profissional. Talvez a maior ilusão de Tim Cook seja convencer o extenso público da WWDC que a plataforma tenha como alvo algumas milhares de empresas, no máximo. A apresentação foi muito além do público principal do produto.
O preço do novo Mac Pro não deve ser comparado ao de um MacBook Air, com um pouco mais de poder para gráficos, isso seria subestimar o potencial do Mac. O preço deve ser considerado no contexto em que ele será colocado em uso. Um ambiente em que um suporte de monitor que pode aumentar a eficiência e a produtividade muito acima do preço de varejo de US$ 999 é aquele em que um Mac Pro que pode custar mais de dez mil dólares. Não é apenas um investimento que vale a pena, mas um acerto absoluto quando se observa para o lucro que ele pode ajudar a gerar.
Para o público mais amplo que se concentra no preço, trata-se de um retorno ao estilo da Apple. Ele restaura a ideia de que a marca Apple está associada à valor alto, excesso e produtividade. Se canalizado corretamente, o fluxo do marketing do Mac Pro aumentará o restante do portfólio, onde a etiqueta cara é mais sobre a impressão de luxo do que sobre a realidade da criatividade.
É claro que o Mac Pro é muito diferente da abordagem atual da Apple para o mercado consumidor. Cook procura se afastar das vendas de hardware como o principal direcionador de renda para um negócio baseado em software e serviços que usa a base instalada como um público cativo, receptivo a produtos com receita recorrente mensal.
O Mac Pro não se encaixa nesse modelo, mas tentar fazer com que o este lançamento se encaixe nisso seria como empurrar uma grande caixa quadrada com alças para dentro de uma pequena lata.