Resumo:
- O carro, de chassi 022, acompanhou o piloto austríaco em seu primeiro campeonato e também na quebra do jejum da Ferrari na Fórmula 1;
- Em cinco corridas com o veículo, Lauda foi pole positions em todas, conquistou três pódios e uma vitória no GP de Mônaco;
- A expectativa é que o 312T tenha um arremate entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões.
“Esta Ferrari 312T, chassi 022, é um dos usados por Niki Lauda para vencer seu primeiro Campeonato Mundial de Fórmula 1, em 1975, e garantir o primeiro campeonato da Ferrari desde 1964”, diz David Gooding, cuja casa de leilões oferecerá o carro em Pebble Beach, na Califórnia (EUA), em agosto. O carro será um dos veículos de destaque da casa de leilões neste ano.
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“Nas cinco corridas que Lauda dirigiu o chassis 022, classificou-se na pole position e subiu ao pódio por três vezes, incluindo uma vitória no Grande Prêmio da França.” Em outras corridas, ele dirigiu um chassis 023, que está na coleção de um francês. Lauda e o chassis 022 também venceram no International Trophy Race do BRDC (British Racing Drivers Club), em Silverstone, uma corrida fora de campeonato, em uma das pistas mais rápidas e assustadoras da Fórmula 1. Veja, no vídeo abaixo, algumas voltas das finais do BRDC.
“Como um carro de Fórmula 1 vencedor de um campeonato, esta é facilmente uma das Ferraris mais importantes do mundo”, completa Gooding, que espera que o carro arremate entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões.
História de sucesso
Na esteira de uma “revolta no palácio” que viu Carlo Chiti e outros funcionários da Ferrari deixarem a escuderia em protesto para se juntar ao empreendimento de curta duração da ATS, em 1962, Mauro Forghieri se viu rapidamente promovido a Chefe do Departamento Técnico, aos 27 anos. Forghieri desenvolveu a Ferrari 158 movida a motor V8, que conquistou o campeonato mundial em 1964, com John Surtees ao volante, o primeiro de quatro campeonatos de Fórmula 1 vencidos pelos italianos, em seu projeto. Forghieri projetou a série 312 com seu motor de 12 litros e caixa de engrenagens transversal: o T significa transversale. O 312T4, de 1979, que trouxe o título do piloto para Jody Scheckter, também ajudou a Ferrari.
Além disso, o jovem Luca di Montezemolo era o chefe da Scuderia quando a 312T começou sua carreira no automobilismo, e subiu para liderar todas as atividades de corrida das marcas Fiat. Sua escalada profissional foi, sem dúvida, impulsionada pelo incrível sucesso da 312T. Montezemolo continuaria reinventando os carros de estrada da Ferrari a partir do início dos anos 90, elevando a marca à sua atual posição de destaque no mercado. Luca também comandou o renascimento da escuderia quando roubou Michael Schumacher e muitos dos engenheiros e gerentes da Benetton. Então, sabiamente, deixou a escuderia andar sozinha.
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O 312T e suas muitas repetições deram à Ferrari três campeonatos mundiais de pilotos, quatro campeonatos de construtores e 27 vitórias. Nas mãos do Lauda, muitas vezes, assumiu a pole position. O carro e este chassis em particular são centrais para os mitos da Ferrari. Depois que o 312T foi suplantado, a Ferrari entrou em uma seca de 21 anos, sem ter pilotos vencendo os campeonatos, até o ano 2000, com Schumacher.
“Este 312T é uma viagem ao GP de Mônaco e à histórica Série Fórmula 1 da FIA Masters”, explica Gooding. “Como demonstrado por sua terceira colocação no Pebble Beach Concours D’Elegance de 2017, esses carros são bem-vindos nos principais campos do show. O carro é surpreendentemente amigável.