Quando tecnologias emergentes são aplicadas apenas para automatização de tarefas e/ou procedimentos, não se trata de uma transformação digital plena, mas, sim, de uma modernização de processos. Porém, a transformação digital vai bem além disso. Acontece a partir do momento em que o ”mindset” do usuário, do gestor e de todos aqueles que compõem o corpo da empresa estão voltados para fora do padrão de mundo habitual.
Pensar fora da caixa é o desafio e, para que seja cultivado, é preciso um exercício diário feito sem medo. O medo reduz a capacidade criativa das pessoas no ambiente profissional e faz com que as soluções sejam cada vez mais voltadas para a automação, em vez da quebra de paradigmas.
Essa transformação pode ser menos sacrificante quando começa mais cedo, ainda nas instituições de ensino. O primeiro passo para ingressar com sucesso no universo digital é durante o período escolar e, para que isso aconteça, os modelos de educação também precisam se transformar.
Escolas com modelos de educação invertida, onde o professor não é mais o centro do saber, mas aquele que orienta o aluno na descoberta de novos caminhos e formas de cultura. A nova cara da grade curricular também é uma aliada na hora do aprendizado. Matérias como empreendedorismo, lógica, robótica e linguagem de programação já fazem parte de algumas escolas. Conceitos, esses, que já são realidade em algumas instituições.
Esses espaços de alunos colherão os frutos muito em breve, já que neste formato eles adquirem amplo conhecimento voltado para o universo digital. Estamos falando de formadores de opiniões que sempre questionarão por que fazer algo antes de simplesmente dizer o que deve ser feito.
Para os adultos, fomentar o compartilhamento do saber é uma cultura que pode ser implantada e trazer muitos frutos. Assim como no novo modelo educacional, os gestores precisam entender que não são os donos do conhecimento, mas aqueles que, dada sua experiência e perfil estratégico, estimulam o senso de transformação e criatividade em seus colaboradores. Que tal realizar reuniões multidisciplinares, onde equipes apresentem suas dores, para que, juntas, busquem uma solução? Esse pode ser um caminho que, mesmo tardio, proporciona uma safra de profissionais pensantes.
Para que a transformação digital aconteça, o erro é algo comum. É assim que surge boa parte das brilhantes e verdadeiras soluções de transformação, já que é neste tipo de situação que mentes analógicas são desafiadas a pensar diferente. E, a partir deste novo modelo de pensamento, gera-se um processo criativo dentro das empresas.
Isso faz com que as soluções propostas não sejam apenas para automatizar a execução de processos. A partir de insights coletivos, podem ser criadas soluções transformadoras e que se adequem ao modelo de negócio, que evoluam com as mudanças econômicas e gerem resultados. Tudo é possível graças à correta aplicação do conhecimento influenciado pela combinação entre criatividade, tecnologia e informação.