Resumo:
- Andy Murray superou uma lesão no quadril, por meio da análise de dados de seu desempenho antes do ocorrido, em 2013;
- O tenista já foi o primeiro colocado no Ranking Mundial da ATP, foi ouro nas Olimpíadas de Londres (2012) e no Rio (2016), e tricampeão do Grand Slam e de outras disputas;
- A Catapult, especialista em tecnologia wearable, uniu-se à equipe do atleta e marcou a estreia da técnica no tênis.
Andy Murray deu seu último grande passo, no último dia 23, em um notável retorno após uma lesão. O tenista britânico conquistou o título de duplas masculinas, ao lado de Feliciano Lopez, no Queen’s Club Championship, e agora deve disputar o torneio de duplas em Wimbledon.
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Após 18 meses de luta contra uma séria lesão no quadril, ele fez uma revelação emocionada no Aberto da Austrália, em janeiro: que sua carreira poderia ter acabado. Em em uma tentativa de finalmente superar o problema, o tricampeão do Grand Slam passou por uma cirurgia de revitalização do quadril, em Londres, em janeiro.
Desde então, o ex-número 1 do mundo e sua equipe trabalharam duro na quadra para voltar ao esporte de alto nível. Foram ajudados pela tecnologia, no acompanhamento do progresso de Murray, em comparações com os padrões que ele tinha antes da lesão.
Jozef Baker, especialista em produtos da Catapult, trabalha próximo a Murray e do seu treinador, Matt Little, em questão de força e condicionamento, desde 2017.
“Os créditos pelo retorno ao jogo pertencem inteiramente a Andy e à sua equipe, mas procuramos fornecer as melhores ferramentas, hardware e software, para que Matt tomasse as melhores decisões para Andy e sua saúde”, diz Baker.
Segundo ele, a equipe de ciência de dados interna foi capaz de usar os sensores da tecnologia para produzir um trabalho personalizado para o jogador, detectando dados históricos e os comparando com ações atuais.
Conseguimos comparar os dados de antes com o que ele fazia no momento de sua recuperação. De lá, tiramos conclusões de um Murray pré-lesão e as comparamos para ajudar Little na elaboração do seu plano de trabalho.
“Tudo isso é feito com o objetivo de fornecer ao treinador insights mais profundos e mais informações para tomar decisões mais bem informado”, completa.
Nenhum outro tenista retornou ao profissional depois de uma lesão como essa, mesmo com Murray recebendo apoio da lenda das partidas em dupla Bob Bryan. O veterano passou por uma cirurgia semelhante e continuou sua carreira ao lado do irmão, Mike.
A Catapult, formada em Melbourne em 2006, tornou-se líder no campo da tecnologia wearable. Atualmente, trabalha com 2.500 equipes em 39 esportes, oferecendo uma variedade de dados e estatísticas para melhorar o desempenho e limitar lesões.
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Murray e sua equipe foram os primeiros a adotar a tecnologia wearable dentro do tênis, com a Catapult iniciando as conversas com o atleta em 2015.
No ano seguinte, o tenista venceu Wimbledon, o ouro olímpico e as finais da turnê ATP.
Little, que está na equipe de treinamento de Murray desde novembro de 2007, explicou em quais as áreas que a Catapult ajudou a melhorar o jogo de Murray em seu retorno após as lesões.
“Estes dispositivos podem nos dizer a carga externa que é colocada no jogador. Correndo em volta da quadra, pulando para cima e para baixo, correndo, torcendo e girando”, conta Little.
“Eles apontam a velocidade máxima que o jogador alcançou e a rapidez com que acelera e desacelera, entre outras métricas. Essa é uma informação muito valiosa, especialmente, quando procuramos saber o que realmente acontece com nossos jogadores na quadra de tênis. Dados objetivos sobre quanta carga causa fadiga no jogador e se isso está melhorando ao longo do tempo é muito útil”, explica.
Little afirma que o tênis se tornou um esporte muito mais atlético e explosivo, com a maioria dos jogadores homens pesando mais de 85 kg e atingindo a velocidade de até oito metros por segundo.
“Acredito piamente que os programas de treinamento dentro e fora de campo devem transforma essas demandas em mudança.”
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Baker expandiu o papel da Catapult no fornecimento de informações para treinadores e jogadores. Milos Raonic também usou tecnologia similar – com mais de mil pontos de dados disponíveis no equipamento.
O que Little descobriu, ao usar a tecnologia no tênis, é que ela é capaz de detectar o efeito que as superfícies têm sobre o atleta. Por exemplo, jogar na grama terá uma carga diferente de jogar em quadras duras e em saibro. Jogar em locais fechados ou abertos também têm diferenças.
Se você considerar cada caso isoladamente, poderá controlar melhor a carga à qual o atleta estará exposto ao longo da temporada.
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