A dor, segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor, é classificada como uma experiência física e emocional desagradável, associada, ou não, a uma lesão. Mas, para o anestesiologista e especialista em dor do Hospital Israelita Albert Einstein, George Miguel Freire, ela é mais do que isso: “Ela age como uma alerta para nos avisar e nos prevenir de certos perigos, já que muitas vezes só procuramos orientação médica quando sentimos algum incômodo”, afirma.
Além de influírem diretamente em nosso humor (quem é que consegue ficar feliz com uma dor de dente?), as dores são grandes responsáveis por falta ou queda de rendimento no trabalho, aposentadoria precoce e problemas de convívio social e familiar. Portanto, ela não pode ser ignorada. Na verdade, ela é uma aliada do nosso corpo e mostra que algo não está funcionando como deveria.
Normalmente, assim que sentimos uma dorzinha, corremos para os analgésicos. Freire diz que o melhor é buscar a ajuda de um profissional para diagnosticar o problema corretamente. “É o médico, durante a investigação, quem deve fazer o controle álgico do paciente. Por exemplo, uma dor abdominal pode ser causada por um tumor de pâncreas e, enquanto não se tem o diagnóstico preciso, é inútil tentar controlar a dor. Somente depois de decidir por uma cirurgia é que é possível controlar a dor com o medicamento mais indicado para o caso.”
E mais: segundo a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, a dor persegue mais as mulheres, principalmente as dores de cabeça, nas costas, muscular e pélvica. As causas? Fatores genéticos, hormonais e sobrecarga de trabalho.
Aprenda a identificar sua dor
Freire explica que existem diferentes tipos de dor. Sabendo as identificar, fica mais fácil diagnosticar o problema e o curar o mais rápido possível.
Aguda: Surge após cirurgias, traumas, infecções, inflamações e lesões. Assim sendo, assim que a lesão é tratada ou desaparece, a dor também vai sumindo aos poucos. É o caso da dor após uma cirurgia, por exemplo, ou até mesmo uma queimadura ou traumatismo. Entretanto, ela não deve ser tratada com descaso só por apresentar um “prazo de validade”. Em muitos casos, se deixada de lado, ela pode se transformar em uma dor crônica.
Crônica: É aquela que se estende por mais de três meses, mesmo depois do tratamento da doença. Ela está diretamente ligada a casos de depressão, alteração do sono e perturbação das relações sociais. A dor da artrose ou lombalgia, por exemplo, são exemplo clássicos da dor crônica. Essa dor atrapalha a rotina do doente, pois além do sofrimento físico, ela reduz a serotonina do cérebro, diminuindo a sensação de bem-estar e felicidade.
Recorrente: O incômodo dura pouco, mas costuma retornar com frequência, como as enxaquecas, por exemplo. Elas podem acompanhar o paciente a vida toda sem ter, no entanto, um diagnóstico específico!
Que dor é essa?
Certas dores merecem uma atenção redobrada. Corra marcar uma consulta médica se você estiver sentindo qualquer uma das dores abaixo:
Na cabeça: Se acompanhada de náusea e vômito ou de sinais neurológicos, podem ser sintomas de um aneurisma, alteração vascular ou até de um tumor que precise urgentemente de cirurgia. Quem tem mais de 50 anos pode apresentar enxaquecas como sintoma de hipertensão.
No peito: Preste atenção à sua dor. Se ela irradiar para o pescoço, ombros e braço esquerdo, pode ser sinal de infarto. No mais, outras doenças estão ligadas a essa dor, como a pneumonia, por exemplo.
No abdome: Aqui, as possibilidades são muitas: apendicite, úlcera, problemas na vesícula ou ainda aneurisma ou tumor abdominal. Dores no abdome também estão ligada a doenças como litíase biliar ou renal, além de endometriose, que piora durante o período menstrual.
Na panturrilha: Se a região além da dor, apresenta sintomas como vermelhidão e inchaço, tome cuidado com doenças como trombose profunda, ou problema vascular sério, pois se não tratado imediatamente, pode evoluir para a perda do membro. No caso do tromboembolismo pulmonar, a veia da perna se entope e causa um coágulo. Se ele entrar na corrente sanguínea, indo direto ao coração, há o risco de paralisia do pulmão, o que levará à morte.
No corpo todo: O sintoma pode ser consequência de doenças como infecções ou até mesmo uma fibromialgia. Se acompanhadas de cansaço e dores difusas, por todo o corpo, tende a ser também um dos sinais da depressão, exigindo um longo e sério tratamento.
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