A taxa de desemprego no Brasil caiu ao menor patamar do ano no trimestre encerrado em julho, mas o percentual de trabalhadores por conta própria e o número de empregados sem carteira assinada bateram recordes, numa evidência do caráter ainda frágil da recuperação do mercado de trabalho.
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O percentual de pessoas desalentadas (que desistiram de buscar emprego) em relação à população na força de trabalho ou desalentada foi de 4,4%, repetindo o recorde da série.
“O desemprego está caindo, mas as pessoas estão conseguindo uma subocupação, trabalhando menos horas do que poderiam”, disse o coordenador da Pnad Contínua, Cimar Azeredo. “O que acontece é uma transferência de pessoas desempregadas para empregos de menor qualidade”, acrescentou.
A taxa de desocupação cedeu a 11,8% nos três meses até julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje (30), na quarta queda consecutiva e para o menor patamar desde dezembro de 2018.
A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 11,9% no período.
A taxa recuou 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2019 (12,5%) e caiu 0,5 ponto percentual na comparação com o mesmo trimestre de 2018 (12,3%).
No trimestre encerrado em dezembro de 2018, o desemprego foi de 11,6%. Para trimestres encerrados em julho, a taxa de desocupação é a mais baixa desde 2016.
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Azeredo disse que continua havendo redução de desemprego, mas via informalidade.
A população desocupada somou 12,6 milhões de pessoas, queda de 4,6% frente ao trimestre comparável e ficou estatisticamente estável em relação a igual período de 2018.
Já a população ocupada totalizou 93,6 milhões de pessoas, a maior da série e em alta em ambas as comparações, com elevação de 1,3% sobre o trimestre anterior (findo em abril) e de 2,4% frente a um ano antes.
Por outro lado, o número de empregados sem carteira assinada somou 11,7 milhões de pessoas e atingiu novo recorde, em alta de 3,9% frente ao trimestre encerrado em abril e 5,6% contra o mesmo período do ano passado.
O número de empregados no setor privado com carteira assinada (fora trabalhadores domésticos) foi de 33,1 milhões de pessoas, estável em ambas as comparações, depois de alta no trimestre anterior.
“Foi um soluço na carteira de trabalho”, disse Cimar Azeredo, em relação à alta do trimestre anterior. “Havia expectativa de melhora na carteira de trabalho agora em julho, o que não se confirma”, completou.
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Além da quantidade de trabalhadores empregados sem carteira assinada, também alcançou um novo recorde o número dos que trabalham por conta própria, num total de 24,2 milhões: alta de 1,4% sobre o último trimestre e de 5,2% na comparação anual.
“A não realização de uma expectativa (de melhora) no mercado tem a ver com o cenário econômico do país”, disse o coordenador da Pnad Contínua.
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