Resumo:
- Empresário e filantropo nascido no Reino Unido morreu há 100 anos em Lenox, Massachusetts;
- Andrew Carnegie dizia acreditar que deixar grandes heranças era o equivalente a morrer sem honra;
- Em vida, o bilionário escreveu o livro “O Evangelho da Riqueza”, no qual dizia que era dever de toda pessoa rica garantir que sua fortuna fosse doada em vida;
- Carnegie destinou grande parte de sua fortuna à educação;
Ontem (11), completaram cem anos da morte de Andrew Carnegie, em Lenox, Massachusetts. O milionário passou por dias frustrantes em seu leito de morte, porque ainda restava US$ 30 milhões de sua fortuna. Carnegie não queria morrer rico nem deixar mais dinheiro para sua família.
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Seu desejo era doar a quantia juntamente aos estimados US$ 300 bilhões que destinou à caridade durante sua vida, o que tornou sua filantropia inigualável até hoje.
Em seu livro, “O Evangelho da Riqueza”, Carnegie escreveu que nenhuma pessoa rica deveria deixar dinheiro para trás. “Homens que deixam vastas somas desta maneira podem ser considerados pessoas que não deixariam nada para ninguém se pudessem levar suas fortunas consigo.”
Em vez disso, para ele, era dever de um milionário garantir que tudo fosse doado durante a vida:
“O homem que morre deixando para trás milhões em riquezas, que ele administraria durante a vida, passará despercebido, não-honrado e não-aclamado. O veredicto público será: o homem que assim morre rico morre em desgraça.”
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Felizmente, Carnegie oferece algumas saídas práticas para qualquer milionário preocupado em não ter uma morte não-honrada, anônima.
“Se algum milionário não sabe como conseguir um bem indiscutível com seu excedente, aqui está um campo que nunca pode ser totalmente coberto”, escreveu Carnegie. Esse campo é a educação, para onde ele destinou a maior parte de sua riqueza líquida de US$ 372 bilhões (atualizada nos valores de hoje).
Isso não significa apenas doar para escolas ou universidades. Carnegie criou mais de 3.000 bibliotecas públicas em todo o mundo, um dos seus maiores legados filantrópicos.
Carnegie dizia acreditar que qualquer doador em potencial deve ter uma missão. “Ele desafia os filantropos a terem a clara missão de se concentrar no que pode fazer a diferença, e não apenas no que excita suas próprias paixões”, disse o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown para um documentário da BBC Radio sobre Carnegie.
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Carnegie acreditava tão fortemente que a riqueza deveria ser doada durante a vida que era a favor de um imposto sobre herança de 100%.
Nessa linha de pensamento, os signatários do Giving Pledge, que planejam doar mais da metade de sua riqueza à filantropia, não fazem o suficiente.
Também não fazem aqueles que destinam a escassa quantia de £ 240 (US$ 289) anualmente para caridade, como as estimadas 18 mil fortunas líquidas ultra elevadas (indivíduos com patrimônio superior a £ 10 milhões, ou US$ 12 milhões) no Reino Unido.
Na verdade, as doações milionárias estão em um momento de queda tão acentuado no Reino Unido, local de nascimento de Carnegie, quanto nos EUA, onde o filantropo passou a maior parte de sua vida.
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Isso pinta uma mancha no centenário da morte de Carnegie. Mas é um momento em que todo milionário deve refletir, afirmou Brows: “Ele diria que, em um mundo desigual com tanto para fazer, muito mais pode ser feito”.
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