Neste mês, será embarcado para a Europa o primeiro contêiner com cafés especiais brasileiros negociados pela startup Farmly, que participou – e venceu – o programa Avança Café, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) com a coordenação da Embrapa Café, do Distrito Federal. A Farmly propôs a solução para um importante desafio: a dificuldade dos pequenos cafeicultores de exportar grãos especiais em menores quantidades, ao mesmo tempo em que os pequenos torrefadores do exterior são obrigados a comprar de grandes empresas de exportação. A inovação proposta pela startup foi unir essas duas pontas da cadeia por meio de tecnologia.
Os seis jovens empreendedores desenvolveram, então, uma plataforma digital para que cafeicultores no Brasil possam oferecer lotes de cafés especiais a torrefadores estrangeiros interessados em comprar grãos gourmets em menor quantidade. Como resultado, o produtor consegue faturar cerca de 20% a mais do que em uma exportação convencional, e o pequeno processador localizado fora do país tem seu acesso facilitado a pequenos lotes especiais pelos quais paga, em média, 14% menos em relação às importadoras locais.
“Em alguns casos, uma saca que seria vendida a R$ 420 da forma tradicional pode chegar a valer R$ 1.000 ao produtor na plataforma da Farmly”, compara o engenheiro mecânico Telmo Baldo, responsável pelo gerenciamento financeiro da startup. Ele conta que a diferença é explicada pelo fato de a inovação dispensar diversos intermediários no roteiro da exportação.
Neste ano, os empreendedores exportarão dois contêineres, totalizando R$ 967 mil. Em 2020, a previsão é vender oito, com faturamento de R$ 3,87 milhões e, em 2021, dobrar para 16, com ganhos de R$ 7,74 milhões. “O mercado de cafés especiais é de US$ 20 bilhões anuais e cresce à taxa de 20% ao ano”, comemora Lucas Faria, desenvolvedor da plataforma, anunciando que além das vendas à Europa, a empresa já se aproxima da Ásia para ampliar sua área de atuação.
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Fundação Bill & Melinda Gates e Water.org vêm ao Brasil
Duas importantes entidades na luta pelo saneamento básico estarão em solo brasileiro em novembro. A Fundação Bill & Melinda Gates, criada pelo segundo homem mais rico do mundo, dono de um patrimônio estimado pela Forbes em US$ 105,2 milhões, e a Water.org, liderada pelo ator norte-americano Matt Damon e pelo engenheiro Gary White, estarão em São Paulo para o 19º Encontro Mundial de Saneamento – World Toilet Summit, que será realizado entre 17 e 19 de novembro no hotel Renaissance.
Pela primeira vez, um país latinoamericano vai sediar o evento, que reunirá especialistas e representantes de governos, iniciativa privada e terceiro setor para discutir o acesso da população mundial à água tratada. A Fundação Bill e Melinda Gates, que atua em diversas regiões do planeta para impulsionar o saneamento básico, será representada pelo diretor Doulaye Kono no painel “O Papel da Cooperação Internacional nos Desafios da Água e Esgotos”. A Water.org, que já levou água segura a 22 milhões de pessoas, vai abordar como as mulheres sofrem mais com a ausência desse tipo de serviço no debate “Saneamento Básico e Gênero”.
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Brasil ganha uma posição em ranking global de competitividade
Apesar da falta de reformas significativas, o Brasil subiu uma posição no ranking de competitividade mundial e ocupa, agora, o 71º lugar. Elaborado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral, o levantamento avalia 141 países, levando em conta 103 variáveis de 12 pilares que traduzem quatro fatores: ambiente favorável, capital humano, mercado e ecossistema inovador. A novidade deste ano, no entanto, é o fato de os Estados Unidos terem perdido a primeira posição para Singapura, que ocupava a vice-liderança no ano passado. Hong Kong, Holanda e Suíça completam o Top 5.
O estudo atesta que o Brasil está em um processo lento de recuperação da sua competitividade. Depois de ter alcançado o ápice – 48º lugar – em 2012, turbinado pelo preço das commodities e os generosos gastos públicos, o país sofreu nos anos seguintes uma queda livre em praticamente todos os indicadores. Perdeu em competitividade absoluta e relativa, chegando a sua pior posição em 2016: 81ª posição.
“De maneira geral, os resultados apontam para frustração nos avanços sociais e ambientais, tendo em vista os objetivos sustentáveis do milênio estabelecidos pela agenda 2020”, constatou o professor Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral. Em muitos dos países pesquisados houve uma piora em diversos indicadores sociais importantes, como o desemprego e a desigualdade social. “No Brasil, por exemplo, a mobilidade social demora, em média, nove gerações para acontecer, enquanto em países como a Dinamarca e o Chile esse número é de duas e seis gerações, respectivamente.”
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Herman Miller se torna acionista majoritária da HAY
Especialista em inovação e design de imobiliário, a Herman Miller acaba de adquirir mais 34% das ações da HAY, marca de acessórios residenciais e corporativos com atuação na Europa e na Ásia. Com a operação, o grupo passa a acumular 67% dos papéis e a deter o controle majoritário da companhia, cabendo aos fundadores Troels Holch Povlsen e Rolf e Mette Hay os 33% restantes. “A aquisição da HAY é uma peça-chave na estratégia de expansão de nossa presença nos mercados de varejo e corporativo. Com ela, passaremos a alcançar um público mais jovem e urbano”, disse Andi Owen, CEO da Herman Miller.
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