No mesmo dia em que anunciou que começou a testar um serviço de compra e venda, a imobiliária digital QuintoAndar começou a ser alvo de provocações da concorrência.
Com sua nova oferta, a empresa de Gabriel Braga e André Penha passa a competir com a Loft, outra startup que compra e vende imóveis online e tem ampliado seu escopo para além de imóveis de luxo, seu foco inicial. Mas, ao que parece, o anúncio feito ontem (28) causou mais irritação do que deveria.
Horas depois de ter visto a notícia, o fundador da Loft, Florian Hagenbuch, fez um post irônico no LinkedIn para dar as “boas vindas” à concorrência. O texto faz alusão ao anúncio que a Apple fez no “The Wall Street Journal” para alfinetar a IBM quando esta entrou no mercado de computadores pessoais, em 1981.
A QuintoAndar, que até recentemente se concentrava em facilitar transações de aluguel residencial por meio da digitalização do processo, começou a testar outros modelos de negócio nos últimos meses, incluindo o iRent, pelo qual a startup “compra” o problema de locação do proprietário e paga despesas como aluguel, IPTU e condomínio enquanto encontra um inquilino.
Além de achar que a única inovação anunciada pela nova concorrente é de excluir os corretores do processo de compra e venda de imóveis (apesar de a QuintoAndar adotar o modelo de intermediação, e ter dito que vai refinar sua interação com imobiliárias tradicionais), Hagenbuch disse à FORBES que o discurso da Quinto Andar é ultrapassado.
“É curioso notar o fato de eles, talvez por serem uma empresa de outra geração, usarem informações antigas num contexto de inovação”, aponta o fundador da Loft. “Eles mencionam que o processo de compra e venda hoje dura em média 480 dias, e esta é uma informação totalmente desatualizada.”
Segundo Hagenbuch, o prazo médio atual dos processos de compra e venda da Loft é de 90 dias e já houve casos nos quais a transação foi concluída em 5 dias.
Em seu post no LinkedIn, o fundador aponta o fato de a QuintoAndar estar usando pequenos caminhões com publicidade, algo que a Loft diz ser pioneira, para divulgar seus serviços.
“Eles estão certos, o que é bom tem de ser copiado. Vemos como uma homenagem”, ironiza. O tal caminhão também é alvo de controvérsia atualmente, por conta da Lei Cidade Limpa, que restringe publicidade nas ruas da capital.
Procurada por esta coluna, a QuintoAndar não quis comentar a provocação.
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Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.
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