Com o aumento da automação e utilização de dados para tomada de decisões, o autoconhecimento se tornou um atributo essencial para indivíduos que buscam operar na economia digital.
Esta é a premissa utilizada por Rafael Lazarini, criador do mega-evento de inovação Rio2C, para fomentar ofertas voltadas ao desenvolvimento de capacidades socioemocionais como o BrainSpace, que acontece amanhã (20), no Unibes Cultural, em São Paulo.
“Existe um grande interesse em explorar assuntos relacionados ao indivíduo, pois toda inovação tem origem em ideias. E, para gerar estas ideias, é necessário trabalhar uma série de atributos”, diz Lazarini.
Com ingressos esgotados, o BrainSpace terá uma série de palestras e debates cobrindo temas como inspiração, criatividade, foco, expressão e neurociência por nomes como o monge Segyu Rinpoche, a artista plástica Beatriz Milhazes, o cantor Simoninha e o neurocientista Sidarta Ribeiro, fundador do Instituto do Cérebro na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Segundo o criador do evento, a ideia foi dar uma roupagem “pop” para assuntos que, à primeira vista, podem parecer complexos: “Vemos que a ciência fica restrita ao laboratório e buscamos mudar isso com um formato acessível, que junta referências do mundo acadêmico e profissionais que vivenciam esses temas em seu dia-a-dia, por exemplo, colocando um expert em alta-performance e um atleta no mesmo debate”, detalha.
Além de aprofundar discussões sobre competências diretamente ligadas à habilidade de inovar, Lazarini diz que o objetivo do BrainSpace é promover uma investigação interna.
“Quanto mais dados tivermos à nossa disposição, melhor será nossa tomada de decisão, mas também poderemos ser influenciados sem saber”, ressalta. “Nesse contexto, é imperativo se conhecer e desenvolver a capacidade crítica para combater esses riscos, avaliar o mundo à nossa volta e agir de forma coerente.”
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Segundo Lazarini, a ideia inicial do Rio2C, que atraiu 25 mil participantes neste ano, era criar um evento de inovação com projeção internacional semelhante ao português Web Summit e o norte-americano SXSW. Porém, na última edição, o aumento de interesse em sessões relacionadas a “soft skills” ficou evidente.
“Ficamos um pouco apreensivos em relação a trazer temas com os quais o público não está acostumado, mas o sucesso foi enorme e nos mostrou a demanda por entender melhor esses assuntos”, aponta.
O empreendedor então buscou criar o BrainSpace como um método de trazer “pílulas de conteúdo” para uma audiência menor. O evento de São Paulo terá 350 participantes, mas Lazarini diz que isso é só o começo de uma expansão para outros formatos.
“Vamos atender o crescente interesse pelo funcionamento do cérebro, dadas as atuais demandas profissionais e pessoais, influenciadas por fatores como o aumento em longevidade da população”, antecipa.
“A ideia é fazer o BrainSpace viajar e levar esses temas, atualmente tão relevantes, para cada vez mais audiências no Brasil”, aponta Lazarini, cujos planos também incluem a criação de uma plataforma online que tratará de temas relacionados a capacidades socioemocionais, saúde mental e neurociência.
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Quem tem medo das Big Techs?
Muito se fala sobre a ameaça das Big Techs a bancos, mas será que o que empresas como a Amazon, Google e Facebook oferecem é diferente do que instituições tradicionais têm feito por muitas décadas? Segundo uma das maiores autoridades em serviços financeiros do mundo, o britânico Chris Skinner, os diversos lançamentos das gigantes de tecnologia nesse espaço resultaram em um estardalhaço da mídia, e muitos observadores estão entendendo errado.
Skinner aponta que o Google vai permitir que usuários acessem suas contas bancárias por meio do Google Pay e não se trata, portanto, de uma conta bancária. Nos Estados Unidos, a Apple oferece crédito por meio do Goldman Sachs, em uma oferta “white-label”, com toda a engrenagem de crédito processada pelo banco. E a Amazon tem uma carteira digital, e não uma conta, cujo back-end é de propriedade do JP Morgan.
Quando os bancos crescerem, diz Skinner, descobrirão que precisam redefinir seus modelos de negócios e decidir onde irão atuar: no processamento, vendas ou como “fabricante”, ou seja, na detenção da combinação de ativos como dinheiro. Ele nota que alguns bancos estão crescendo e que a movimentação do JPMorgan, Citi e Goldman Sachs indica a direção para onde o mercado caminha, já que todos estão escolhendo ser fabricantes e processadores para as Big Techs.
“As Big Techs estão fazendo parcerias com grandes bancos para oferecer um pouco mais de facilidade, e não contas bancárias. É como o Open Banking para os norte-americanos, e pára por aí”, aponta.
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Microsoft apoia empreendedorismo feminino
Em parceria com o Sebrae e a Belvedere Investimentos, a Microsoft vai lançar um projeto cujo objetivo é fomentar o empreendedorismo feminino no Brasil. A iniciativa será lançada em evento da sede da empresa em São Paulo na sexta (22), às 9h30. A ocasião conta com apresentações de especialistas em finanças, empreendedorismo e setor público, além de Jean-Philippe Courtois, vice-presidente executivo e presidente global de vendas, marketing e operações da Microsoft.
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Stone promove desafio de lógica
A fintech Stone lançou uma iniciativa que irá premiar os melhores candidatos em conhecimentos lógicos e matemáticos com bolsas de estudos de até R$ 20mil, que poderão ser utilizados em qualquer instituição de ensino. O Top Minds Challenge terá duas etapas, a primeira sendo um teste online. Os melhores colocados serão convidados para realizar uma segunda prova, também on-line ou nos escritórios da empresa, no Rio de Janeiro e São Paulo. Inscrições estão abertas até 7 de dezembro, e os ganhadores serão anunciados no mesmo mês.
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Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.
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