O dólar bateu novo recorde histórico nominal de fechamento hoje (28) e chegou a superar R$ 4,51 na máxima, mas terminou o dia mais perto das mínimas, acompanhando a melhora de sinal em Nova York e no Ibovespa após o chairman do Federal Reserve dizer que o banco central dos Estados Unidos está pronto para proteger a economia norte-americana.
Powell disse que a economia dos EUA permanece em condição sólida, embora o surto de coronavírus represente um risco, e que o banco central agirá como apropriado para fornecer apoio.
O comentário reforçou a expectativa de retomada de cortes de juros pelo Fed, o que pode aliviar as condições financeiras globais e liberar dinheiro que potencialmente migrará para mercados emergentes, como o Brasil, melhorando o fluxo cambial e reduzindo a demanda por dólar.
“O mercado pediu, o Fed atendeu. O mercado deveria, no mínimo, dar uma acomodada. Os desafios estruturais ainda são altos, mas o curto prazo está exagerado”, disse no Twitter Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.
As bolsas de valores globais sofreram um tombo nesta semana, com temores de que a disseminação do coronavírus provoque uma recessão global.
Mesmo com o alívio de fim de dia com o Fed, o mercado de câmbio doméstico termina fevereiro marcado por recordes sequenciais. O dólar teve a maior alta para o mês desde 2015 e, nesta sexta, engatou a oitava sessão consecutiva de ganhos – a mais sequência desde as nove altas seguidas de dezembro de 2005.
Com tudo isso, a volatilidade disparou à máxima desde novembro do ano passado. E, das 20 sessões de fevereiro, o dólar bateu recorde em 17.
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Além da percepção maior de risco no mundo por causa da epidemia de coronavírus, do lado doméstico piora nas expectativas para a economia, maiores chances de novos cortes de juros, entendimento de que o governo e o Banco Central desejam um dólar mais apreciado e ruídos políticos colaboraram para uma nova e expressiva alta do dólar.
Na semana que vem, o IBGE divulga os dados do PIB do quarto trimestre de 2019, e a expectativa é que tenha crescido apenas 0,5%, prolongando o que já é sua mais fraca recuperação de recessão jamais registrada, segundo uma pesquisa da Reuters com economistas.
O dólar à vista fechou esta sexta-feira com valorização de 0,13%, a R$ 4,4811 na venda, nova máxima histórica nominal para um encerramento. Durante os negócios, a divisa foi a R$ 4,5150, novo pico intradiário.
Na semana, a cotação saltou 2%, depois de ter subido 2,14% na semana anterior.
Em fevereiro, o dólar avançou 4,56%, maior alta para o mês desde 2015 (+6,19%). Em janeiro de 2020, a moeda já havia disparado 6,80%.
No acumulado de 2020, o dólar tem alta de 11,67%. Dentre 33 rivais, apenas contra o rand sul-africano o dólar sobe mais no período (+12%).
A volatilidade implícita das opções de dólar/real para três meses disparou a 11,58%, de uma mínima de 9,3% apenas quatro dias atrás.
No dólar futuro, o volume de negócios nesta sexta saltou para 685.860 contratos, já o mais forte desde 31 de julho de 2019 (781.235 contratos).
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