Preocupações com a propagação do coronavírus e seus potenciais efeitos na economia global mantinham a bolsa paulista pressionada hoje (27), embora com perdas menores, com o tombo de quase 9% da Ambev liderando as perdas do Ibovespa, após projeção desencorajadora para o começo de 2020.
Às 11:13, o Ibovespa caía 1,5%, a 104.135,71 pontos. O volume financeiro somava R$ 5,53 bilhões.
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Na véspera (26), na volta do feriado do Carnaval, o Ibovespa fechou em queda de 7%, maior baixa percentual desde 2017, ajustando-se ao forte declínio nos mercados globais no começo da semana por temores sobre a propagação do vírus.
A rápida disseminação do novo coronavírus nesses últimos dias para vários países, incluindo Estados Unidos e Brasil, trouxe apreensão quanto a um efeito na atividade global ainda maior do que o estimado quando os casos estavam concentrados na China, onde o cenário sugere desaceleração no ritmo de contágio.
“Os mercados devem operar com muita volatilidade e nervosismo nos próximos dias”, afirmou a equipe do BTG Pactual, citando que investidores ainda avaliam o impacto que o coronavírus pode ter no crescimento global e, mais importante sobre os crescimentos dos lucros projetados de muitas empresas.
Algumas casas cortaram previsões para o crescimento da economia mundial nesta semana, entre elas o Credit Suisse, de 2,6% para 2,2%, citando possibilidade de um choque no comércio global muito maior, enquanto empresas têm revisado projeções, entre elas a Microsoft em razão do vírus.
O Brasil confirmou na quarta-feira o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus em um paciente de São Paulo que esteve na Itália, país europeu mais afetado pelo surto da doença, surgida no final do ano passado na China.
Agentes financeiros também citam aumento do risco político como fator adicional para a queda, com nova polêmica entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso, após ele compartilhar vídeo que convoca a população a participar de manifestações contra os parlamentares em meados de março.
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“O temor é que possa haver algum impacto no calendário de aprovação das reformas”, destacou a equipe da XP Investimentos.
Tal cenário tende a minar a confiança de muitos investidores na bolsa paulista, uma vez que o rali recente tem sido apoiado principalmente em perspectivas positivas para a economia doméstica e resultados das empresas, que são baseados, entre outros fatores, no avanço da pauta econômica.
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