O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à “CNN Brasil” transmitida na noite de ontem (21), que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, inicialmente exagerou na reação ao coronavírus, e disse que não vai acontecer um colapso no sistema, apesar do aumento de casos e de mortes em decorrência da doença no país.
Bolsonaro tem criticado governadores, em especial do Rio de Janeiro e de São Paulo, por terem adotado medidas rígidas de restrição de movimentação de pessoas como forma de reduzir a disseminação do coronavírus. Segundo o presidente, as medidas são exageradas e estão provocando desemprego.
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O ministro da Saúde também defende o isolamento da população como forma de contenção do coronavírus, apesar da posição do presidente. Bolsonaro disse que, em sua avaliação, Mandetta estava exagerando, e afirmou que ambos têm conversado para acertar os ponteiros.
“O Mandetta, num primeiro momento, eu estava achando que ele estava exagerando”, disse Bolsonaro na entrevista.
“Tanto é que ele foi bastante questionado anteontem quando falou uma palavra que não era adequada para aquele momento, foi o colapso, e ele explicou perfeitamente. É isso apenas que tenho conversado com ele, acertando os ponteiros”, acrescentou.
Na sexta-feira (20), o ministro da Saúde disse que as medidas de restrições de circulação de pessoas visam evitar um eventual colapso do sistema de saúde no Brasil em função da pandemia do novo coronavírus, como ocorreu na Itália.
O ministro afirmou que o Brasil tem alguns pontos fortes, como a antecipação das medidas de enfrentamento ao coronavírus, mas ressaltou que, mesmo assim, o sistema pode entrar em colapso em pouco mais de um mês.
Questionado sobre um possível colapso, Bolsonaro disse não acreditar que vai acontecer.
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“Não acredito. O que estamos fazendo é alongar a curva de infecção”, afirmou. “Não acredito em colapso, a curva vai aumentar.”
Bolsonaro, que voltou a criticar as medidas de governadores para conter o coronavírus devido ao impacto econômico, afirmou ainda na entrevista que o governo só deve falar sobre previsões econômicas quando o pico da doença passar, dentro de alguns meses.
Na semana passada, o Ministério da Economia anunciou corte na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 a 0,02%, ante alta de 2,1% indicada há dez dias, numa mostra da rápida deterioração das expectativas em meio ao avanço do coronavírus e seu dramático impacto na economia.
“Não quero fazer previsões. Tenho falado que devemos evitar falar em números, porque, afinal de contas, depois vem a crítica por parte da imprensa quando esses números não atingem o valor que havíamos previsto”, afirmou.
“Alguns acham que haverá um crescimento negativo do Brasil, vamos esperar, faltam acho que poucos meses para atingir aqui o pico na questão dessa contaminação, ou até mesmo a cura dessa doença, só aí nós podemos falar em economia. No momento, minha grande preocupação é com a vida das pessoas, e bem como o desemprego que está proporcionado por esses governadores irresponsáveis”.
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De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados ontem à noite, o Brasil tem 1.128 casos confirmados do novo coronavírus, com 18 mortes (15 em São Paulo e 3 no Rio de Janeiro).
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