O dólar cedia cerca de 1% contra o real na manhã de hoje (10), dia de melhora no sentimento global em meio à recuperação dos preços do petróleo e à sinalização de estímulos de autoridades para combater o impacto econômico do coronavírus.
Às 10:27, o dólar recuava 1,07%, a R$ 4,6752 na venda, enquanto o principal contrato de dólar futuro operava em queda de 1,12%, a R$ 4,6805.
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Nesta sessão, os preços do petróleo subiam, tendo chegado a saltar cerca de 10%, um dia após terem registrado a maior queda em quase 30 anos, fator que colaborou para o salto da divisa norte-americana para R$ 4,7256 na venda ontem (9), recorde histórico para fechamento.
“Esse movimento é um ajuste, dado que o dólar subiu bastante nos últimos dias”, disse à Reuters Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset. “O petróleo está subindo, o que também ajudou nesse alívio.”
A recuperação se deve em parte às esperanças de estímulo monetário de grandes potências mundiais como forma de driblar os impasses econômicos do coronavírus. Alguns exemplos de prontidão das autoridades incluem a promessa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adotar “importantes” medidas para proteger a economia, enquanto o Japão disse que gastará mais US$ 4,1 bilhões para aliviar os efeitos do coronavírus.
Essas esperanças se espalhavam para outros mercados, e moedas emergentes pares do real, como lira turca e rand sul-africano, ganhavam contra o dólar. Contra uma cesta de rivais fortes, a divisa norte-americana avançava 0,8%, voltando a subir ante o iene japonês – considerado refúgio seguro – em meio à menor aversão a risco.
No cenário doméstico, a pressão recente e contínua sobre o real – que caiu em 13 das últimas 14 sessões – levou o Banco Central e o Tesouro Nacional a anunciarem medidas, o que ajudava a frear a disparada da moeda norte-americana.
O Tesouro Nacional informou ontem o cancelamento do leilão primário de títulos prefixados (LTN e NTN-F) previsto para quinta (12), “em virtude das condições mais restritivas do mercado financeiro”, enquanto o Banco Central realizou ontem leilão de até US$ 2 bilhões em moeda à vista, em que vendeu o total da oferta. Ontem, o BC havia colocado US$ 3,465 bilhões nessa modalidade.
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No entanto, “o dólar tem que ver uma boa sinalização” por parte do governo e do Banco Central para voltar a arrefecer constantemente, disse Alencastro. “O diferencial de juros entre Brasil e seus concorrentes, como Rússia e México, já diminuiu bastante, e BC já indicou que pode reduzir mais”, afirmou.
A redução da Selic a mínimas históricas é, segundo analistas, um dos motivos para o atual patamar do câmbio, já que diminuiu o rendimento de investimentos atrelados à taxa de juros, tornando-os menos atraentes e prejudicando a entrada de fluxo no Brasil.
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