Com o coronavírus oficialmente declarado como uma pandemia, igrejas, templos e mesquitas estão avaliando as alternativas para proteger suas congregações e impedir a propagação do vírus altamente contagioso.
Em Washington D.C., funcionários do Departamento de Saúde recomendaram o cancelamento de reuniões não essenciais com grande número de pessoas, incluindo cultos, depois da notícia de que o reitor de uma igreja episcopal de Georgetown e vários membros da congregação testaram positivo para a doença.
Young Israel of New Rochelle, a sinagoga nos arredores de Nova York que está no centro de um aglomerado de coronavírus depois que seu rabino testou positivo, celebrou o festival judaico de Purim por transmissão ao vivo nesta semana, após a imposição de restrições de reuniões sociais na cidade.
A The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints anunciou, na quarta-feira (11), que sua principal conferência, que seria no próximo mês em Salt Lake City, será transmitida apenas na TV e online, por preocupações com a disseminação do vírus.
As autoridades da Arábia Saudita fecharam o acesso à Grande Mesquita na quinta-feira e anunciaram uma suspensão temporária da emissão de vistos para estrangeiros que gostariam de concluir uma peregrinação chamada Umra, além de restringir o acesso para seus próprios cidadãos. Tais medidas levantaram questões sobre como o país realizará o Hajj deste ano, a peregrinação religiosa anual que leva de 2 a 3 milhões de pessoas à Meca todos os anos.
Outros eventos religiosos estão acontecendo como planejado, mas com pequenas revisões – no domingo (8), a Catedral de St. Patrick, em Manhattan, removeu a fonte usual de água benta disponível para os fiéis e garrafas de álcool gel podiam ser vistas no altar.
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De acordo com a Diocese Episcopal de Nova York, o culto público continuará por enquanto, mas estão sendo feitos ajustes litúrgicos para proteger os congregados, como evitar colocar a comunhão diretamente na boca dos fiéis e suspender a prática de mergulhar o pão no vinho durante a comunhão.
Já na Grécia, tudo continua como sempre: a Igreja Ortodoxa Grega disse, na segunda-feira (9), que continuaria a dar a comunhão da maneira tradicional, ou seja, pão embebido em vinho do mesmo cálice para todos os fiéis.
“Não acredito que ir à igreja durante esse período seja uma prova de fé”, disse o governador de Kentucky, Andy Beshear, ao pedir que as pessoas que saíssem de casa na quarta-feira (11). “Acredito que Deus nos dá sabedoria para proteger um ao outro, e devemos fazer isso.”
As autoridades de saúde estão enfatizando a necessidade de distanciamento social para impedir a propagação do vírus. As escolas foram fechadas, os principais eventos foram cancelados, os funcionários estão sendo incentivados a trabalhar em casa e, em alguns lugares, travas restritivas foram implementadas. Os eventos religiosos não são diferentes. A situação levou o Papa Francisco a dar sua bênção semanal aos domingos por transmissão ao vivo pela primeira vez na história do Vaticano.
A dúvida agora é se o Papa Francisco realizará a Missa da Páscoa como de costume. Na semana passada, o Vaticano confirmou seu primeiro caso de coronavírus e fechou os escritórios por precaução, enquanto o pontífice se recuperava de um resfriado leve e não relacionado ao vírus.
Não está claro o quanto o surto afetará o início do domingo de Páscoa, em 12 de abril. Normalmente, o papa preside uma procissão no Coliseu de Roma na Sexta-feira Santa e, depois, entrega uma mensagem do dia de Páscoa na praça de São Pedro, no domingo.
Toda a Itália está trancada, com instruções estritas para evitar grupos de pessoas até, pelo menos, 3 de abril. Os idosos são especialmente encorajados a evitar o contato com as pessoas – dada a idade e a saúde do Papa Francisco, o culto de domingo transmitido ao vivo na semana passada pode ter sido um teste para uma Páscoa virtual.
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