O Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido anunciou hoje (3) que o maior estudo clínico randomizado do mundo sobre possíveis tratamentos para a Covid-19 está bem encaminhado na região. Trata-se de um procedimento experimental no qual os pesquisadores planejam e intervêm ativamente nos fatores que influenciam os indivíduos da amostra.
Segundo o documento oficial do órgão, vários tratamentos promissores estão sendo testados e resultados definitivos sobre sua segurança estão sendo esperados para os próximos meses.
Cerca de 1 mil pacientes adultos de 132 hospitais – todos infectados – foram recrutados ao longo de 15 dias e a expectativa é que outros milhares sejam convocados para o que foi batizado de “Randomised Evaluation of Covid-19 Therapy (Recovery)” nas próximas semanas, fazendo da iniciativa o maior estudo do tipo sobre potenciais tratamentos.
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“O surto de coronavírus é a maior emergência de saúde pública em uma geração e estamos fazendo todo o possível para combatê-lo em todas as frentes por meio de nosso plano de ação baseado em evidências”, disse o secretário de saúde Matt Hancock. “O Reino Unido está liderando as pesquisas nessa corrida para encontrar tratamentos e, agora, estamos lançando o maior estudo do mundo, reunindo recursos da nossa área de ciências da vida.”
O estudo está testando uma série de medicamentos recomendados por um painel de especialistas que aconselha o Chief Medical Officer da Inglaterra. Entre eles está o lopinavir-ritonavir, comumente usado nos tratamentos de HIV; a dexametasona, receitado para afecções alérgicas e inflamatórias; e a hidroxicloroquina, aliada no combate à malária.
“O Reino Unido possui setores de ciências da vida e de pesquisa muito avançados mundialmente e, graças ao nosso sistema de assistência médica, conseguimos envolver um número considerável de pacientes neste ensaio clínico em apenas duas semanas”, disse Chris Whitty, chief medical officer do Departamento de Saúde e Assistência Social. “Isso representa um passo significativo na identificação de tratamentos para o coronavírus que poderiam beneficiar os pacientes e que sustentam nossa abordagem científica para combater esse vírus.”
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O estudo está sendo coordenado por pesquisadores da Universidade de Oxford liderados por Peter Horby, professor de doenças infecciosas e saúde global no departamento de medicina de Nuffield, e Martin Landray, professor de medicina e epidemiologia no departamento de saúde da população de Nuffield. A iniciativa recebeu £ 2,1 milhões em recursos da UK Research and Innovation (UKRI) e do Departamento de Saúde e Assistência Social e faz parte de um investimento mais amplo de £ 20 milhões destinados à pesquisa do governo para apoiar na busca de maneiras de combater o surto de coronavírus.
“O estudo fornecerá evidências muito necessárias sobre os melhores cuidados para pacientes com a Covid-19. Quanto mais pessoas inscritas, mais cedo saberemos a melhor forma de tratar esta doença”, explica Peter Horby.
O número de infectados pelo novo coronavírus no Reino Unido chegava a mais de 33.000 até a meia-noite de ontem (2). Desse total, quase 3 mil foram vítimas fatais.
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