Há menos de duas semanas, a empresa pernambucana In Loco começou a pensar em uma maneira de usar a sua solução de geolocalização como aliada no combate à pandemia de Covid-19. Adotada principalmente pelos bancos e pelas grandes empresas de varejo no combate à fraude, a ferramenta usa informações comportamentais dos usuários com base em sua localização para provar que determinada pessoa é verdadeiramente quem diz ser sem a necessidade de fornecer dados como CPF, e-mail ou comprovante de endereço.
A partir daí, a empresa desenvolveu uma nova funcionalidade capaz de gerar métricas de isolamento social por bairro – medida fundamental para conter o avanço da doença –, monitorar áreas de risco e aglomerações e estabelecer uma comunicação direta com a população, para enviar notificações informativas e educativas sobre o distanciamento e sobre a suspensão das atividades de estabelecimentos.
André Ferraz, CEO da empresa, explica que, no Brasil, cerca de 60 milhões de pessoas possuem aplicativos rastreáveis na base da In Loco. Desse total, mais de 40 milhões já autorizaram sua localização. “Ao contrário de alguns países asiáticos, onde a rastreabilidade é compulsória, por aqui é uma atitude voluntária”, diz. O executivo enfatiza, ainda, que a tecnologia não identifica o usuário, ela apenas fornece estatísticas sobre concentrações de pessoas. Isso porque é preciso levar em consideração que as medidas de controle têm que obedecer às melhores práticas de proteção de dados pessoais, sob pena de muitos direitos humanos universais e garantias fundamentais sofrerem consequências irremediáveis no presente e, principalmente, no futuro pós-pandêmico que nos aguarda.
Depois de criada, a solução da In Loco foi colocada à disposição de prefeituras e governos de todo o país de forma gratuita. A empresa monitora os dados do Brasil todo e, até agora, cerca de 20 Estados já estão fazendo uso dessas informações para adotar medidas como campanhas mais direcionadas de conscientização e até envio de forças policiais para dispersar aglomerações.
E, apesar do pouco tempo de monitoramento, o executivo diz que já dá para constatar alguns padrões de comportamento. Segundo a última atualização do mapa, no dia 1º de abril, Distrito Federal (59,12%), Goiás (56,05%) e Pernambuco (54,43%) são os estados que mais estão respeitando as regras de isolamento social. Pernambuco e Rio Grande do Sul aparecem empatados com 59,9%. Em São Paulo, o índice é de 51,8%. O mais baixo é em Tocantins, 44%.
Essa segmentação vale também para as cidades. Na capital paulista, por exemplo, Ferraz notou que bairros nobres como o Itaim e os Jardins, na zona sul, possuem as menores taxas de isolamento, enquanto na periferia os índices são mais altos.
Para ter acesso ao mapeamento, as cidades e os estados recebem um link do módulo Software Development Kit (SDK), com login e senha. A Prefeitura de Recife, por exemplo, uma das primeiras a adotar a tecnologia, lançou uma campanha pública para que os cidadãos autorizassem a identificação de suas localizações. Mas Ferraz diz que a adesão tem sido surpreendente. “Quase 70% das pessoas da nossa base autorizaram. Essa taxa é equivalente às autorizações para efeitos de segurança”, conta o executivo, que tem mantido contato com países da Europa e da América Latina para a oferta da solução. Ele diz que, quando tudo isso passar, os dados serão apagados. “Não faremos uso comercial disso. A solução vai continuar existindo, mas só será usada caso tenhamos problemas similares no futuro.”
Empresa alemã cria plataforma capaz de prever as necessidades dos hospitais
Dirk Paessler (foto), fundador da Paessler, especializada em monitoramento de redes, anunciou ontem (1) o lançamento do CovidCare, ferramenta que oferece aos administradores hospitalares e médicos a possibilidade de prever cenários potenciais de uso de recursos em meio à crise da Covid-19.
Criado com o apoio de vários desenvolvedores voluntários especificamente para o Hospital Municipal de Fürth, na Bavária, Alemanha, o serviço está disponível, gratuitamente, para qualquer entidade de saúde do mundo. Ele analisa diversas informações estatísticas de forma preditiva e informa quantos recursos um hospital de uma determinada região geográfica vai necessitar para atender seus pacientes. Isso inclui dados como leitos de pronto-socorro, UTI e ambulatórios, volume de remédios e materiais e número de ventiladores mecânicos que deveriam estar disponíveis para atender à próxima leva de pessoas contaminadas, entre outras informações.
Disponível em oito idiomas, a plataforma já conta com outras versões em desenvolvimento.
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Adaptação ao digital é palavra de ordem na crise
A avaliação da empresa de pesquisa IDC sobre os impactos corporativos do novo coronavírus inclui uma urgência na adoção de modelos digitais de atendimento ao cliente. “Quem conseguir se posicionar em um cenário adverso, mudando seus canais de relacionamento e se adaptando ao digital, já pensando em como tratar a privacidade de seus clientes, lidará melhor com a crise”, aponta Luciano Ramos, gerente de pesquisa e consultoria em enterprise da IDC Brasil.
Os fornecedores mais favorecidos no mercado de tecnologia, que atende estas empresas, segundo Ramos, serão os de soluções de infraestrutura, além de companhias ativas na provisão de software de colaboração, conectividade e comunicação.
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Fundador da Gooders fala sobre desmistificação do autismo
No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas para informar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e derrubar preconceitos, o fundador da Gooders, fintech de engajamento social que recompensa as pessoas por suas ações do bem, Fábio Procópio, levantou a bandeira sobre a conscientização e desmistificação do autismo.
Tendo sido diagnosticado com Síndrome de Asperger junto com o filho há cinco anos, o empreendedor falou, em um artigo no LinkedIn, sobre como o diagnóstico o libertou. “Passei a entender e aceitar o porquê das minhas limitações e aumentou muito minha autoestima, ao potencializar o lado bom que o Asperger me traz: o raciocínio muito rápido e a facilidade de fazer conexões”, aponta.
“Isso sempre me auxiliou muito nas funções que exerci como criativo, gestor de comunicação nas empresas que trabalhei e também como empreendedor”, acrescenta. A hashtag sugerida pelo fundador para celebrar a data é #respectro.
O Proteja Brasil é uma nova iniciativa do UNICEF e do Ministério dos Direitos Humanos para denunciar atos de violência doméstica, que tendem a aumentar em tempos de quarentena. Basta escolher a opção “violação fora da internet” no app.
– O Comitê Gestor da Internet no Brasil vai realizar o 10º Fórum da Internet no Brasil de 22 a 25 de setembro na cidade de Natal (RN). O evento itinerante vai tratar de temas relacionados à governança da internet e a programação será composta por meio de um processo colaborativo. A comunidade interessada em debater temas relacionados à governança da internet no Brasil pode participar respondendo a uma chamada para submissão de propostas de workshops, que podem ser enviadas até o dia 15 de abril;
– Desde ontem, os usuários do Uber Eats na cidade de São Paulo passaram a ter acesso, além de refeições, a farmácias, lojas de conveniência e pet shops. Inicialmente, fazem parte da iniciativa as farmácias da rede Pague Menos e as unidades da Cobasi. A partir de segunda-feira (6), 30 lojas de conveniência Shell Select integram a plataforma e outras serão incorporadas na semana seguinte. Apesar de começar por São Paulo, o Uber Eats garante que, já nos próximos dias, as novas categorias também estarão disponíveis para usuários de outras cidades brasileiras;
– A VisualDx anunciou que vai liberar a sua plataforma de inteligência artificial voltada à telemedicina gratuitamente por 60 dias para médicos, clínicas e hospitais durante crise da Covid-19. O aplicativo oferece uma ampla gama de dados com o objetivo de melhorar a precisão diagnóstica, mitigando erros e a prescrição indiscriminada de medicamentos, além de consultas a distância a especialistas. A tecnologia inclui diagnósticos sobre a Covid-19, causada pelo novo coronavírus, desde o início até o 11º dia de evolução da doença no paciente;
– Especializada em soluções de ingredientes para as indústrias de alimentos, bebidas, nutrição animal, farmacêutico e papel, entre outros, a Ingredion anunciou ontem seu Programa de Inovação Aberta para toda a América do Sul. A ideia é oferecer às startups a possibilidade de serem contratadas como fornecedoras ou parceiras da companhia para a solução de seis desafios: gestão de ponto e jornada de trabalho; automação do planejamento da produção industrial; gestão digital de documentos fiscais; antecipação de recebíveis; rastreabilidade de matéria-prima; e novos canais para comercialização de ingredientes. Os desafios abrem oportunidades para HRTechs, Indústria 4.0, fintechs e foodtechs. As inscrições estão abertas até o dia 26.
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