Apenas 22% dos brasileiros têm alguma reserva financeira. Dados como esse sempre me chocaram e, no momento que vivemos, me tiram a paz. A crise socioeconômica, reflexo da Covid-19, trouxe à tona para nossas casas e empresas a real importância de se ter um colchão financeiro.
A chamada reserva de emergências (eu prefiro chamar de reserva de oportunidades) deve cobrir os seus gastos mensais por, pelo menos, três meses.
Se você, assim como a maioria da população, ainda não tem uma reserva de valor, fique atento aos quatro passos para começar a sua jornada para a independência financeira.
1. Faça um pente fino
Para mudar sua vida financeira, você deve começar identificando onde estão os problemas. O primeiro passo é analisar todos os seus gastos nos últimos seis meses. Confira os seus extratos do banco, faturas do cartão de crédito etc. Separe todas as despesas em três categorias: Essencial, Supérfluo e Desperdício.
Em Essencial, estará tudo aquilo que é fundamental para a sua sobrevivência. Na categoria Supérfluo, você deve incluir consumos opcionais, como ir ao restaurante, cinema e vestuário. Já em Desperdício será incluído todas as despesas que não trazem nenhum benefício, como juros, taxas, compras de produtos que nunca foram usados etc. Você verá que tem muito dinheiro indo pelo ralo e que poderia ser transformado em investimento no seu futuro.
2. De olho no cartão de crédito
O limite do seu cartão de crédito deve ser usado apenas se você tem o saldo disponível para pagamento. Comprar sem saber como vai pagar não deve ser uma opção. Por isso, cuidado com as compras online em momentos de ansiedade, tristeza e angústia. Se você já está enrolado com o cartão, procure um empréstimo pessoal com juros menor que o do cartão de crédito. Nunca, jamais, utilize a opção de pagamento mínimo.
3. Troque suas dívidas
Sair do endividamento não é fácil, mas é 100% possível com estratégia e disciplina. Procure por instituições financeiras e faça a portabilidade das suas dívidas, trocando juros altos por mais baixos. A portabilidade é um processo simples e pode ajudar a pagar as dívidas mais rápido. Lembre-se de que a taxa Selic despencou nos últimos anos e você pode encontrar taxas melhores.
Outra opção é buscar uma redução ou a suspensão temporária de pagamentos. Em tempos de crise, como o atual, essas alternativas livram do pagamento de juros por atraso.
4. Aprenda a investir
A poupança está rendendo pouco mais de 2.1% ao ano, portanto, fuja dela. Abra sua conta em uma corretora de valores. É simples e tão confiável como qualquer conta em banco. Em vez de investir com o seu gerente, fale online com o seu assessor na corretora. Ele, com certeza, terá produtos com taxas melhores.
Você não precisa esperar ter muito para poupar. Automatize transferências mensais e comece com o que for possível hoje, planejando-se para aumentar os aportes todos os meses.
Mas atenção: nem todo investimento é indicado para a nossa reserva financeira. No próximo artigo, vou mostrar quais são as opções ideias para não ser surpreendido pelas crises e também não perder oportunidades pela falta de escolha. Lembre-se: invista para ser livre.
Francine Mendes é educadora financeira para mulheres, economista pela Universidade Federal de Santa Catarina, com mestrado em psicanálise do consumo pela Universidade Kennedy. Apresentadora do canal Mary Poupe, no YouTube, e comunicadora na RiCTV Record.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.