Anunciado na última quarta-feira (27) pelo Governo de São Paulo e reafirmado no dia seguinte pelo prefeito da cidade, Bruno Covas, o plano de reabertura de setores da economia durante a quarentena de enfrentamento à pandemia de Covid-19 continua levantando uma série de dúvidas.
A proposta do governador João Doria prevê a prorrogação do isolamento social obrigatório com flexibilização progressiva a partir de 1º de junho em cinco etapas. Além disso, divide as regiões do estado por cores, de acordo com critérios definidos pela Secretaria Estadual da Saúde e pelo Comitê de Contingência do Coronavírus. Entre eles se destacam a taxa de ocupação de UTIs e total de leitos a cada 100 mil habitantes, bem como indicadores de mortes, casos e internações por Covid-19. As classificações serão de alerta máximo (vermelho), controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). Segundo o governo, uma região só pode passar a uma maior liberação após 14 dias e a reavaliação apenas ocorrerá em período menor caso haja informações relevantes que exijam, excepcionalmente, uma revisão.
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No “Plano São Paulo”, como foi batizado, a capital foi classificada com a cor laranja, que indica uma fase de atenção para eventuais liberações. Desse modo, será permitido reabrir, com restrições, a partir do dia 1º de junho, os setores que incluem atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias, comércio e shoppings centers. O prefeito Bruno Covas, no entanto, enfatizou na coletiva de ontem que será preciso analisar os projetos apresentados pelos setores. “Essas propostas vão ser validadas pela Vigilância Sanitária do município e somente quando assinadas entre a entidade representativa do setor e a prefeitura é que o setor vai poder reabrir. Então, nada a partir do dia 1º. A partir dessa data, a discussão começa a ser efetivada aqui na Prefeitura de São Paulo”, afirmou.
Entretanto, a três dias do início da fase 2 do plano de retomada na capital, não há informações claras sobre como proceder. “É muito frustrante já que, no dia anterior, o governador de São Paulo anunciou, por meio de decreto, que as empresas abririam a partir de segunda-feira. No dia seguinte, o prefeito foi muito claro na sua colocação de que no início da semana as empresas não abrirão automaticamente. Isso é uma contradição com o que o governo disse e, até o momento, nem mesmo a prefeitura consegue determinar com clareza que tipo de protocolo será exigido”, diz Francisco de la Tôrre, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Além da frustração com a falta de informações por parte da prefeitura, de la Tôrre destaca a preocupação com o profundo impacto financeiro no setor. Segundo ele, a queda no faturamento somente no período que termina em 31 de maio é de R$ 83,4 bilhões para o comércio, sendo que, desse valor, R$ 61,7 bilhões são relativos às atividades comerciais não essenciais. “Se os estabelecimentos voltarem a funcionar numa situação hipotética a partir de segunda-feira, a queda em relação a 2019 é da ordem de 11%”, diz.
No que diz respeito às ações que serão tomadas pela entidade a partir do decreto do plano de reabertura, o vice-presidente diz que o primeiro passo é o esclarecimento. “Nós estamos estudando o assunto e em tratativas com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e com a prefeitura para que eles esclareçam as exigências. Além disso, temos dado algumas sugestões para facilitar o processo. Assim que tivermos a compreensão de todas as diretrizes, a FecomercioSP vai se manifestar oficialmente”, concluiu.
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