Mais de 1 mil entregadores que trabalham para aplicativos se reuniram na cidade de São Paulo hoje (1) para protestar por melhoria em suas condições de trabalho, em um dos maiores movimentos do tipo realizados no país.
Os entregadores querem maiores tarifas pelas entregas e melhores condições de trabalho, que se tornaram mais difíceis desde a chegada da pandemia de coronavírus no país em meados de março. O movimento faz parte de uma chamada nacional de greve dos entregadores nesta quarta-feira e contou com atos em outras cidades, como no Distrito Federal e Rio de Janeiro.
Os trabalhadores afirmam que a renda que conseguem trabalhando para aplicativos caiu ao longo do tempo e que eles têm que atuar em condições precárias.
“Eles estão nos fazendo trabalhar em fins de semana, todos os dias, sob risco de sermos bloqueados nos aplicativos”, disse Felipe Gomes, que faz entregas para um dos aplicativos de comida mais populares do país.
Companhias como Rappi, Uber e iFood consideram os entregadores como freelancers e insistem que são apenas intermediárias entre os estabelecimentos comerciais e os entregadores.
“Um algoritmo determina tudo para eles [entregadores]: valor e duração do trabalho, a rota que devem tomar, e se eles não aceitam, sofrem penalidades”, disse Tatiana Simonetti, promotora do trabalho. “No momento em que eles se cadastram no sistema, eles se tornam marionetes.”
Representantes da Uber não comentaram o assunto. iFood e Rappi afirmaram que as demandas dos trabalhadores têm sido atendidas e que não vão aumentar sob pressão as tarifas pagas aos entregadores. A Rappi afirmou que a maior parte dos entregadores recebe R$ 18 por hora, embora trabalhadores tenham dito à Reuters que recebem com frequência muito menos.
Rodrigo Gandolfo, vice-presidente de logística do iFood, afirmou que os entregadores recebem cerca de R$ 20 por hora em horários de pico como almoço e jantar.
Em comunicado à imprensa, o presidente interino da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, Eduardo Guterra, disse que a categoria quer “discutir outro modelo de relação baseado nas orientações da Organização Mundial do Trabalho (OIT), com descanso entre jornadas e melhor remuneração, em que o participante, seja motorista de carro, motoboy ou entregador de bicicleta, não seja explorado por falta de segurança e de condições de saúde”. (Com Reuters)
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