Os dados dos testes com a potencial vacina contra Covid-19 da Universidade de Oxford e da AstraZeneca podem ser enviados a órgãos reguladores neste ano, mas não é possível buscar atalhos para acelerar a aprovação para uso emergencial, disse um dos cientistas que lideram o estudo hoje (25).
A vacina de Oxford produziu resposta imunológica em seus primeiros testes em humanos, enfatizando sua posição como uma das principais candidatas na corrida para combater o vírus que causou centenas de milhares de mortes e teve forte impacto na economia global.
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“É simplesmente possível que se os casos aumentarem rapidamente nos ensaios clínicos, nós possamos entregar os dados para os reguladores neste ano”, disse Andrew Pollard, diretor do Grupo de Vacinas de Oxford, à Rádio BBC ao se referir ao progresso dos ensaios mais amplos em estágio avançado, que estão sendo feitos em vários países, entre eles o Brasil.
“Então haveria um processo pelo qual eles passariam para ter uma avaliação completa dos dados.”
Os testes foram parar nas manchetes nesta semana quando o “Financial Times” afirmou que o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando acelerar o processo de disponibilização da vacina para ela ser usada no país antes da eleição presidencial de 3 de novembro.
Uma opção que estaria sendo analisada envolveria a concessão pala Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos EUA, de uma “autorização para uso emergencial” em outubro para a potencial vacina, disse o jornal.
Pollard disse que o processo para a concessão de autorização para uso emergencial é bem estabelecido. “Mas ele ainda envolve ter dados cuidadosamente conduzidos… e evidências de que realmente funciona”, disse.
O “Financial Times” disse que o governo dos EUA considera basear a aprovação emergencial da vacina apenas em um pequeno estudo com cerca de 10 mil pessoas feito no Reino Unido.
Pollard, investigar-chefe global dos ensaios clínicos com a potencial vacina de Oxford, disse que a AstraZeneca levará os dados para os reguladores assim que os cientistas estiverem satisfeitos com eles.
Ele disse que a Universidade de Oxford envolveu cerca de 20 mil pessoas nos testes ao redor de Reino Unido, Brasil e África do Sul. Além disso, a AstraZeneca lidera um estudo nos EUA com 30 mil pessoas.
“O tamanho dos estudos não é a questão aqui, o que é necessário ter são casos suficientes se acumulando durante o tempo de observação dos testes”, disse Pollard. (Com Reuters)
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