A Fundação Lemann, empresas e outras entidades investirão R$ 100 milhões em uma fábrica no Brasil para produzir a potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica AstraZeneca.
A fábrica será doada para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informou a entidade ligada ao bilionário Jorge Paulo Lemann hoje (7).
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A expectativa é que a fábrica da vacina, que está na Fase 3 de testes em humanos, a última antes do registro, esteja pronta no início de 2021 e a capacidade de produção deverá ser de 30 milhões de doses por mês, segundo comunicado da fundação.
Parte do grupo também apoiará a construção de uma fábrica similar no Instituto Butantan, ligado ao governo do Estado de São Paulo.
A vacina de Oxford com a AstraZeneca está sendo testada em voluntários brasileiros, num estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e que conta com financiamento da Fundação Lemann.
Em comunicado, a entidade disse que o grupo –formado também por Ambev, Americanas, Itaú Unibanco, Stone, Instituto Votorantim, Fundação Brava e a Behring Family Foundation– investirá em adequações nas fábricas de Bio-Manguinhos, ligada à Fiocruz, com a aquisição dos equipamento necessários para absorção da tecnologia necessária à produção da vacina.
A unidade deverá ter a capacidade de produzir outras vacinas no futuro, incluindo novos imunizantes para a Covid-19 que vierem a ser aprovados, disse a fundação.
“Esperamos com essa iniciativa dar uma contribuição concreta para o nosso país, deixando um legado público para que milhões de brasileiros possam se beneficiar e também para que o Brasil esteja melhor posicionado e preparado no enfrentamento de outros desafios dessa natureza que possam surgir”, disse Lemann, de acordo com a assessoria de imprensa da fundação.
Ontem (6), o presidente Jair Bolsonaro assinou medida provisória que destina R$ 1,9 bilhão para assegurar a compra de 100 milhões de doses e posterior produção local da possível vacina.
Desse total, R$ 522,1 milhões serão repassados para Bio-Manguinhos com o objetivo de ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população. Ao mesmo tempo, R$ 1,3 bilhão será usado para despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica. Os valores também contemplam o processo de finalização da vacina.
O Butantan está testando em 9.000 voluntários no país uma potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, num acordo que prevê também a transferência de tecnologia para produção local da vacina, caso sua eficácia seja comprovada em ensaios clínicos.
A expectativa do instituto paulista é de iniciar a produção do zero da vacina em meados do ano que vem a um custo de R$ 130 milhões a ser obtido junto a doadores. Até agora, há compromisso de doação de R$ 96 milhões, segundo o governo estadual.
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Apesar das estimativas de autoridades para início da produção local tanto da vacina de Oxford quanto do imunizante da Sinovac, especialistas ouvidos pela Reuters colocaram em dúvida esse prazo.
Uma terceira candidata a vacina, desenvolvida em parceria da norte-americana Pfizer com a alemã BioNTech, também já está sendo testada no Brasil e uma quarta, da estatal chinesa Sinopharm, deverá começar a ser aplicada em voluntários em breve em uma parceria com o governo do Estado do Paraná. (Com Reuters)
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