James A. Baker III foi, de longe, o “presidente sem um voto” mais importante da história recente americana. Secretário adjunto de Comércio, chefe da Casa Civil do presidente Reagan por oito anos, chefe da campanha do meu amigo George H. W. Bush, e seu chefe da Casa Civil, secretário do Tesouro, secretário de Estado e, por último, chefe da batalha jurídica que, na Corte Suprema americana, confirmou a eleição de George W. Bush, o 43º presidente dos Estados Unidos.
Em Houston, foi homenageado pelo presidente Barack Obama, na cerimônia de inauguração do Baker Institute for Public Policy, junto à Rice University, no Texas. Instituto com o qual organizei um convênio para cientistas brasileiros, que lá estagiaram nas áreas de energia e de física.
Bastaria isso para classificá-lo como um dos reconhecidos e admirados políticos por sua ação desde a famosa reunião do Hotel Plaza (Nova York). Reuniu os países do G8 e coordenou um pacto que poderíamos chamar de pós-Bretton Woods, para o alinhamento das moedas e do mundo financeiro internacional.
Visitou o Brasil na comitiva do presidente Reagan, quando organizamos sua visita a Brasília e, a meu convite, a São Paulo. No Palácio Bandeirantes, reuniu-se com 3 mil homens de negócios, jornalistas, acadêmicos, estudantes e políticos.
Lembrando que o Brasil estava, após a falência do México, na rota direta da insolvência. Através do nosso ex-conselheiro no Brasilinvest, o secretário de Estado George Shultz, ele, Reagan, ao descer do avião em Brasília, anunciou uma linha de crédito para o governo brasileiro de mais de US$ 15 bilhões atuais, que nos safou de uma degradante quebra. Mas, interessante relembrar e ler o livro “The Man Who Run Washington”, recentemente publicado, a trajetória política de um simples advogado de Houston lançado a um período de dez anos às posições de maior relevo na maior capital política do mundo.
Homem de talento, ficou conhecido como o Martelo de Veludo, por sua força e determinação na implantação de políticas nacionais mas, acima de tudo, pelo caráter conciliador e interpartidário com que conduziu seus passos nos Estados Unidos. Sempre buscou o equilíbrio moderador entre os partidos e os agentes das mudanças.
“James A.Baker III ficou conhecido como o martelo de veludo por sua força e determinação na implantação de políticas nacionais mas, acima de tudo, pelo caráter conciliador e interpretação.”Ao ler sobre suas tratativas e conduta no episódio da queda do Muro de Berlim, com os presidentes Bush e Gorbachev e a seu ministro de relações exteriores Eduard Shevardnadze, pude compreender como sua habilidade e competência puderam ajudar na implosão da União Soviética sem que destroços dela atingissem os países democráticos.
De meus encontros e fotos, lembro-me de termos encontrado um uniforme comum, mesmo sem querer: ternos azul-marinho, camisas brancas e gravatas verdes, sempre.
Escrevo sobre meu amigo Jim Baker III, pois foi ele que fez a introdução de meu livro “O Lugar do Brasil no Mundo” (2013). Ele encerra sua apresentação com estas palavras:
“O aquecimento global é uma realidade iminente, prevê Garnero, assim como o desflorestamento, a desertificação e a poluição das águas. O Brasil e o resto do mundo têm a obrigação moral de fazer tudo o que puderem para preservar o planeta, não esquecendo que a sustentabilidade também faz sentido como negócio.
À primeira vista, o livro de Garnero é referência para líderes brasileiros. Mas ele é mais. Empresários e líderes de outros países devem ler e apreciar as suas observações, adequá-las e aplicá-las, porque muitas das lições aprendidas no Brasil podem ser virtualmente adaptadas em qualquer país no século XXI.”
Mario Garnero é Chairman do Grupo Garnero e presidente do Fórum das Américas
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