“Eu sou péssima para dar entrevistas!”, exclama Sabrina Sato do alto do sucesso como apresentadora, entrevistadora, humorista, musa do Carnaval, garota propaganda, criadora de conteúdo, influencer e celebridade extraordinaire. Portanto, não acredite.
Sabrina sempre tem a resposta na ponta da língua e emenda cada observação com uma história deliciosa e hilária. Foi assim a nossa conversa sobre sua outra carreira de sucesso, como empreendedora social.
Em 2016 ela criou o Instituto Sabrina Sato, uma instituição sem fins lucrativos para apoiar instituições e projetos sociais focados na educação, desenvolvimento, assistência social e proteção às crianças e adolescentes de todo o Brasil.
“Era um antigo sonho meu”, conta ela, lembrando o primeiro evento da entidade, um jantar beneficente no Clube Monte Líbano, em São Paulo. Naquela noite foram arrecadados R$ 331 mil por meio de um leilão com 14 lotes para as ONGs TUCCA, de tratamento e pesquisa para crianças e adolescentes com câncer, Fundação Cafú – educação, arte e esporte – e Instituto Ressoar – de combate à pobreza no interior da Bahia. “Esse é o lado bom da fama, usar nossa imagem em prol dos outros, poder transformar a vida de quem precisa”, avalia.
Atualmente o Instituto Sabrina Sato tem parcerias estabelecidas com mais de 30 ONGs e instituições beneficentes – entre elas Cufa, Casa do Abrigo e Doutores da Alegria – contando também com parceria de empresas e marcas como Cacau Show, Coperalcool e Riachuelo. “Não tenho o menor problema em arregaçar as mangas e passar o chapéu”, diz bem-humorada. “Quando o auxílio demora a chegar, fico ansiosa e ponho dinheiro do meu próprio bolso”, avisa.
Têm sido muitas as ações do ISS durante a pandemia. “No primeiro dia de confinamento, comecei a planejar com meus irmãos o que a gente ia fazer para ajudar quem não podia sair de casa para trabalhar”, comenta. Fizeram inúmeros contatos resultando em enormes doações de alimentos, produtos de higiene e brinquedos para instituições e comunidades carentes.
Na verdade, a ação social entrou na vida de Sabrina ainda na infância, através da avó materna, Luiza Hissae. “Ela tinha vários amigos gays e quando aconteceu a epidemia de Aids, ajudou muita gente. Ia visitar em casa, no hospital, cuidava, cozinhava… Fazia o mesmo para as pessoas que sofriam de hanseníase. E eu, pequena – entre os quatro e os sete anos – ia junto”, lembra. Em Penápolis, cidade da família, dona Luiza era dona de um pequeno comércio e conhecida pela generosidade e pelo humor. “Gente!!! Minha avó era muito engraçada. Imagine uma mistura de Dercy Gonçalves com Hebe… japonesa! Ela dizia que nada a deixava mais feliz do que fazer outras pessoas felizes. Uma mulher incrível”, orgulha-se.
Dona Luiza morreu quando Sabrina era criança, mas deixou bem plantada a semente do bem. Hoje, ela passa os mesmos valores para a filha Zoe, de dois anos – do casamento com Duda Nagle. “Ela está na fase do ‘tudo meu’ e acha que sabe tudo. Então, ensino que é preciso dividir com os outros, ajudar. Na fazenda, ela está aprendendo a cuidar dos animais”, conta. Aliás, a preocupação ambiental e com a vida animal é outro braço do ISS. “Estou estudando mais sobre o assunto. Aprendendo inclusive com o trabalho da Gisele Bündchen na Amazônia para começar a realizar projetos nessa área”, diz.
“A vida tem sido tão boa que estou sempre disposta e feliz em fazer a minha parte. Por isso, só fecho contrato com empresas que promovem boas políticas sociais e que, de alguma maneira, podem colaborar com o Instituto. Digo para as pessoas que procurem uma causa que toque o coração delas e comecem a colaborar. Essa é a bandeira que eu levanto porque é a que pode mudar o País”, conclui Sabrina.
A seguir, Sabrina Sato #MulherdeSucessoresponde:
Donata Meirelles: Com qual mulher de sucesso da História você mais se identifica?
Sabrina Sato: Sempre fui inspirada por mulheres corajosas, que quebraram regras, preconceitos e ajudaram outras mulheres. Daí eu penso em Gloria Maria. Nos meus encontros com ela, sempre me ajudou.
Fui entrevistar o Tom Cruise e ela estava lá, poderosa, para falar com ele. Eu, toda sem jeito, perguntei para ela: “Como eu faço? Nem sei falar inglês”. E ela: “Meu amor, você fala a língua do amor, consegue tudo o que quiser”. Gloria Maria sempre me deu muita força e é um exemplo, abriu caminhos. Tem também a Elke Maravilha e a Rita Lee, mulheres únicas.
DM: Qual a sua maior conquista, profissional e pessoal?
SS: Continuo aprendendo e conquistando. Não tem como ser de outra maneira. Por isso, é preciso gostar do processo que nos faz chegar a uma conquista. Acredito que as minhas maiores conquistas profissionais ainda estão por vir. Pessoal foi a Zoe, minha filha. Mas eu quero mais. Penso em ter mais filhos tanto biológicos quanto adotar uma criança.
DM: Não confunda sucesso com…
SS: Com bens materiais e achar que você já sabe tudo. Por isso precisamos estar sempre trabalhando e aprendendo com a vida.
DM: Que qualidades você mais admira em uma pessoa?
SS: Generosidade, autenticidade e coragem.
DM: Qual o seu maior luxo não material?
SS: Minha família.
DM: Se você pudesse ser um animal, qual seria? E por quê?
SS: Queria ser um tigre, forte e corajoso. Mas eu me sinto uma baleia! Porque as baleias são muito família, estão sempre juntos em grandes bandos.
DM: Qual a sua filosofia de vida?
SS: Ser humilde e aprender. Para crescer, evoluir, melhorar. E ajudar quem precisa, se colocar no lugar do outro. Tratar as pessoas como eu gostaria de ser tratada.
Com Mario Mendes e Antonia Petta
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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