A trajetória de sucesso da italiana Lucia Silvestri na joalheria Bulgari é daqueles casos de pessoa certa na hora e no lugar certos. Hoje diretora criativa da linha de alta joalheria da marca, ela começou na empresa com apenas 18 anos, no departamento de gemologia. Lucia conta que ficou simplesmente arrebatada quando viu pela primeira vez uma mesa repleta de pedras preciosas que mais tarde dariam colorido, personalidade e alma às joias da casa. “Eu me apaixonei pelas cores, variedade e energia que emanava daquelas gemas”, declara quarenta anos depois.
Na verdade, o pai de Lucia já trabalhava com os irmãos Paolo e Nicola Bulgari e, para ela, ingressar na empresa foi um movimento natural. Tanto que interrompeu os estudos de Biologia para se dedicar em tempo integral àquela jornada fascinante.
Aos 20 anos, Lucia viajava pelo mundo, encontrando os mais renomados especialistas em pedras preciosas e conhecendo lugares onde joalheria é parte da formação estética há várias gerações, como Antuérpia, Jaipur, Genebra e Nova York. Sem falar o quanto aprendeu diretamente, no dia a dia, com os irmãos Bulgari. Foi o início de sua expertise no ramo.
Eram os anos 1980, quando a empresa possuía apenas cinco lojas em todo o mundo e a produção internacional de joias se resumia a um pequeno e restrito grupo de famílias. Lucia assumiu então a posição de compradora de pedras preciosas. “Uma das primeiras coisas que aprendi é selecionar e comprar pedras apenas quando podemos ver seu possível uso. Portanto, ao adquiri-las eu já tinha em mente as composições de cores e as formas das joias que elas iriam se tornar”, conta com conhecimento de causa.
Com a experiência adquirida ao longo de anos e inúmeras viagens, Lucia chegou ao posto de Diretora de Aquisição de Gemas, cargo que até então só havia sido exercido pelos irmãos Bulgari. Em 2013, finalmente realizou o sonho de se tornar diretora criativa da linha de alta joalheria da marca, colocando todo seu conhecimento de gemas preciosas a serviço da criação de peças que não só dão continuidade à tradição do nome Bulgari, mas também apontam novos caminhos e falam com novos consumidores.
Em sua mais recente coleção, chamada “Magnifica”, Lucia segue a tradição da casa de eleger musas, mas com um twist. Se nos anos 1960, durante a Dolce Vita romana, a inspiração da Bulgari partia do glamour das estrelas de cinema – italianas e hollywoodianas – que filmavam nos estúdios da Cinecittà – Gina! Sofia! Liz! – as magníficas de Lucia têm um apelo bem atual.
A diretora criativa se inspirou na pintora italiana barroca Artemisia Gentileschi (1593-1656), na arquiteta anglo-iraquiana Zaha Hadid (1950-2016) e na escritora, ensaísta, roteirista e designer sino-americana Eileen Cheng (1920-1995). Mulheres de sucesso que deixaram sua marca no mundo de seu tempo, elas são descritas por Lucia como “personalidades femininas que traçaram os próprios caminhos, quebraram barreiras e desafiaram as normas vigentes”. Esse ímpeto foi traduzido em peças de colorido vibrante e volumes ousados.
Lucia Silvestri conversou com a coluna diretamente de seu QG de luxo em Roma. Ela falou de inspiração, das musas empoderadas e do desafio de criar uma coleção em meio às restrições provocadas pela pandemia. Mas, como mulher de sucesso, está focada na luz no fim do túnel. Ou melhor, no brilho de um novo renascimento.
Magnificamente
“A coleção Magnifica é a resposta da Bulgari para esses novos tempos, uma celebração de um renascimento, compartilhando uma mensagem de alegria, criatividade e beleza. A inspiração foram musas magníficas e as peças refletem a majestosa imagem de Roma, a cidade eterna, através de gemas sublimes e da inteligência das mãos dos artesãos que executam nossas joias e as transformam em verdadeiras obras de arte.”
De mulher para mulher
“Sendo a criação de uma mulher para outras mulheres, essa coleção é um tributo às personalidades femininas indomáveis que com visão, independência e atitude traçaram seus próprios caminhos, quebraram barreiras ou desafiaram as normas vigentes em diferentes setores. Em um mundo dominado por homens, essas mulheres forjaram uma nova percepção feminina com muita coragem, resiliência e talento. Elas abriram um caminho que deve servir de exemplo e encorajamento para as mulheres de hoje cultivarem intuição e talento como um verdadeiro dom da natureza. Não me comparo a elas, mas compartilho sua mensagem para as gerações mais jovens: a importância de perseguir seus sonhos sem jamais perder a autoconfiança. Busque seu próprio caminho e, quando encontrá-lo, não deixe que nada nem ninguém a detenha.”
Tão longe, tão perto
“Como compradores de gemas preciosas, durante as restrições da pandemia tivemos de repensar todo o fluxo de matéria-prima junto aos nossos fornecedores. Geralmente minha equipe e eu viajamos muito para encontrar as pedras mais lindas do mundo, mas nos vimos forçados a encontrar novos métodos de trabalho e, pela primeira vez, vimos as pedras via Zoom – as escolhidas foram então enviadas para a seleção final em Roma. Por outro lado, não viajar nos deu a oportunidade de realmente poder acompanhar todo o processo de produção, passo a passo, nas oficinas da alta joalheria ao lado dos ourives.”
Futuro brilhante
“Acredito que um dos efeitos da Covid-19 é nos fazer enxergar melhor a importância do que é realmente valioso na vida: família, relacionamentos, tempo e qualidade… Mas também estar preparado para aproveitar o melhor de cada momento. Sem dúvida, há no momento uma sede de viver, de alegria e de beleza.”
Conheça peças da coleção “Magnifica”, da Bulgari:
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Com Mario Mendes, Antonia Petta e Sofia Mendes
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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