A geração que está chegando aos 60 anos ganhou em média 30 anos de expectativa de vida — o que é um fato fantástico e um imenso bônus. Porém, poucas pessoas desta geração estão financeiramente preparadas para viver tanto tempo mais.
Se você está próximo ou já chegou à terceira idade e não tem um patrimônio que lhe permita viver apenas de renda, vou passar 10 conselhos para lhe ajudar:
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MoMo Productions/Getty Images 1. Levante todas as receitas: é hora de fazer as contas. Lance os dados em uma planilha considerando os valores com os quais vai poder contar após a parar de trabalhar. Inclua o que vai receber do INSS, rendas de planos de previdência privados, possíveis aluguéis (como a garagem ou o quarto que esteja sobrando no apartamento). Imóveis de lazer podem trazer renda enquanto não são utilizados. Serviços online como o Airbnb podem ajudar. Confira também o saldo no FGTS e revise cada detalhe das suas finanças para que nada passe em branco.
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FG Trade/Getty Images 2. Reflita sobre a estrutura de gastos: agora que você já verificou suas rendas, lance em uma planilha cada gasto que precisa fazer. Quem já tem o hábito de anotar seus gastos vai ter mais facilidade. Quem ainda não tem, deve começar a anotar tudo pelo menos um ano antes de parar de trabalhar. Questione cada despesa, por menor que seja. Quais de fato são fundamentais, quais valem o esforço que temos que fazer para ganhar o dinheiro que elas custam e quais podem ser suprimidas sem prejudicar a sua qualidade de vida? Lembre-se: um bom orçamento é aquele que evita desperdícios e permite mais gastos supérfluos.
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Goodboy Picture Company/Getty Images 3. Questione todos os custos fixos: muitas vezes alguns custos são encarados como imutáveis, quando na verdade apenas dependem de uma decisão para mudar. Os seguros de vida que são fundamentais quando se tem dependentes podem ser reduzidos ou até eliminados quando deixamos de ter dependentes. Verifique os planos de TV, telefonia e internet. Veja se ainda frequenta o clube que paga, se continua lendo as revistas que assina. O segredo não é eliminar o importante, mas se livrar daquilo que está no orçamento por comodismo.
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visual space/Getty Images 4. Evite o apego a imóveis e estruturas caras: quanto mais pesada sua mochila mais difícil é sua caminhada. E nesta fase da vida é hora de aliviar a carga. A casa dos sonhos de outrora pode ter deixado de fazer sentido neste momento. O carro, eventualmente, pode ser substituído com economia por táxi ou uber. Na terceira idade é hora de aprender que menos pode ser mais.
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Westend61/Getty Images 5. Nova carreira é uma possibilidade? A expectativa de vida não para de crescer, porém, mais do que aumento do tempo de vida, ganhamos a possibilidade de viver com qualidade e de forma produtiva a terceira idade (dos 60 aos 80) e até a quarta idade (dos 80 aos 100). Pesquisas demonstram que continuar a trabalhar até os 70 aumenta significativamente as chances de chegar com saúde aos 80. Mais do que parar de trabalhar, muitas pessoas querem uma mudança de rotina. É neste momento que pensar em uma nova carreira pode ajudar. Aqui o importante não é ganhar muito ou conquistar postos de grande prestígio e responsabilidade. O importante é um trabalho que gere propósito e que concilie baixo estresse e mais tempo de lazer.
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erika pellini/Getty Images 6. Planejar a vida pós-carreira: parar de trabalhar pode ser um sonho para muitos, porém, é preciso pensar no que fazer depois. Ter seis meses de férias sem nenhum compromisso ou ter tempo para viajar pode parecer um sonho. Mas dificilmente ficar de papo para o ar ou viajando sem parar preenche a vida de alguém. O amanhã precisa ser planejado — antes mesmo de abandonar o trabalho remunerado.
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vorDa/Getty Images 7. A estrutura da sociedade mudou e a herança também: durante muitas gerações a aposentadoria era pensada no seio da família. Como poucas pessoas ficavam velhas, vigorava uma lógica simples: cada um procurava enriquecer a família e a herança era a forma de transmitir esta riqueza. Caso alguém ficasse velho ou doente, era atendido pela mesma família. Este pacto tácito inter-geracional caducou pela redução do número de filhos e pelo aumento na proporção de idosos na sociedade. Agora, além de a herança ser transmitida já muito tarde, quando impacta pouco na construção do patrimônio dos filhos, os mais jovens têm grande dificuldade de cuidar dos pais na velhice. Qual a saída? Melhor do que pensar em herança é pensar em ter um pecúlio para se manter, de forma a não pressionar em demasia a vida dos filhos.
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Westend61/Getty Images 8. Filhos precisam ser emancipados financeiramente, o quanto antes: pais que protegem os filhos em excesso, além de prejudicarem suas finanças também criam filhos que encontram muitas dificuldades em se tornar adultos e se emancipar. Pais tendem a fortalecer filhos fortes e enfraquecer filhos frágeis. Se a educação que você deu não tornou seus filhos maduros, a vida vai precisar fazer a parte dela. Você não é eterno e quanto mais tarde seu filho tiver que viver por conta própria, mais dificuldade terá em se adaptar.
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Thomas Barwick/Getty Images 9. Mudar de cidade pode ser uma alternativa: algumas cidades são mais baratas e mais amigáveis para os idosos. Cidades pequenas ou alguns bairros com grande concentração de idosos geralmente permitem viver melhor, com menos dinheiro.
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Sam Edwards/Getty Images 10.Evitar o risco: por último, lembre-se que não é hora de correr muitos riscos. Ir à falência aos vinte e poucos anos pode ser um grande aprendizado. Mas passar por esta situação depois dos 50 anos é uma grande tragédia.
1. Levante todas as receitas: é hora de fazer as contas. Lance os dados em uma planilha considerando os valores com os quais vai poder contar após a parar de trabalhar. Inclua o que vai receber do INSS, rendas de planos de previdência privados, possíveis aluguéis (como a garagem ou o quarto que esteja sobrando no apartamento). Imóveis de lazer podem trazer renda enquanto não são utilizados. Serviços online como o Airbnb podem ajudar. Confira também o saldo no FGTS e revise cada detalhe das suas finanças para que nada passe em branco.
Espero que estes conselhos lhe ajudem a aproveitar todos os anos que a revolução da longevidade nos presenteou.
Desejo que você tenha uma vida longa e profícua!
Jurandir Sell Macedo Jr é doutor em finanças comportamentais, professor universitário e, desde 2003, ministra na Universidade Federal de Santa Catarina a primeira disciplina de finanças pessoais do Brasil. É autor de inúmeros livros sobre educação financeira e tem pós-doutorado em psicologia cognitiva pela Université Libre de Bruxelles. Escreve sobre Finanças 50+ quinzenalmente, às quintas-feiras. Instagram @jurandirsell E-mail [email protected]
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