“Para [Silvia] Furmanovich, a beleza não se encontra no valor intrínseco de um material, mas na habilidade das mãos que o trabalham”, escreve Rachel Garrahan – editora de joias e relógios da “Vogue UK” – no prefácio do livro sobre o trabalho da designer brasileira de joias – “Silvia Furmanovich: Nature, Art And Adornment” – publicado pela editora francesa de livros de luxo Assouline. A jornalista inglesa foi precisa e direto ao ponto, na síntese da trajetória de 20 anos de sucesso: “Trabalho em colaboração com os artesãos dos locais que me servem de inspiração”, confirma a designer que já percorreu a marchetaria amazônica em madeira, as técnicas artesanais japonesas com bambu e as minipinturas indianas. No momento, Silvia está às vésperas de dois lançamentos especiais.
Primeiro será a vez da coleção Egito, elaborada e desenhada durante uma viagem pelo Nilo: “Pesquisei a fundo o trabalho dos artesãos especializados nas incrustações de turquesa, na produção de papiros, nas técnicas ancestrais que vemos nos templos”, conta. Em outubro, ela vai apresentar sua primeira coleção de acessórios e objetos de casa para a marca. “São centros de mesa, gamelas, porta-retratos, mesinhas laterais… Minha inspiração foi a natureza e o trabalho dos artesãos da Ilha do Ferro, em Alagoas, que executam peças incríveis com galhos e raízes que encontram nas matas”, detalha. O catálogo de luxe foi devidamente fotografado por Tuca Reinés, na Mata Atlântica, em Paraty. Para as cenas dos próximos capítulos, na temporada 2022, Silvia revela andar de olho na obra de uma escultora sul-coreana.
“Desde o início minha ideia foi conhecer o trabalho de artesãos brasileiros e estrangeiros e fazer um mix de culturas. O melhor de tudo é nos surpreendermos com o resultado final de uma união de forças”, declara Silvia. A partir desses encontros, ela criou peças únicas como um bracelete orquídea de ouro e diamantes, a clutch de marchetaria de madeira com fecho de ouro e brincos de madeira e diamantes, desenhados como asas de borboleta.
Essas joias exuberantes, coloridas e singulares têm seduzido consumidores ao redor do mundo, tanto em vitrines de endereços exclusivos quanto nas grandes lojas de departamento. Ao todo são mais de vinte pontos de venda entre Monte Carlo e Nova York; de Aspen a Beverly Hills e Istambul. Em São Paulo, Silvia comanda um escritório/ateliê e mantém uma loja no Shopping Cidade Jardim. “Assim mantenho a produção mais concentrada e posso atender melhor as clientes”, explica.
Sobre as razões do sucesso da marca, Silvia é simples e direta: “Meu olhar é muito brasileiro, principalmente nas cores, e as peças chamam atenção no mundo por carregar uma certa alegria”, resume. Sem esquecer de informar: “Somos uma empresa familiar”. Ela faz questão de dividir os méritos com os três filhos: Alexandre, que também é criador e o responsável pelas vendas; Andrey, que vive em Nova York e cuida da divulgação internacional da marca; e o mais novo, Anthony, encarregado da administração do negócio. Um verdadeiro case de família.
Com Mario Mendes, Antonia Petta e Sofia Mendes
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
Artigo publicado na edição 89, lançada em agosto de 2021.
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