Um dos principais questionamentos, tanto de pacientes como de seus familiares, durante uma consulta para transplante capilar é: “O cabelo usado no transplante pode vir de outra pessoa?”
E por que esta dúvida é comum e importante? Em casos de calvície mais avançada, onde há uma área muito grande a ser coberta com cabelos novos durante a cirurgia, pode não haver cabelos suficientes do próprio paciente para esta cobertura. Isto acontece pois os fios que são usados na cirurgia vêm de uma região onde eles são permanentes, chamada de área doadora, que usualmente fica na lateral e região posterior da cabeça. Ao serem retirados para o transplante, esses fios nascem na área implantada, mas não se regeneram na área doadora, ou seja, esta área de doação é finita.
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Com isto, alguns pacientes questionam sobre a possiblidade de utilizar fios de outra pessoa como fonte de doação. É bastante comum uma mãe perguntar se pode doar parte de seus fios para o filho que sofre com a calvície. No transplante capilar isto não é possível, pois o organismo reconhece aqueles fios de outra pessoa como “corpos estranhos” e organiza defesas naturais contra eles, rejeitando-os.
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Isto é importante pois, em casos de calvície mais avançada, onde há uma desproporção entre a área doadora de fios (menor) e a área calva que necessita de fios (maior), existe uma limitação do que é possível o cirurgião conseguir. Sempre há uma melhora, mas a satisfação decorrente de uma cirurgia destas é proporcional ao entendimento que o paciente tem das limitações naturais do procedimento.
Márcio Crisóstomo é cirurgião plástico formado no Instituto Ivo Pitanguy, especialista em Transplante Capilar nos Estados Unidos pelo American Board of Hair Restoration Surgery, com pós-graduação em Surgical Leadership pela Harvard Medical School.
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