Há nove meses atrás eu comecei a escrever meu primeiro livro. Pensando bem, comecei a escrevê-lo muito antes de digitar a primeira palavra. Comecei a escrever esse livro na minha cabeça, primeiro quando minha segunda filha nasceu, e depois quando estava estudando na minha pós-graduação em filosofia.
Esses dois momentos estavam construindo uma nova eu, com uma visão de mundo diferente e preocupações novas. Meus filhos despertaram em mim uma angústia sobre como seria o futuro deles, e como eu poderia prepará-los para ele. Minha pós me impulsionou a refletir sobre essa angústia e ter a coragem de falar sobre ela, para que outros pais e mães se sentissem acolhidos.+
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Até então, tudo que eu tinha era a página branca. Eu tinha a vontade, o conhecimento sobre o tema e a disposição de me dedicar, mas não conseguia passar da página branca.
Em janeiro de 2023, recebi um convite de uma das maiores editoras do país para lançar um livro, e aquele momento parecia o universo me dando não um sinal, mas uma mensagem direta de que eu precisava e deveria escrever o tal livro que estava sendo construído na minha cabeça. Eu já sabia o título: O Jovem Digital. Têm esses momentos, né? Que aparecem de surpresa e nos dão a resposta para uma dúvida que tivemos durante muito tempo.
Pois bem, tive quatro dias para estruturar o esqueleto do livro, com todos os capítulos e escrever o primeiro capítulo completo. Fiz. A mágica da pressão e do prazo em um empreendedor… Foram seis meses de escrita, chorei muito, li e resumi mais de 140 artigos científicos, liguei para muitos familiares, conduzi uma pesquisa sobre o tema, chorei mais um pouco, e, por último, sorri. Sorri por ter conseguido realizar um sonho que ardia no meu peito e eu fingia que não existia, por medo de não conseguir realizá-lo.
O Jovem Digital está na pré-venda, entrou em 5º lugar no ranking da Amazon nas primeiras 24 horas e é um grande sonho que tenho orgulho de dizer que consegui realizar.
Mas, como essa é uma coluna de negócios e empreendedorismo, quero compartilhar com vocês os quatro maiores ensinamentos que o processo de escrever um livro sozinha (sem ghost writers nem nada disso), me trouxe.
- A página em branco: Passei mais de dois anos olhando para uma página em branco no meu computador, e foi mais difícil sair da página branca do que escrever os dez capítulos seguintes. Muitas vezes, quando empreendemos, também ficamos presos na página em branco – com medo de agir, de tirar o planejamento do papel e precisar enfrentar os problemas que surgirão no caminho. Parece fácil e confortável ficar na página em branco, mas na verdade, quanto mais você fica nela, mais difícil é sair dela. Faça, se der errado, conserte rápido, aprenda com o erro e siga em frente. Só saia da página em branco o quanto antes, porque só a ação é capaz de mudar qualquer coisa.
- O prêmio da consistência: Não sei se é um mal de empreendedores, mas eu sempre fui uma pessoa intensa. Procrastinava e depois passava horas ou dias seguidos imersa até entregar o que eu já sabia que precisava há meses. Essa intensidade me prejudicava, porque me gerava muito stress, frustração e pouco equilíbrio. O prêmio da consistência é poder viver em paz, e não nessa montanha russa. Trabalhar um x horas todos os dias, em vez de precisar se matar durante alguns e procrastinar em outros. Ler um pouco todos os dias, escrever um pouco todos os dias. É a consistência diária que constrói grandes conquistas.
- É justo que tudo que muito vale, muito custe: Os seis meses que passei escrevendo o livro foram meses de muitas renúncias. Eu não estava mais saindo, deixei de passar tempo com meus filhos, nas minhas outras empresas, abdiquei do meu lazer, mas eu tinha em mente que é justo que “tudo que muito vale, muito custe”. Quem me inspirou nisso foi a Larissa, que trabalha comigo no IMATIZE, e essa frase ficou na minha cabeça durante cada renúncia que eu escolhi fazer em prol do que eu sabia que muito valia para mim. O resultado é orgulho, realização e felicidade. Se você empreende, terá que renunciar muitas coisas para conquistar seus objetivos. Não fique triste por isso, pois é justo que o que muito vale, muito custe.
- A competição é com você mesmo: Cada desafio que passei ao escrever o livro, era um desafio inteiramente meu. Não contei para quase ninguém que estava escrevendo um livro, não perguntei se alguém também estava, não quis dicas ou conselhos – eu queria fazer do meu jeito, sem interferências, porque aprendi que a competição da minha vida não é com absolutamente ninguém além de mim mesma. Cada desafio superado foi uma injeção de ânimo e força interna, que iam construindo a confiança para enfrentar os próximos. Em tudo na vida, lembre-se de competir apenas com você mesmo – você vai se impressionar com a quantidade de criatividade e conquistas você terá nesse caminho.
Fico muito feliz de poder compartilhar com vocês essa enorme conquista na minha vida, e sempre grata pelo espaço maravilhoso que a Forbes Brasil me confere. Espero que os ensinamentos dessa minha jornada possam te inspirar na sua, seja no empreendedorismo ou em outras áreas também.
Beijo e até semana que vem!
Isabela Matte tem 24 anos, é mãe, empreendedora desde os 12, escritora, pós graduada em Filosofia, influenciadora, palestrante, podcaster, Under 30 e educadora. Fundadora da marca Isabela Matte e da edtech de empreendedorismo digital IMATIZE.
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