Na última quinta-feira (3), a Apple se tornou a primeira empresa pública norte-americana a valer US$ 1 trilhão. Suas ações subiram 2,8%, para US$ 207,05, elevando o ganho para 9% desde a terça-feira (31), quando divulgou seu relatório trimestral. A administração da Apple reportou resultados acima do esperado e mencionou que comprou de volta US$ 20 bilhões de suas próprias ações.
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Mas, apesar de toda a cobertura da imprensa em torno desse importante marco, a Apple ainda não é a empresa mais valiosa do mundo. O título pertence à também gigante de tecnologia Amazon, de Jeff Bezos. Mas por que, se a capitalização de mercado da varejista online é de “apenas” US$ 887 bilhões? A chave está na métrica usada para medir o valor de uma empresa.
A maioria dos analistas usa o “valor da empresa” em vez de “valor de mercado” para medir quanto vale uma companhia, o que leva em conta custo operacional total e ajuste da estrutura de capital (capital próprio, dívida e dinheiro). Uma grande parte do valor patrimonial da Apple está em sua reserva financeira, o que não reflete o valor contínuo da empresa. Ela poderia usar esse recurso para emitir dividendos ou recomprar ações, mas isso não mudaria o valor real da empresa com base em seus possíveis lucros futuros. Na verdade, a Apple normalmente compra de volta ações a cada trimestre.
A Amazon superou a Apple em valor de mercado em junho, durante a sua ascensão meteórica, e agora vale US$ 80 bilhões a mais do que a companhia comandada por Tim Cook. A Amazon e a Apple são apenas duas das gigantes da tecnologia, mas que agora formam as empresas mais valiosas do mundo. A FORBES analisou o restante das grandes companhias do setor tecnológico para traçar seus valores corporativos ao longo do tempo.
Valor das gigantes da tecnologia
Apple e Google vêm liderando o setor desde 2016. No entanto, por volta de fevereiro deste ano, a Amazon superou a concorrente e se tornou a mais valiosa. Porém, perdeu o posto por um breve período.
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O Facebook e a Netflix, embora também integrantes do grupo FAANG (bolha tecnológica formada pelo Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google), têm atualmente um valor muito menor do que as duas primeiras colocadas.
Independentemente do valor da empresa ou do valor de mercado, a tecnologia domina
O ponto mais importante a ser notado é que esses gigantes da tecnologia estão assumindo o papel de mais valiosos do mundo, tanto em valor da empresa quanto em valor de mercado. Em julho, o “Consumer News and Business Channel”, canal por assinatura voltado a negócios, informou que a maioria dos retornos deste ano no índice S&P 500 veio das grandes organizações do setor tecnológico. Elas são responsáveis por 99% dos retornos do S&P 500 em 2018, o que significa que o restante do índice permaneceu praticamente estável. Os dados são de 10 de julho de 2018.
Este cenário não se repetia desde o último boom das ponto.com na década de 1990, quando esperava-se que a Cisco se tornasse a primeira empresa de US$ 1 trilhão. A FORBES mapeou o desempenho de algumas companhias de tecnologia e petróleo para ver como a liderança de mercado mudou na última década.
Em dezembro de 2007, a PetroChina chegou a valer mais de US$ 1,3 trilhão, o pico máximo de valor de mercado da gigante chinesa.
Em 2006, a Microsoft teve a quarta maior capitalização de mercado, chegando a ser, no primeiro trimestre, a terceira mais valiosa, com US$ 299 bilhões. No decorrer do ano, no entanto, foi ultrapassada pela Exxon, GE e PetroChina – e seguida de perto pela Total.
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Em 2011, a Apple ficou em terceiro lugar, com a Exxon e a PetroChina nas primeiras posições, e chegou ao valor de mercado de US$ 392 bilhões em outubro de 2011.
Em 2016, Apple, Microsoft, Amazon e Facebook conquistaram os quatro maiores valores de mercado, diferente da situação atual.
Com base na monstruosa participação de mercado, a FORBES prevê que os gigantes da tecnologia irão governar por algum tempo – a menos que ocorra outro estouro da bolha.