Em um momento de alto estresse, insegurança e incerteza causados pela epidemia de coronavírus e, mais recentemente, queda do preço do petróleo, os ânimos andam exaltados com as valorizações desanimadoras e perdas acentuadas das ações. No curto período de sete dias, a B3 acionou o Circuit Breaker (interrupção das negociações) cinco vezes, por quedas acima de 10% do Ibovespa — a última foi hoje (16), quando o índice caiu mais de 12%
Ex-agricultor, médico e bilionário, Lírio Parisotto é fundador da petroquímica Innova e uma das pessoas físicas que mais investe no mercado brasileiro de ações por meio do fundo de investimentos Geração Futuro. Com patrimônio estimado em R$ 5,44 bilhões, Parisotto, que ocupa a 58ª posição na lista dos Bilionários Brasileiros da FORBES (2019), é conhecido por apostar suas fichas a longo prazo. Entre as empresas que fazem parte de sua carteira de investimentos está a Usiminas.
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Para o investidor, esse é o momento ideal para quem não investe entrar no mercado de ações e para quem investe angariar mais posições. A melhor aposta depende do dia, mas a estratégia é uma só. “Comprar as ações que mais caíram e escolher aquelas que têm bom fundamento é certeiro. BB, Vale, Eletrobrás Bradesco e Itaú são boas pedidas. É difícil errar. São as famosas promoções”.
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alexander spatari/gettyimages Roda gigante
Com décadas de experiência no mercado financeiro, Lírio Parisotto diz que é preciso manter a racionalidade em momentos de incerteza e nervosismo. Precisamos lembrar que o mercado é cíclico, as quedas acontecem, assim como as recuperações e valorizações. “Não posso dizer que estou feliz com isso, mas é preciso manter a calma. Já vivemos momentos como este. Quando Collor assumiu, em 1990, o mercado de ações chegou a cair 90%.”
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anton petrus/gettyimages Não saia de casa, investidor
A recomendação de evitar saídas para preservar a saúde vale também para o bolso: fique onde está. O maior erro neste momento é abandonar posições. “Ninguém sabe até onde vamos, mas se você está no mercado acionário deve ficar quieto. Deixar posições é um erro, deixa tudo mais instável e você pode não colher frutos futuramente. Na verdade, deve-se fazer o oposto: se existe saldo, invista!”, recomenda Parisotto.
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roy hsu/gettyimages Não lave as mãos
Da mesma forma que a demanda parte da necessidade e que as crises geram oportunidades para verdadeiros empreendedores se reinventarem, o momento de desvalorização e quedas no mercado de ações é ideal para quem não investe se aventurar e comprar a preços baixos. “Quem não está no mercado tem que considerar entrar porque é uma oportunidade de dobrar o dinheiro em um curto prazo. O investidor de verdade aparece e o espectador se dá mal”.
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miragec/gettyimages Valor real e valor atribuído
Está claro que o momento de pandemia é delicado. Tudo ainda está muito incerto. Quanto tempo levaremos para recuperar os danos? Quais são as reais consequências para a economia e a saúde? A verdade é que temos medo do desconhecido. “A incerteza e a falta de concretude faz como que deixemos que as emoções tomem conta. Perdemos a racionalidade. Há uma preocupação e uma paranoia excessivas. É preciso racionalmente entender que o mercado vai bater até cansar. Sugiro nos recolhermos em posição fetal porque dói menos.”
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ponywang/gettyimages O melhor dos mundos
O mercado de ações já caiu mais de 50% em dólar. Este é o momento de ação. E quem pode ajudar é o Banco Central. “Precisamos fazer o que os norte-americano fizeram: reduzir os juros em cem pontos (1%). O BC precisa injetar uma grande quantidade de dólares para mostrar que temos fichas para jogar — não falo de US$ 5 bilhões, mas sim de US$ 50 bilhões. A reserva de moedas é o seguro a ser usado na hora do acidente. Este é o acidente. Precisamos ser agressivos. Isso daria segurança para quem investe e trabalha com insumos. O Banco Central não pode deixar o real derreter”, alerta.
Roda gigante
Com décadas de experiência no mercado financeiro, Lírio Parisotto diz que é preciso manter a racionalidade em momentos de incerteza e nervosismo. Precisamos lembrar que o mercado é cíclico, as quedas acontecem, assim como as recuperações e valorizações. “Não posso dizer que estou feliz com isso, mas é preciso manter a calma. Já vivemos momentos como este. Quando Collor assumiu, em 1990, o mercado de ações chegou a cair 90%.”
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