Além de todo o esforço que os empreendedores e empresários brasileiros vêm fazendo desde que a pandemia chegou ao país, existe um outro perfil de pessoa que também está tendo que se reinventar para que os impactos do momento atual sejam os menores possíveis.
Os tomadores de decisão financeira são as pessoas que precisam equilibrar o cotidiano e, mais do que nunca, tem um papel essencial na recuperação das famílias.
Visão dos tomadores de decisão ao redor do mundo
Apesar de todos os desafios que a pandemia da Covid-19 trouxe para o mundo estarem longe de serem superados, muitos norte-americanos já começam a ter uma visão mais otimista sobre o mercado.
Isso porque mesmo ainda sentindo a economia do país enfraquecida, muitos tomadores de decisão já não estão apenas esperando pelo pior, e por consequência estão mais otimistas sobre o que pode acontecer nos próximos meses.
Uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey traz dados que justificam esse aumento na confiança.
Nessa pesquisa, nota-se que os consumidores dos Estados Unidos esperam que sua situação financeira melhore no próximo trimestre, mesmo ainda havendo um grau de preocupação com a segurança nos empregos, relatada por cerca de 40% dos respondentes.
Além disso, 4 de cada 10 tomadores de decisão do país relataram que optaram por pagar parcelas de empréstimos e hipotecas nos últimos dois meses, principalmente aqueles com rendimentos de até US$ 50 mil ao ano.
Mas esse otimismo não é o mesmo em outros países, como Rússia e Itália, onde as pessoas estão mais pessimistas sobre a economia do país nos próximos três meses, tanto por esperar que a situação piore quanto por temer pela segurança dos empregos.
Como os consumidores brasileiros veem o momento
No Brasil, as pessoas responsáveis pelas decisões financeiras não compartilham do mesmo otimismo dos norte-americanos.
Segundo a pesquisa da McKinsey, quase todos os respondentes brasileiros veem a economia atual como fraca, e cerca de 60% deles ainda acreditam que o cenário no país pode piorar nos próximos três meses.
Isso pode ser uma consequência do impacto da pandemia na renda das famílias, que diminuiu ao mesmo tempo em que as despesas aumentaram consideravelmente desde que as medidas de restrição e distanciamento começaram a ser adotadas pelo país.
Por isso, grande parte dos consumidores não enxerga com otimismo os próximos meses da economia brasileira, com mais de 70% se mostrando incertos ou pessimistas sobre esse cenário.
Além disso, as pessoas também se mostram preocupadas com a manutenção de seus empregos durante esse período, principalmente pelo fato de que isso afetaria diretamente suas reservas.
De acordo com as respostas da pesquisa, mais da metade dos respondentes possui uma reserva financeira de menos de quatro meses de duração, caso perdessem seus empregos hoje.
Nesse cenário, os tomadores de decisões financeiras apontam que os bancos estão tendo um comportamento adequado de acordo com a situação atual, mas ainda assim com uma ressalva.
Segundo os respondentes da pesquisa, seria ótimo que os bancos praticassem taxas menores enquanto durar o período de recuperação da economia.
Mudança de hábitos
Uma das principais mudanças causadas pelas necessidades e restrições que vivemos nos últimos meses, não deve ser deixada de lado.
O uso de aplicativos e sistemas de pagamento online são os serviços que mais crescem entre os tomadores de decisões financeiras no Brasil, como mostra a McKinsey.
Segundo a consultoria, quase 70% das pessoas que responderam a pesquisa afirmaram que vão passar a dar preferência a esses serviços, em vez de visitar agências ou fazer transações via telefone.
Os próximos meses continuarão sendo desafiadores para todos, empresários e tomadores de decisão, que terão que estar preparados para lidar com todas as possibilidades que devem se apresentar até que todo esse período de incerteza passe.
Agora você precisa analisar se o seu negócio está pronto para conviver com esse cenário incerto, que não sabemos até quando isso vai durar.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinekdIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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