Estrutura como Joint Ventures (JVs) ou uma série de alianças, pode ajudar empresas a entrar em novos mercados, gerenciando riscos e otimizando custos. Porém, mesmo com parcerias bem projetadas desafios para estabelecer e manter determinadas mudanças inevitáveis nas prioridades dos parceiros, na dinâmica do mercado ou nas operações em andamento, podem aparecer.
Aparenta ser óbvio para empresas parceiras que elas devem monitorar regularmente o progresso de seus negócios e alianças, mas realizar e conhecer são coisas distintas, e muitas vezes é preciso tempo e esforço para que as empresas parceiras cheguem ao mesmo nível.
Quando se cria um acordo entre uma empresa é importante estabelecer um conjunto claro de protocolos de verificação de saúde desde o início do acordo, se possível desde as negociações. Empresas parceiras devem sempre descrever os processos e ferramentas que usarão para avaliar o relacionamento comercial. Quanto mais cedo isso acontecer, maior será a probabilidade de os parceiros aderirem a reavaliações periódicas e consistentes.
Assim como uma consulta médica, a verificação de saúde entre parceiros deve ser realizada em horários predeterminados e anualmente. O processo de revisão é frequentemente coordenado pelo gerente da aliança, com o apoio de partes interessadas dentro de cada organização parceira. Os resultados adquiridos geralmente são compartilhados com o comitê de direção das parcerias ou com o conselho da aliança, porém algumas parcerias recorrem a um consultor de confiança para liderar todo o processo de verificação para obter uma perspectiva externa. Abordagens como essa, podem ser eficazes quando as empresas parceiras tentaram e falharam várias vezes para identificar as causas do mau desempenho entre elas.
É muito importante ficar atento ao estado de saúde entre as parceiras, por isso nunca é tarde para estabelecer um processo de verificação. Existem parceiras que nem sequer percebem a necessidade de uma verificação de saúde. Normalmente, quando a parceria atinge um pico de velocidade, as empresas parceiras em um empreendimento ficam frustradas, pela incapacidade da parceria atingir suas metas. Em alguns casos equipes ficam desapontadas com o processo de aprovação de um projeto, pois receberam sinal de verde de uma iniciativa para descobrir, alguns dias depois, que os requisitos haviam mudado por parte da outra empresa.
Todos os atrasos e retrabalhos em projetos levam muitos a deixar o empreendimento. E somente assim, com a verificação de saúde da parceria que os empreendimentos descobrem os problemas com o processo de aprovação e tomam as medidas necessárias para resolvê-las. De fato, exames regulares de parceria podem ter um benefício cultural duradouro.
Para realizar uma boa verificação de integridade da parceria, existem dois elementos importantes. O primeiro, as equipes precisam acessar as informações mais relevantes sobre a parceria, como perspectivas históricas e atuais, e o segundo, eles precisam ter acesso às avaliações de desempenho detalhadamente.
Na aliança de saúde mencionada, por exemplo, uma equipe de verificação de saúde realizou entrevistas com parceiros para ajudar a determinar o motivo deles pensarem que os marcos não estavam sendo cumpridos tão rapidamente quanto o esperado. A equipe de verificação de saúde combinou essas respostas com uma avaliação aprimorada da parceria comercial ao longo dos seguintes fatores de sucesso: estratégia, cultura e comunicação, operações, governança e tomada de decisão, economia e adaptabilidade.
Essa avaliação aprofundada fez com que a equipe reconhecesse três tendências. Primeiro, cada organização parceira estava contribuindo com recursos conforme combinado; o que ajudou a aliviar as tensões e a restaurar o relacionamento comercial. Segundo, as operações não estavam falhando em atender às expectativas, estavam apenas fazendo mais lentamente do que o esperado. Isso levou a uma discussão separada sobre como as tarefas e decisões individuais estavam sendo tratadas e como elas poderiam ser gerenciadas de maneira diferente. E finalmente, a terceira avaliação revelou que, em algumas iniciativas conjuntas, os parceiros estavam contribuindo com recursos que se sobrepunham, o que criava processos excessivamente complexos. Essa clareza levou as organizações parceiras a simplificá-las, melhorando a velocidade de execução.
Toda essa avaliação entre parceiros assim como na boa saúde pessoal, a boa saúde organizacional exige exames frequentes. Ao avaliar consistentemente o desempenho de uma parceria nos componentes críticos para o sucesso, estratégia, cultura e comunicação, operações, governança e tomada de decisões, economia e adaptabilidade, os parceiros podem melhorar suas parcerias e aumentar a probabilidade de sucesso a longo prazo.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinekdIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Inscreva-se no Canal Forbes Pitch, no Telegram, para saber tudo sobre empreendedorismo.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.