Nas últimas semanas, o Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia (MuBE) anunciou Galciani Neves como nova curadora da instituição, cargo antecedido por Cauê Alves entre 2016 e 2020. A notícia é digna de celebração, isso porque Galciani se torna uma das poucas mulheres à frente da curadoria de um museu de grande porte no Brasil. A representatividade feminina na arte é um assunto que tem sido amplamente discutido pelo próprio mercado, que nos últimos anos dedicou, inclusive, grandes exposições ao tema.
Em 2019, o eixo temático do Masp foi acerca de “Histórias das mulheres e histórias feministas”. Enquanto na Pinacoteca, em 2018, a exposição “Mulheres radicais: arte latino-americana”, ocupou a instituição por três meses. A necessidade de falar sobre isso aparece em dados. Professora e pesquisadora da USP, Ana Paula Simioni, revelou em 2017 que apenas 20% das obras da acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo eram de autoria de artistas mulheres. No MAC-USP, a presença feminina era de 29%. No mesmo ano, o coletivo de artistas ativistas Guerrilla Girls revelou que apenas 6% do acervo em exposição do Masp era de produções femininas.
Ter uma mulher ocupando um cargo artístico de um grande museu do país é uma notícia que me enche de esperança, especialmente em meio à uma severa pandemia. Nascida em Fortaleza, Galciani tem mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. É professora na FAAP e na Universidade Federal do Ceará e autora do livro “Exercícios críticos: gestos e procedimentos de invenção”. Entres suas ambições no cargo de curadora-chefe, Galciani fala em diversidade como um dos pilares de seu projeto.
Ocupando o cargo desde o início de julho, Galciani passa a mediar o programa “MuBE Ao Vivo”, via Zoom, às quintas-feiras. O intuito é discutir a produção de artistas brasileiras cujos trabalhos têm a cidade como contexto e condição de existência. A primeira foi Regina Parra, seguida por Alice Shintani e entre as próximas convidadas estão Virgínia Medeiros, Eleonora Fabião e Abigail Campos Leal. O intuito de trazer apenas mulheres para esse novo ciclo é discutir o corpo da mulher ocupando o espaço público. A intersecção de temas como feminismo, ecologia e coletividade também é uma das propostas da curadora.
Camila Yunes é formada em arquitetura pelo Mackenzie e pela Ecole Nationale d’Architecture Paris Val de Seine. Cursou Sotheby’s em Contemporary Art and Its Market, How the Art World Works e Foundations in History of Art. Trabalhou com sales & liaisons nas Galerias Continua e Nara Roesler e na equipe de produção da Galeria Aveline. Hoje é VIP Representative das feiras Armory Show e ARCO. Foi cofundadora do GoART Art Advising de 2015 a 2018. É a fundadora da KURA.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Participe do canal Forbes Saúde Mental, no Telegram, e tire suas dúvidas.
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.