Haja coração ou aja coração? Se, rapidamente, sem pestanejar, você já respondeu “haja coração”, sugiro que continue a leitura deste texto. Acalme-se, que você não está errado. De fato, o correto, na expressão popular que tanto ouvimos, é a utilização do haja, presente do subjuntivo do verbo haver. Que haja, que exista coração. O significado é esse.
Mas, se o coração existir, pode ser preciso que ele aja. Daí, recorreríamos à vírgula e teríamos a expressão “Aja, coração!”, na qual o aja seria o imperativo do verbo agir, e o coração seria o receptor da incumbência de tomar uma atitude. O.k., talvez não seja o seu caso, mas há corações tão gélidos que necessitam de uma ordem, de um verdadeiro mandado para entrarem em ação, asseguro-lhe, leitor. Aja, coração! Tome uma atitude, coração!
Falando em coração, senti uma fincada daquelas ao ouvir, hoje, em uma reunião, “A nossa perca diminuiu neste mês”. Perca??? A nossa perda diminuiu neste mês, né? Quem falou isso deve ser parente de quem diz que o carro deu “perca total”. Socorro! Perca é verbo (não perca tempo e estude), ao passo que perda é substantivo (foi uma perda lastimável).
Agora, lastimável mesmo é a situação do superlativo da palavra chique. Você sabia que chiquérrimo não existe? Pois é, leitor, simplesmente não existe. Essa construção é vista, pelos gramáticos, como uma anomalia linguística, uma aberração. O correto, na norma culta da língua portuguesa, é chiquíssimo, o qual nada tem de chique. Bom mesmo é falar chiquérrimo, cuja sonoridade dá um banho em chiquíssimo. Enfim, o português e suas idiossincrasias… Haja coração!
Cíntia Chagas é uma professora que sempre leva humor e conhecimento ao público. Escritora de dois best-sellers da editora HarperCollins, ela coleciona milhares de alunos nos cursos virtuais que ministra. Palestrante e instagrammer, provou que irreverência, humor e educação podem e devem andar juntos.
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