Será que você é um sujeito “cheio de nove horas”? Pois a coluna de hoje se debruçará sobre esse tema. Não! O tema não é você, caro e narcisista leitor, mas as expressões nossas de cada dia. Comecemos, então, que este texto será, no mínimo, pitoresco.
No século 19, a Cidade Maravilhosa consagrou as nove horas (da noite, é claro) como o momento de se recolher. Dever-se-ia parar qualquer visita, jogo ou diversão e rumar à própria casa. Caso contrário, o cidadão poderia ser apalpado e revistado. Daí surgiu a caracterização “cheio de nove horas” para os indivíduos repletos de censura, de regras e de limites aos prazeres alheios.
E “lavar a égua”? Cicrano “lavou a égua” hoje, ficou feliz demais! E quem, nesta vida, fica supercontente por lavar uma equina, leitor? Pois bem: há muitos anos, quando os donos desse tipo de animal faturavam boas quantias no páreo, eles costumavam banhar a égua justamente com o quê? Com champanhe, filho de Deus! Com champanhe. Um sacrilégio. Por isso, “lavar a égua” virou sinônimo de obter satisfação.
Fato é que nós, leitor, fazemos o diabo a quatro com a nossa língua. Ops! E “o diabo a quatro”, de onde vem? Essa expressão, de origem francesa (faire le diable à quatre), nasceu nas apresentações medievais, nas quais o diabo era figura recorrente. Para denotar confusões menores, os autores teatrais utilizavam um ou dois diabos, mas, se a algazarra fosse grandiosa, surgiam os benditos quatro capetinhas.
Enfim, eu lavo a égua quando as pessoas se surpreendem com a origem das nossas expressões. Sinto-me o próprio Aurélio. E dou os significados de mão beijada mesmo. Vixe! “Dar de mão beijada”? E isso? De onde vem? Tema para outra coluna, leitor, em outra oportunidade.
Até semana que vem.
Cíntia Chagas é uma professora que sempre leva humor e conhecimento ao público. Escritora de dois best-sellers da editora HarperCollins, ela coleciona milhares de alunos nos cursos virtuais que ministra. Palestrante e instagrammer, provou que irreverência, humor e educação podem e devem andar juntos.
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