Parafraseando Jan Gehl, no livro “Cidades Para Pessoas”, inicialmente nós moldamos os territórios – depois eles nos moldam. Assim, quanto mais humano for o espaço do território que produzimos, mais valorizada nossa dimensão humana estará. Um território de pessoas para pessoas.
O território expressa as diferentes etnias, idades, rendas e gêneros traduzindo a mistura e a riqueza existente. É lá o cenário de trocas econômicas, de produção, de avanços tecnológicos, do consumo, da necessidade, do desejo e da vontade.
Um ponto em comum em quase todos os territórios é que as pessoas que os utilizam são cada dia mais maltratadas. Condições usualmente subumanas são comuns. É forçoso reconhecer que a dimensão humana nunca esteve na agenda do dia.
O momento atual converge para uma firme vontade de encontrar um novo rumo. De atar mecanismos de investimentos para enfrentar os problemas fundamentais e históricos, muito agudizados pela pandemia: deslocamento urbano, desemprego, desnutrição e deficiências em educação e em moradia, por exemplo.
Isto induz a necessidade de um senso de urgência, a construção de novos investimentos, de uma nova economia e de parcerias estratégicas que propiciem as principais transformações e avanços que permitirá fazer do território um lugar para o bem viver tranquilo.
ESG gera progresso, inovação, competitividade e trabalho decente, potencializa o desenvolvimento econômico do território por meio do fortalecimento do seu capital humano e de sua estrutura produtiva; tudo sem perder a perspectiva de tender sempre pela equidade e pelo equilíbrio.
Procuram-se territórios vivos, sustentáveis e saudáveis. Investir em ESG transforma territórios, proporciona acentuados benefícios à economia e ao meio ambiente. Resumindo, um investimento com DNA de ESG coloca a dimensão humana no centro, pois reflete uma exigência distinta e forte por melhor qualidade de vida das pessoas e das sua relações com os territórios.
Unir inovação à sustentabilidade, destacando o impacto social positivo, é o que move a Coletando, primeira startup green fintech do mundo a disponibilizar pontos móveis para troca de lixo por dinheiro em comunidades vulneráveis, promovendo uma economia circular ecológica.
Em um cenário marcado pela pandemia, onde os moradores de comunidades em situação de vulnerabilidade social são os principais atingidos, a Coletando oferece respostas de curto prazo: renda imediata, bancarização para acesso a oferta de serviços diversos, bem como a melhoria da qualidade ambiental urbana, essencial para conter o vírus e evitar a proliferação de outros vetores.
Além da geração de renda imediata à comunidade, a Coletando oferece uma oportunidade para aqueles empreendedores locais que querem constituir negócios, através de franquias sociais via financiamento coletivo: uma possibilidade para a reconstrução da economia local, fortemente atingida pela crise econômica.
Sim, a Coletando tem grandes parceiros nacionais. A gigante Tetra Pak é uma delas. Juntas viabilizam ecopontos itinerantes no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro. A parceria busca gerar impacto positivo a partir da troca de resíduos recicláveis por créditos para compras em estabelecimentos da comunidade, além de fomentar a conscientização socioambiental nas pessoas que compartilham o território.
Em outras palavras, a Coletando disponibiliza ecopontos itinerantes de coleta seletiva de resíduos recicláveis em territórios definidos. Os moradores podem trocar embalagens higienizadas pós-consumo por créditos, disponibilizados em uma conta digital pré-cadastrada, sem anuidade ou taxas. Com o cartão, é possível fazer compras em estabelecimentos locais como mercados e farmácias. Após recebidos, os resíduos são direcionados para cooperativas de materiais recicláveis da região.
A Coletando está moldando seus territórios de investimento. Em breve, tais territórios moldarão suas pessoas.
Iniciei, parafraseando. Termino, parafraseando. Só que agora, o grande Nizan Guanaes: “se a gente melhorar o território em que a gente vive, a gente melhora a vida que a gente leva.”
Haroldo Rodrigues é sócio-fundador da investidora in3 New B Capital S.A. Foi professor titular e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza e presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Ceará.
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